A história mais tocante da primeira rodada do Draft da NBA se refere a Khaman Maluach. Ao ser selecionado pelo Phoenix Suns, na décima escolha geral, o pivô sul-sudanês emocionou a todos que acompanharam o evento. Acompanhado de sua família, a promessa da Universidade de Duke chorou de alegria ao ver seu nome chamado pelo comissário da liga, Adam Silver. Naquele momento, um filme passou pela cabeça de Maluach, primeiro atleta da NBA Academy Africa escolhido na rodada inicial do recrutamento.
“Nunca esquecerei desse dia. Estou aqui representando todo o continente, tenho todo um continente me apoiando. Quero dar esperança às crianças, inspirar a próxima geração do basquete africano. Quero agradecer aos meus pais por terem me criado do jeito que eles me criaram, por me mostrarem os bons valores da vida. Às vezes, é normal ter ilusões sobre os seus sonhos, e eles acabam se realizando”, afirmou Maluach.
O pivô de 18 anos nasceu em Rumbek, Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo. No entanto, uma guerra civil fez Maluach e sua família se refugiarem em Uganda. Ele queria jogar basquete e sua mãe sonhava em levar os filhos para uma oportunidade melhor nos EUA. Mas, a difícil realidade e a falta de estrutura em Uganga eram empecilhos.
Porém, o interesse de Maluach seguia vivo. Vendo meninos até mais altos do que ele jogarem, ele caminhava por 45 minutos quase todos os dias para praticar o esporte na quadra mais próxima de sua casa. O caminho do garoto, então, se cruzou com um dos ídolos de seu país no basquete: Luol Deng, que jogou no Chicago Bulls e no Los Angeles Lakers. Assim, Maluach começou a se destacar nas clínicas do ex-jogador, mas em Uganda.
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O vice-presidente do projeto da NBA na África, Franck Traore, se impressionou com um dos vídeos de Maluach, então com 14 anos. Desse modo, o jovem foi convidado para um teste para entrar na NBA Academy Africa. Maluach, então, viajou para Senegal. Preocupada, a mãe dele não queria que ele fosse, mas o pivô não abriu mão de seguir seu sonho.
No fim das contas, Khaman Maluach conseguir a vaga no elenco e, ontem, fez história no Draft da NBA. O programa da liga visa dar oportunidades a jovens promissores em situações desfavoráveis. No começo, o pivô teve dificuldades de adaptação, seja pelo idioma ou pela troca com pessoas de culturas diferentes de um continente diverso como a África.
Depois, Maluach se destacou nas viagens que a NBA Academy Africa realizava ao redor do mundo. O pivô, aliás, dividiu a quadra com jogadores que tiveram passagens na liga ou ainda estão lá, como Ibou Badji, ex-Portland Trail Blazers ou Ulrich Chomche, do Toronto Raptors.
Copa do Mundo, Olimpíadas e Duke
Com a ascensão meteórica, Maluach se juntou à Basketball Africa League (BAL), liga que é dirigida pela NBA no continente africano, e que conta com 12 times e uma parceria com a Academy. Em entrevista recente, o pivô disse que é muito grato a esse período na BAL, e que espera retornar um dia para apoiar todos aqueles que lhe estenderam a mão. O jovem sul-sudanês também foi eleito MVP do Basquete Sem Fronteiras, na África do Sul.
Assim, aos 16 anos, Maluach foi convocado pelo Sudão do Sul para disputar a Copa do Mundo de 2023. Seleção esta que tem Deng como dirigente. O pivô voltou a fazer história no ano seguinte, quando disputou as Olimpíadas de Paris. Portanto, com apenas 17 anos, Maluach já tinha o Mundial e os Jogos Olímpicos no currículo.
O próximo passo na carreira era o basquete universitário dos EUA. Maluach, então, foi cortejado pelos programas de basquete mais prestigiados da NCAA: Duke, Kansas, Kentucky e UCLA. No fim das contas, ele se comprometeu com Duke. Em 2024/25, o pivô jogou lado de Cooper Flagg, primeira escolha geral do recrutamento, e de Kon Knueppel, pick 4 do Draft deste ano. Suas médias, em 39 jogos no College, foram de 8,6 pontos, 6,6 rebotes e 1,3 toco, em cerca de 21 minutos em quadra. Além disso, ele acertou 71,2% dos arremessos de quadra.
Maluach no Suns
De acordo com o GM do Phoenix Suns, Brian Gregory, a franquia estava de olho em Khaman Maluach, mas não acreditava que ele estaria disponível na pick 10 do Draft da NBA. No entanto, contrariando as projeções, o pivô de 2,18m de altura sobrou para Phoenix. O dirigente, então, comemorou a chance de selecionar o alvo do Suns.
“Nós o tínhamos como alvo. Achávamos que, se ele estivesse na décima posição, seria alguém que pegaríamos imediatamente. Conversei ontem com o técnico de Duke, Jon Scheyer. A ética de trabalho de Khaman e o seu desejo de se tornar o melhor se encaixam exatamente no que buscamos construir aqui em Phoenix. É um privilégio ter um talento como ele, que vem de um ótimo programa como o de Duke”.
“Na última temporada, o nosso time foi o quarto pior na proteção de aro. Então, Khaman traz uma ótima presença defensiva para nós. Ele é um defensor versátil. Também fomos, eu acho, os últimos da liga em eficiência perto do aro, em pontuar perto da cesta. Khaman, aliás, provou isso em um ano no College. Queremos ter um time alto, mais atlético, ser capazes de jogar mais rápido e defender melhor. Enfim, Khaman preenche todos esses requisitos”, disse o GM do Suns.
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