Fonte: Reprodução / XTracy McGrady teve uma carreira brilhante na NBA muito comprometida por problemas físicos. Foi um grande jogador, mas poderia ter sido ainda maior. Mais do que isso, ele aposta que seria se atuasse hoje. No entanto, a sua confiança não está ligada ao nível dos atletas ou qualidade do estilo de jogo. Trata-se de duas palavras que causam polêmica na liga: load management.
“Eu entendo quem defende e critica, pois também tentava jogar todas as partidas. Mas é claro que queria que houvesse essa gestão em meu tempo. Afinal, queria que o auge da minha carreira tivesse sido mais longo. Não tive tantos anos nas melhores condições na NBA por causa das lesões. Foram sete anos, no máximo, mas sei que poderia ter sido bem mais”, explicou o membro do Hall da Fama.
É verdade que, a princípio, as lesões só surgiram com mais força para Tracy McGrady na segunda metade da carreira. Afinal, nas primeiras 11 temporadas que disputou, o craque só fez menos de 64 jogos em duas. Mas, nas quatro campanhas seguintes, ele conseguiu superar essa marca só uma vez. Foi um declínio rápido e, segundo o próprio astro, motivado pela “carga” que carregou durante a década anterior.
“Certamente, eu tinha um alto nível de exigência no Orlando Magic. O time ficou sem Grant Hill, então tudo estava em minhas costas por várias temporadas. Não foi culpa dele, mas a situação era essa. E não existe forma de controlar questões como volume ofensivo do jogador, por exemplo. Quando eu entrava em quadra, jogava no meu máximo e sem restrições”, contou o agora analista da rede NBC.
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Debate
A reflexão de Tracy McGrady sobre a sua carreira na NBA começou com um comentário de Michael Jordan. O maior jogador de basquete da história iniciou um debate entre comentaristas da NBC depois de criticar o load management. A opinião, antes de tudo, expõe uma mudança de visão de diferentes gerações. A lenda da liga encara a disponibilidade como uma forma de respeito ao fã.
“Isso não deveria ser necessário, antes de tudo. Eu não entendo essa questão porque, como jogador, nunca quis perder um jogo. Via todos como uma oportunidade de me provar. Além disso, sentia que os torcedores pagavam o ingresso para me ver jogar. Então, queria impressionar a pessoa na última fileira que trabalhou a semana inteira para poder comprar uma entrada”, contou o ídolo do Chicago Bulls.
Além disso, Jordan revelou que isso também servia como uma motivação quando atuava como visitante. “Eu sabia que os torcedores da outra equipe estavam gritando comigo. Chamavam-me de nomes que nem podem imaginar, então queria calar a boca de todos. Como um agente de entretenimento, sempre sentia que tinha a obrigação de dar um show se os rivais também estavam lá para me ver. Não é isso?”, explicou.
Exemplo
Assim como qualquer pessoa, os jogadores da NBA se baseiam nos exemplos daqueles que são mais velhos e/ou bem-sucedidos. McGrady, por isso, se espelhou na postura de Jordan durante a carreira. Hoje, ele vê esse tipo de sobrecarga com um olhar um pouco mais crítico. Consegue, no entanto, também enxergar que o load management promove algumas situações duras de defender.
“Antes, você tinha jogadores como Karl Malone e John Stockton que atuavam nos 82 jogos da temporada e ainda iam longe nos playoffs. Eles eram o exemplo para todos. É um outro tempo. Mas, ao mesmo tempo, é difícil entender um jovem com duas ou três temporadas na liga sendo poupado de partidas. Dá para ver os dois lados do debate”, admitiu o agora comentarista de televisão.
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