Com boa parte das equipes tendo completado dez jogos, o Jumper Brasil separou algumas surpresas da temporada da NBA. No início de 2024/25, alguns times causaram boa impressão e foram gratas surpresas. Enquanto isso, outros se destacaram de forma negativa. Então, vamos indicar quais times foram surpreendentes de acordo com as expectativas de pré-temporada.
Cleveland Cavaliers
O Cleveland Cavaliers contratou Kenny Atkinson como novo treinador e já parecia um acerto na offseason. Agora, após 11 jogos, demonstra um grande acerto da franquia. O Cavs é um dos melhores times da liga atualmente, com um banco sólido, titulares que sabem sua função e ainda um candidato a MVP em Donovan Mitchell. Como resultado, é o único invicto da NBA.
A equipe tem o melhor Offensive Rating da liga, com 122.7. Além disso, também o sexto melhor Defensive Rating, com 110. A surpresa vem da evolução: ano passado, o Cavs era o 16º em ORTG, além de ocupar a sétima posição em DRTG. Isso tudo sem grandes adições – a base da equipe ainda consiste em Darius Garland, Donovan Mitchell, Evan Mobley e Jarrett Allen.
O maior envolvimento de Evan Mobley nas ações ofensivas, com quase 2.5 arremessos a mais por jogo em menos minutos jogados, além de um entendimento melhor da dupla Mitchell Garland têm tornado a equipe muito mais fluída nas ações ofensivas.
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Por vezes, na última temporada, Cleveland parecia indeciso do que fazer com a bola, principalmente nos minutos em que Donovan Mitchell era o armador. Em 2023/24, o pace da equipe era o sétimo pior da NBA. Este ano, saltou para o nono lugar. Mais uma estatística pode exemplificar essa fluidez: na última temporada, 67.1% das cestas do Cavs vinham de assistências. Agora, o número caiu pra 62.5%.
“Mas as cestas virem de assistências não mostra o trabalho coletivo?” Sim, é claro. Mas no caso do Cavaliers, muitas vezes os jogadores gastavam tempo demais de posse, deixando o jogo lento. Agora, a equipe é rápida e encontra mais confiança em seus principais jogadores para decidir os ataques.
Dessa forma, o time, com 11 vitórias em 11 jogos, é uma das maiores surpresas da NBA na temporada.
Milwaukee Bucks
Agora, uma surpresa negativa. O Milwaukee Bucks pode pagar o preço pela escolha de Doc Rivers. O técnico não consegue fazer o time jogar e a pressão ao redor de Giannis Antetokounmpo para pedir uma troca só aumenta.
O Bucks não era favorito vindo para a temporada. Afinal, o final de 2023/24 não deu esperanças para o torcedor. Mas também não era cotado como o pior de uma conferência com o Detroit Pistons. Atualmente, tem a terceira pior campanha do Leste.
O time tem somente a 20ª melhor classificação ofensiva da liga, além de ser a oitava pior defesa. Olhando para o elenco, com Giannis e Damian Lillard, isso nem mesmo faz sentido: como que um time com um duas vezes MVP e defensor do ano e um armador de 30 pontos por jogo consegue ser ruim nos dois lados da quadra?
Nada funciona no Bucks. Não há espaçamento para Brook Lopez e Lillard chutarem, não há profundidade no elenco para rodar o time. E mais importante que isso: parecem não haver ideias. São muitas as estatísticas que poderiam entrar aqui pra exemplificar isso, mas o teste de olho não falha. O Bucks, com a bola, não tem muita ideia do que fazer além de soltá-la nas mãos de seus dois All-Stars para que resolvam.
Além disso, o Bucks é o terceiro time da liga que menos marca com assistências. Lillard e Giannis tem médias de 3.7 e 3.8 jogadas que definem sozinhos, por partida. Dessa forma, os dois estão dentre os 15 jogadores com mais situações de isolation por jogo. Milwaukee é o único time com dois atletas na lista. Pouca ideia, muita forcação individual.
Uma das surpresas negativas da temporada, o Bucks busca se entender melhor para os próximos jogos da NBA.
Golden State Warriors
Após cair no play-in da última temporada, o Golden State Warriors parece ter se renovado. A saída de Klay Thompson era um grande medo dos torcedores, mas a chegada de Buddy Hield foi uma grata surpresa para a equipe.
Hield tem média de 21.9 pontos por jogo, arremessando incríveis 49.4% de três em 8.6 tentativas por partida. É a melhor média de pontos da carreira do ala de 31 anos. Além disso, é uma melhora grande se comparado ao ano passado, quando saiu do banco do Philadelphia 76ers para 12.2 pontos por noite.
O Warriors tem o terceiro melhor Net Rating (diferença entre Offensive e Defensive Rating) da liga. Assim, é o quarto melhor ataque e a segunda melhor defesa. Tudo muito diferente da última temporada, quando a equipe era somente a 15ª melhor da NBA.
A rotação longa que o Warriors tem implementado, com 13 jogadores jogando dez minutos ou mais, é algo novo. Steve Kerr até chegou a mencionar, durante as Olímpiadas, que nenhum time era campeão com rotações de 12 jogadores. Mas parece que, ao menos para a temporada regular, essa é a estratégia.
Stephen Curry, mesmo antes da lesão, vinha tendo a menor minutagem da carreira. Draymond Green também. E mesmo assim, tem funcionado. Afinal, o Warriors se encheu de bons jogadores de suporte, como De’Anthony Melton, Trayce Jackson-Davis e Moses Moody. Até pela abordagem diferente, a equipe é uma das surpresas da temporada da NBA até aqui, com sete vitórias em nove jogos.
Boa defesa, bom ataque e rotação profunda. É claro que nos playoffs tudo isso pode mudar. Mas até lá, o torcedor de Golden State tem que comemorar o que parece ser mais um ressurgimento da franquia.
New Orleans Pelicans
É triste, mas parece que o New Orleans Pelicans não sai do lugar. Após adquirir Dejounte Murray, que se lesionou no primeiro jogo da temporada, o time não apresenta evolução. No entanto, é um time devastado por lesões. CJ McCollum, Herb Jones e Trey Murphy e agora Zion Williamson.
Zion está tendo o pior aproveitamento de quadra da carreira, com 45.2%. Na temporada passada, acertou 57% dos arremessos. É verdade que sem alguns titulares, ele se tornou o grande alvo das defesas adversárias. Mas justifica a queda de rendimento? Além disso, Williamson tem a pior média de pontuação da carreira, incluindo o ano de novato.
Ingram é outro problema. Apesar dos 24.6 pontos de média, ele parece estar buscando um jogo mais longe do garrafão. São 6.5 arremessos de três por jogo. Portanto, a maior marca da carreira e quase o dobro dos 3.8 da última temporada. Além disso, só tem 2.6 lances livres por noite, que é pior marca desde o ano de novato. O aproveitamento não é ruim, com 48.4% dos arremessos de quadra. Mas liga o alerta para as defesas, que devem se adaptar a Ingram jogando mais próximo do perímetro.
Enquanto isso, a equipe tem a terceira pior defesa da NBA. Há a influência das ausências de Trey Murphy, Herb Jones e Dejounte Murray, claro. Agora, o objetivo do Pelicans será “sobreviver”. Depois, inserir os lesionados de volta na rotação para buscar um novo entrosamento.
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