Os fãs da NBA, desde antes do início da temporada, esperavam sobre um embate entre Boston Celtics e New York Knicks nos playoffs da NBA. Mas, talvez, o timing não seja o que se imaginava. Todos apostavam que os dois times só se enfrentariam nas finais do Leste. No entanto, com a ascensão do Cleveland Cavaliers, ambos vão ficar frente a frente nas semifinais de conferência.
Mas ser esperado não quer dizer que as perspectivas competitivas sejam tão altas. Pelo contrário. No retrospecto recente, a princípio, o que vemos é uma “lavada” dos atuais campeões. Eles venceram oito dos últimos nove duelos contra os nova-iorquinos. Isso inclui, aliás, os quatro jogos dessa temporada regular. Só uma dessas partidas teve vantagem inferior a 12 pontos de diferença.
As duas equipes, certamente, vão encarar séries diferentes do que viram lá na primeira rodada. O Celtics eliminou o Orlando Magic na etapa anterior em um duelo muito duro, defensivo. Afinal, a defesa e jogo físico são as marcas do sétimo colocado do Leste. O Knicks, por outro lado, é um time de aptidão ofensiva e uma marcação (um pouco) abaixo da média da NBA.
Os nova-iorquinos, por sua vez, venceram um time jovem que disputava os playoffs pela primeira vez em anos. Na verdade, o Pistons até deu um pouco mais de trabalho do que deveria. Vai encarar agora uma equipe com muito mais estofo em termos de resultados e experiência. Além disso, sem a vantagem de mando de quadra.
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Ao ataque
O Celtics dominou os jogos contra o Knicks, em particular, no lado ofensivo. Os atuais campeões fizeram mais de 130 pontos por 100 posses de bola nas quatro partidas da temporada regular. E o caminho para o jogo fluir não é segredo para ninguém: forçar Jalen Brunson e Karl-Anthony Towns a marcarem. As duas referências do time, afinal, são elos fracos defensivos.
A dupla de astros traz um desafio para a própria equipe na marcação por dois motivos. Antes de tudo, óbvio, porque são defensores abaixo da média. Mas, ao mesmo tempo, são jogadores que não oferecem versatilidade alguma desse lado da quadra. Os nova-iorquinos, por isso, relutam muito a fazerem trocas quando ambos são envolvidos em ações ofensivas adversárias. E, assim, os desequilíbrios aparecem.
Para piorar, o Celtics é um time ofensivo que não dá muitas opções para “escondê-los”. Todos são jogadores ofensivos capazes, que espaçam a quadra com qualidade. Assim que o Knicks evita trocas com Brunson e Towns, os alas devem sair na cobertura para fechar as linhas de infiltração que se abrem. E, por fim, os jogadores de Boston ficam livres na linha de três pontos.
Os atuais campeões colocaram o pivô em 134 situações de pick-and-roll nos jogos da temporada regular. Foi o alvo mais “comum” de Boston nessa campanha. Com isso, abasteceu um ataque que fez o que quis na maior parte dessas quatro partidas. O Pistons, enquanto isso, fez o mesmo com Brunson na primeira rodada dos playoffs produzindo 1,03 ponto por posse de bola.
Por outro lado…
O Knicks projeta ter problemas para proteger os seus astros do ataque de Boston. Mas ambos formam uma dupla de pick-and-roll tão potente que a defesa também deve se preocupar em pará-la, certo? São pontos a se explorar e, ao mesmo tempo, com quem precisam se preocupar. Pois, aqui, surge outra questão: o Celtics é uma das equipes mais bem equipadas para marcar os dois craques nova-iorquinos.
O maior trunfo dos campeões é a presença de alas altos e fortes para colocar em cima de Towns. Jayson Tatum, Jaylen Brown e até Jrue Holiday estiveram na marcação do pivô durante as partidas da temporada regular. Com isso, podem trocar marcação nas ações de Towns e Brunson sem ficarem em desvantagem contra o armador. O pivô de Boston, nesse caso, estaria “escondido” no inconstante Josh Hart.
O Celtics, além disso, tem várias opções de jogadores que podem marcar o armador no início das ações. Brown e Holiday, por exemplo, foram os mais usados nessa função durante a temporada regular. Mas ainda existem especialistas como Derrick White à disposição. Todos são defensores de alto nível e, mais do que isso, possuem uma vantagem físico-atlética importante sobre o craque.
É verdade que, na temporada regular, Brunson teve boas atuações contra o Celtics. Ele registrou médias de 26,8 pontos e 5,3 assistências, enquanto converteu quase 53% dos seus arremessos de quadras. No entanto, isso aconteceu em jogos isolados. O sucesso pode diminuir quando forem partidas seguidas contra um oponente apto e pronto para limitá-lo. Os playoffs, nesse sentido, são bem diferentes.
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Bolas de três
O Knicks não teve uma defesa tão boa quanto se imagina de um elenco comandado por Tom Thibodeau nessa temporada. Mas, em um aspecto, foram bons: limitar volume de arremessos de três pontos. Afinal, só cinco times da liga cederam menos proporção de tiros de longa distância aos adversários na campanha do que os nova-iorquinos. Isso não ocorreu, no entanto, quando o rival foi o Celtics.
Nos quatro jogos contra New York, Boston teve quase 54% dos seus arremessos vindo da linha dos três pontos. Ou seja, jogou à vontade. É um problema de encaixe, pois o terceiro colocado do Leste simplesmente não conseguiu evitar esse tipo de arremesso com Brunson e Towns em quadra. Para resumir, esse é o mais dilema que Thibodeau tem pela frente.
As quatro vitórias do Celtics, não por acaso, vieram com um somatório de 39 cestas de três pontos a mais. Foram mais de 65 tentativas de tiros de longa distância a mais por parte dos campeões em exercício. É uma questão de precisão e, mais do que isso, volume.
Mas parte da culpa dessa diferença também está no ataque do Knicks. É verdade que o elenco nova-iorquino tem vários alas de alto nível: Mikal Bridges, OG Anunoby, Hart. Todos, no entanto, têm uma característica preocupante em comum: são chutadores instáveis. Eles somaram para (abissais) 21,7% de aproveitamento nos quatro jogos entre as equipes na temporada regular.
Rebotes
O grande ponto fora da curva no jogo mais parelho entre as equipes foram os rebotes. O Knicks dominou a tábua, pegou vários rebotes ofensivos e, assim, levou a partida contra o Celtics para a prorrogação. Esse pode ser um fator essencial porque os nova-iorquinos podem ter vantagem nesse quesito. Afinal, também possuem alas com boa capacidade físico-atlética e uma rotação de pivôs mais “pesada” do que o oponente.
Mais rebotes, para resumir, significam mais posses de bola. E esse pode ser o caminho para que um time que ataca e defende com menos precisão do que o rival se mantenha competitivo. É sobre combater volume com volume. O terceiro colocado do Leste tem, por exemplo, um pivô como Mitchell Robinson esperando no banco de reservas para reforçar o vigor na tábua.
Isso pode incentivar o Celtics a “mexer” nos matchups desde cedo na série. Hart é um dos melhores reboteiros do Knicks, então ter um pivô junto a ele pode neutralizar esse fator surpresa.
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Ponto final
O Knicks é um bom time de basquete e merece estar nas semifinais do Leste. Mas um fato é inquestionável: esse é o pior adversário possível para os nova-iorquinos. Afinal, o Celtics tem um elenco mais versátil, experiente e provado nos dois lados da quadra. É superior ao adversário no ataque e na defesa. E o retrospecto recente, em síntese, só escancara isso.
Há alguns detalhes que podem trazer mais esperança para o terceiro colocado do Leste. Boston, por exemplo, tem uma dúvida importante sobre a questão física de Holiday. Ele é uma parte importante da estratégia pela capacidade de marcar o pick-and-roll entre Brunson e Towns. O armador ficou fora dos últimos três jogos dos playoffs. Mas, ainda assim, é bem difícil encontrar caminho para uma “zebra” nessa série.
Celtics e Knicks na história dos playoffs da NBA
Na história dos playoffs da NBA, Celtics e Knicks já se enfrentaram 16 vezes. Aliás, essa é a segunda série que mais aconteceu na história da NBA – só atrás de Celtics e 76ers. Boston leva vantagem, pois ganhou oito das séries. Os nova-iorquinos se classificaram em sete delas.
Na temporada regular
Celtics e Knicks se enfrentaram quatro vezes na temporada antes dos playoffs da NBA. E, como já citado, o segundo colocado do Leste venceu todas.
22/10: New York Knicks 109 X 132 Boston Celtics
08/02: Boston Celtics 131 X 104 New York Knicks
23/02: New York Knicks 105 X 118 Boston Celtics
08/04: Boston Celtics 119 X 117 New York Knicks
Datas da série
Dia | Jogo | Horário | TV |
---|---|---|---|
05/05 | New York Knicks x Boston Celtics* | 20h | Prime Video |
07/05 | New York Knicks x Boston Celtics* | 20h | Prime Video |
10/05 | Boston Celtics x New York Knicks* | – | – |
12/05 | Boston Celtics x New York Knicks* | – | ESPN 2 |
14/05** | New York Knicks x Boston Celtics* | – | Prime Video |
16/05** | Boston Celtics x New York Knicks* | – | ESPN 2 |
19/05** | New York Knicks x Boston Celtics* | 21h | Prime Video |
* Mandante
** Se necessário
Palpites Jumper Brasil
Jumper | Vencedor |
---|---|
Antonio Carlos Gomes | Celtics em seis |
Gustavo Freitas | Celtics em sete |
Gustavo Lima | Celtics em cinco |
Higor Goulart | Celtics em seis |
João Pedro | Celtics em cinco |
Lucas Piona | Celtics em seis |
Matheus Carvalho | Celtics em cinco |
Ricardo Stabolito | Celtics em cinco |
Victor Linjardi | Celtics em seis |
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