Sasha Vezenkov chegou à NBA, em 2023, como alguém que realizava o seu sonho como jogador no basquete. Mas, ao mesmo tempo, trazia uma postura cética. Ele sempre viu a liga, assim como vários atletas europeus, como um filme com bem mais estilo do que substância. O búlgaro só ficou uma temporada nos EUA, mas admite que foi tempo o bastante para tirar a prova de que estava errado. Muito errado.
“Eu estou feliz, pois joguei lá. A chance de tentar competir contra os melhores era algo que devia a mim mesmo. E, certamente, é bem diferente de ver pela televisão. O nível de talento, antes de tudo, é incrível. Eu era um daqueles caras que diziam que ninguém marcava lá, por exemplo. Mas estava muito errado. Eles são os melhores jogadores do mundo”, reconheceu o ala-pivô, em entrevista ao podcast “Triple Threat”.
Não só se defende na NBA, mas o desafio de ser um marcador na liga é desgastante. Os jogos não param e, com isso, o tempo de preparação é curto. Defensores estudam os principais jogadores que vão enfrentar na noite seguinte, muitas vezes, dentro de um avião. E, como citado por Vezenkov, esses rivais são a elite do esporte. Foi um grande teste e, como resultado, aprendizado para o europeu.
“O calendário de jogos e ambiente da liga são bem duros. Afinal, todas as noites, você está marcando alguém do nível de Anthony Edwards, LeBron James ou Jimmy Butler. Superastros todas as noites, sem parar. É duro demais, mas, como disse, estou feliz porque cheguei lá. Gostei de boa parte dessa experiência, mesmo que tenha sido tão difícil. E, se pudesse escolher, faria tudo igualzinho”, garantiu o veterano.
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Maratona
No último ano, Sasha Vezenkov percebeu que o desafio do basquete da NBA vai além da questão técnica e disposição. É uma maratona que testa, sobretudo, o físico dos atletas. Afinal, um time que vai longe nos playoffs pode disputar quase o dobro de jogos de uma equipe europeia em período igual ou menor. É um ritmo tão intenso exige um alto nível não só de preparo e condicionamento, mas também de motivação.
“Eu fiquei perto dos melhores jogadores para, assim, tentar aprender as suas rotinas. Esses caras disputam 82 jogos por temporada, então queria ver o que faziam diferente. No fim das contas, o que ficou em mim foi a capacidade de seguir se esforçando ainda que esteja cansado. Eles jogam 35-40 minutos e, ainda assim, estão no ginásio poucas horas depois. Ou seja, não param de trabalhar em seus jogos”, contou o búlgaro.
Vezenkov percebe que, do ponto de vista físico-atlético, nada do que viveu na Europa se assemelha à exigência nos EUA. “Por aqui, quando nós disputamos 30 minutos de uma partida, a gente ‘pega leve’ no dia seguinte. Mas, na NBA, simplesmente não existe esse tempo de folga. Não tem ‘pegar leve’. Por isso, digo que a ética de trabalho deles é insana”, elogiou.
Recomeço
Mas, obviamente, Vezenkov também viu problemas em sua passagem pela NBA. Se tudo fosse perfeito, ele não teria aberto mão de dinheiro para ir embora. O maior problema, a princípio, era a forma como a liga o enxergava. Não é segredo para ninguém que os EUA têm uma visão muito “egoísta” do mundo. E, por isso, o MVP da Euroliga era visto pelos norte-americanos como um calouro.
“Sempre me incomodou ser tratado como um novato mesmo com 28 anos de idade. Mas isso reflete que eles não se importam com quem você é ou o que fez antes dali. A NBA é começar do zero, em síntese. Você tem poucas chances e precisa se provar nos minutos que aparecem. Ou seja, vira só mais um. Não é que eles não respeitam a Euroliga. Eles nem sabem o que é”, concluiu o ídolo do Olympiacos.
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