Não é tão raro acontecer algo errado quando o assunto é franquia. Afinal, com uma liga que exite há quase 80 anos, já aconteceu de tudo. No entanto, quando times apostam em uma troca por jogadores de nome na NBA, é porque acham que estão tomando a decisão correta. E o que vamos contar hoje não foi bem assim.
Na offseason de 2023, algumas verdadeiras novelas se arrastavam, como James Harden querendo deixar o Philadelphia 76ers após briga com Daryl Morey, presidente da equipe. Mas uma, em particular, chamou mais a atenção. A de Damian Lillard, que queria troca para o Miami Heat e lutar por seu primeiro título na NBA.
Só que Lillard “circulou” Miami por causa de Jimmy Butler. Em conversas, os dois combinaram a união no Heat. O agente do armador sabia que a vantagem era do atleta, não do Portland Trail Blazers. Então, foi aquilo por longos meses.
O Heat queria Lillard, o agente falava que a troca já estava certa, enquanto o Blazers bateu o pé e exigiu mais do time de Miami. Ou seja, novela.
Damian Lillard ainda tinha esperança de ficar em Portland, mas o Draft mudou todo o rumo. Isso porque o armador pediu para o Blazers fazer a troca da terceira escolha no recrutamento da NBA. Ele queria que um reforço de peso para lutar por vitórias. Insistiu por Kevin Durant um ano antes, mas a direção não deu ouvidos e selecionou Scoot Henderson.
Era o fim da passagem de Lillard pelo Blazers. Sabe quando alguns jogadores e times parecem se fundir? Ali, houve a ruptura, pois ninguém imaginava o fim.
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Mas aquela agência livre preparava outras surpresas. Enquanto os times buscavam troca por jogadores que ninguém vê tantos rumores no mercado da NBA, o Phoenix Suns também agia. Claro, a perda do título para o Milwaukee Bucks em 2021 ainda era recente e a direção estava se mexendo. Durant chegou na trade deadline anterior, então era o momento de dar a ele um elenco melhor, certo?
O que fazer para fazer o grupo vencer? A ideia era trazer um terceiro astro da NBA para jogar ao lado de Devin Booker e Durant, mas a troca não seria tão fácil. Aliás, quem sairia?
Então, no dia 23 de junho, o Suns achou melhor mandar Chris Paul em troca para o Washington Wizards para ter Bradley Beal (com direito a veto). Grande ideia! Mandou um armador que não cometia erros e ainda defendia bem por um cestinha. Mas ainda era a noite do Draft e o time de Phoenix teria tempo para achar o novo organizador.
O tempo passou e nada acontecia. O Suns teria dois jogadores (Booker e Beal) que sabiam passar a bola, mas não eram exatamente armadores. Enquanto isso, Durant estava ali para ajudar em tudo. Na teoria, havia a chance de dar certo, pois Phoenix contratou vários arremessadores na agência livre. Só não tinha um armador.
Enquanto isso, o Blazers exigiu de Lillard uma lista de times para fazer a troca. Ali estava o Bucks. Só então que a direção de Portland resolveu negociar, pois não queria mandar o armador para o Heat. Tudo por causa de seu agente, Aaron Goodwin.
A troca veio, mas com outros dois times da NBA
A novela envolvendo Damian Lillard só acabou no dia 23 de setembro. Ou seja, com quase dois meses de agência livre. A troca contou com três times, além de oito jogadores e escolhas de Draft da NBA. No entanto, foi um negócio que deixou “rastros de destruição”.
Bucks recebeu: Damian Lillard
Blazers recebeu: Toumani Camara, Deandre Ayton, Jrue Holiday, três jogadores (e escolhas de Draft da NBA)
Suns recebeu: Jusuf Nurkic, Nassir Little, Keon Johnson e Grayson Allen
Enquanto Lillard ficou dois anos no Bucks e foi dispensado na última terça-feira, Ayton fez apenas 95 jogos pelo Blazers. O pivô saiu de Portland no último domingo, também por dispensa. Fechou com o Los Angeles Lakers. A troca ainda teve mais estragos na NBA.
Jrue Holiday, apesar de ir para o Boston Celtics em troca que aconteceu dias depois e vencer o seu segundo título na NBA, está de volta ao Blazers. E não gostou nada disso. Nassir Little já não joga mais na liga, enquanto Keon Johnson foi dispensado pelo Suns, virou two-way e ganhou contrato com o Brooklyn Nets.
Por fim, Jusuf Nurkic começou a rodar pela NBA depois da troca para Phoenix. Na trade deadline, ele foi para o Charlotte Hornets. Agora, na agência livre, nova negociação, agora para o Utah Jazz.
Apenas Grayson Allen (Suns), e Toumani Camara (Blazers), estão nos mesmos times da troca. E olha que Allen ainda corre o risco de sair, de acordo com rumores.
Foi tão ruim assim?
Bem, a experiência de Lillard no Bucks não foi exatamente das melhores. Apesar de tudo (e foi muita coisa), venceu a Copa da NBA na última temporada e formou, ao lado de Giannis Antetokounmpo, a dupla que mais produziu pontos na liga no período. Só que o time caiu na primeira rodada nos dois anos em que ele esteve em Milwaukee, ele teve problemas de saúde, sentiu a falta dos filhos (ficaram em Portland), rompeu o tendão de Aquiles, e saiu pela porta dos fundos com a dispensa.
Lillard, como jogador, enfrentou situações que não estava acostumado. Ele não era o grande líder do Bucks, apesar de o grego dizer que sim. Jogou em um sistema diferente em que não era mais a referência, mas venceu um título. Embora a Copa não seja tão importante hoje, a tendência é que ganhe destaque em alguns anos.
Já entre os outros jogadores da troca, o que podemos dizer é que eles não se acostumaram com seus novos times e não renderam nas últimas duas temporadas da NBA. Ayton, Nurkic, Johnson e Little perderam muito valor desde então. Até Lillard perdeu, após lesão.
Claro que para Jrue Holiday foi “agridoce”. Chegou em Boston, resolveu a defesa do perímetro, venceu título, mas saiu sem receber tantos créditos. Seu salário (US$32.4 milhões para 2025/26 e contrato até 2027/28), além disso, assustava. Aos 35 anos, já não rendia mais o mesmo dos tempos de New Orleans Pelicans ou Bucks.
Allen teve um bom primeiro ano, quando liderou a NBA em porcentagem nos arremessos de três (46.1%), mas caiu no segundo e virou moeda de troca. Quase saiu na negociação de Kevin Durant.
A exceção
O único que cresceu após a troca foi quem ainda não havia jogado na NBA: Toumani Camara. Era sua temporada de estreia quando o Suns o mandou para o Blazers. Apesar de não brilhar no primeiro ano, já virou defensor de elite e fez parte do segundo time ideal de defesa da liga.
Camara não só evoluiu naquele quesito como melhorou a qualidade do arremesso. Até a forma teve uma mudança.
Então, da troca que prometia muito, quase todos os jogadores perderam valor. Menos o belga, que está em franca evolução em um time bem jovem. Agora, terá o experiente Holiday ao seu lado. Isso, se ele não sair em outro negócio até lá.
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