Finalmente, chegou o momento em que Arturas Karnisovas, executivo do Chicago Bulls, falou sobre reconstrução do elenco na NBA. Mas não era algo que deveria ter sido feito há alguns anos? Aliás, já não havia começado? O time de Illinois não foi aos playoffs pela sexta vez nas últimas sete temporadas e só agora ele está falando disso.
Apenas no último ano, o Bulls trocou três de seus melhores jogadores, incluindo a performance “fantástica” na trade deadline da NBA. O time, que não tinha a escolha de Draft, tinha de ficar com uma das dez piores campanhas para ter a pick de qualquer jeito. Era só colocar o “terrão” em quadra e perder os quatro jogos para o Toronto Raptors e deixar de brigar por vitórias em outros dois ou três jogos, por exemplo, que já daria certo.
Mas, não. O Bulls resolveu jogar sério quando toda a NBA sabia que o time não era aquilo tudo para ir aos playoffs. Aí, na trade deadline, mandou Zach LaVine em uma troca que tinha De’Aaron Fox como o melhor jogador da negociação. Mas Fox foi para Chicago? Claro que não. Chegaram os “grandes” Zach Collins, Tre Jones e Kevin Huerter. Ah, claro, recebeu ainda uma escolha de segunda rodada de 2028 e adivinhe? A que poderia ter perdido jogos para ficar com ela, de 2025, que estava com o San Antonio Spurs.
O ponto é: em trocas ao redor da NBA, o Bulls está recebendo sempre menos do que deveria. Foi assim com Alex Caruso, DeMar DeRozan e, por fim, com LaVine.
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Sim, eu sei que na troca de Caruso o Bulls se deu bem com Josh Giddey, mas volte um ano e pense como os dois se apresentavam na NBA. Enquanto Giddey estava em baixa, com seu jogo sendo questionado o tempo todo no Oklahoma City Thunder, o especialista em defesa era um destaque na liga. Chicago não conseguiu pegar uma escolha do Thunder sequer. Não estamos falando de qualquer time: é o Oklahoma City Picks Thunder.
Na de DeRozan, quando o Bulls poderia, de fato, fazer a reconstrução de seu elenco um ou dois anos antes na NBA, o time esperou até ele ficar sem contrato. Aí, fez um sign and trade para agradar um jogador que não ficaria mais da equipe e recebeu um Chris Duarte e escolhas de segunda rodada. De novo, Chris Duarte.
Tudo isso porque Karnisovas viu o Bulls liderando o Leste por algumas semanas lá na temporada 2021/22 da NBA, mas Lonzo Ball se machucou e nunca mais achou um substituto. Ball só voltou às quadras em 2024/25 e o time deu a ele um novo contrato após 35 jogos na atual campanha. Tudo bem que são dois anos por US$20 milhões, sendo US$10 milhões de opção da equipe. Mas, nossa. O que está acontecendo ali?
E o pior é que o Bulls não tem espaço no teto salarial para a próxima temporada da NBA contratar um grande jogador. Só não tem o que fazer. Vai ser outro ano estranho, enquanto desenvolvem seus jogadores.
Futuro
Tudo bem. O Bulls conseguiu encontrar em Giddey parte do pilar para a reconstrução de seu elenco para os próximos anos na NBA, mas não foi logo de cara. O armador custou a “pegar no tranco”. E isso só aconteceu depois que Ayo Dosunmu e Lonzo Ball estavam fora da campanha. Foi bem demais, mas quando eles voltarem às quadras, seu espaço não será o mesmo.
Coby White é um cestinha e que pode ajudar a organizar o ataque, mas precisa que a direção e a comissão técnica façam dele a primeira opção ofensiva. Oficializar isso, dar a ele mais a bola para criar o seu próprio lance ao lado de Giddey.
Matas Buzelis, sim. É um talento fora da caixinha. O jovem é muito bom e já mostrou que tem o talento que o Bulls precisa para voltar a brigar na NBA. Se ele seguir assim, será um astro em breve. Depois da parada para o All-Star Game, ele foi titular nos 27 jogos em que esteve presente, com médias sólidas de 13.0 pontos, 4.8 rebotes e 36.1% de aproveitamento de três em cerca de 26 minutos por noite.
Mas o que se faz em time como o Bulls ne reconstrução de elenco na NBA? A resposta é bem simples. Você troca seus jogadores com maiores salários por jovens promissores e/ou escolhas de primeira rodada. Não de segunda. Você não consegue remodelar o grupo para vencer com pick 47. São raros os casos em que grandes nomes vieram depois da trigésima.
Quem pode sair?
Agora, que a direção do Bulls sabe que é reconstrução e que não vai brigar por playoffs, dá para fazer as trocas. É mandar Nikola Vucevic por uma escolha de primeira rodada e um jovem logo na offseason. Envolver Zach Collins e Patrick Williams em uma troca por um jogador capaz de defender e com vontade de ficar em Chicago. Não que Williams não seja bom na defesa, mas já ficou claro que ali ele está fazendo hora extra.
Manter Huerter pode ser bom, ainda mais se pensar a médio prazo. Ele é um ótimo arremessador, mas não vinha fazendo isso no Sacramento Kings. No Bulls, ele ajuda bem e pode ser o “veterano” do elenco, ao lado de Ball.
Assim, com trocas certas, por jogadores para um futuro próximo, é possível fazer o Bulls voltar a brigar na NBA. Talento, a base do grupo tem de sobra. Basta fazer a direção trabalhar direito.
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