Que final patético para o Boston Celtics. De novo! Jayson Tatum faz uma série bizarra, assim como o técnico Joe Mazzulla. Dois jogos em casa, duas derrotas após liderar por 20. O normal, após perder uma partida como foi a primeira, é o treinador entender o que aconteceu de errado para não repetir. Mas repetiu.
Não que Tatum seja um péssimo jogador ou Mazzulla seja um treinador, mas o que aconteceu em Boston foi algo que não tem como explicar. Aliás, até tem. Só que precisa desenhar, né?
Porque muitos torcedores do Celtics reclamam dessa dependência pelo arremesso de três. Na verdade, não é uma dependência, mas a única coisa que se tenta. Joe Mazzulla acabou de fazer uma série espetacular contra o Orlando Magic, explorando o garrafão para, depois, começar a arremessar. Fazer o jogo de adivinhação. É algo que venho falando há tempos.
Do que adianta ficar arremessando de três se ele simplesmente não cai? E é mais do mesmo. Claro que Boston tem um time melhor, que é favorito e tudo mais. No entanto, a mania de viver e morrer pela bola do perímetro deixa o Celtics com as “costas na parede”. Mas Joe Mazzulla perder a partida com um tempo para pedir, é ainda pior.
Desde quando o Celtics vencia por 73 a 53, ainda no terceiro quarto, o time acertou duas das 14 tentativas de três. Ou seja, 14.3%. Se a bola do perímetro não cai, o que você faz?
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Para ter uma ideia do que Jayson Tatum fez no último quarto dos dois jogos, ele soma seis pontos, sendo quatro deles em lances livres. No total, o astro teve 12 arremessos gerais e acertou só um. Enquanto isso, errou os sete que tentou de três.
Mas Jayson Tatum só o faz porque é parte do plano de jogo de Joe Mazzulla. Até aqui, diante do New York Knicks, são 25 cestas de três em 100 tentativas. E o que impressiona mais é o fato de o Celtics não tentar algo diferente.
Foi a primeira vez na história dos playoffs que um time liderou por 20 pontos ou mais e levou viradas em dois jogos consecutivos. Parabéns, Joe Mazzulla. Deu uma entrevista como se estivesse tudo em ordem, muito calmo, como se os ajustes não fossem necessários.
A defesa de Boston faz a diferença quando o arremesso de três não cai, mas e quando nada mais funciona? O ataque cometeu muitos erros, falhou em deixar a bola nas mãos de Jaylen Brown no último quarto e Joe Mazzulla ficou com um tempo a pedir.
Terrível.
O que é o algo diferente, afinal?
Após abrir 20 pontos, o Celtics voltou a fazer o que não deu certo no primeiro jogo. Tentar bater para cima de Karl-Anthony Towns, conhecidamente um defensor fraco de garrafão, era o básico. Explorar Jalen Brunson, espetacular no ataque, mas fraco na defesa, que não marca nem reunião de pais e professores, era outra opção. Não só no último quarto, mas o jogo todo. Só que Joe Mazzulla e Jayson Tatum tinham um plano: arremessar bolas de três com muita marcação.
Não é só na boa. É nos contestados. Isso é o que vai minando o ataque de Boston. De novo, se você explora as cestas perto do garrafão, o natural é que consiga mais lances livres. Claro que não vão marcar todas. São os playoffs, afinal. A arbitragem não vai apitar qualquer coisa. Por que fez isso contra o Magic e não faz diante do Knicks?
Foram 25.8 lances livres tentados por jogo contra o Magic, com 82.9% de aproveitamento, mas nas semifinais do Leste, são apenas 20.5. De novo, acima dos 80%.
Jayson Tatum e Joe Mazzulla são os únicos culpados?
O grande problema não é perder duas vezes em casa. É Mazzulla e Tatum não terem entendido que o primeiro jogo teve falhas nos arremessos de três e jogar de forma mais inteligente no segundo. Isso é muito simples. Não tem segredo. O raio caiu no mesmo lugar duas vezes.
Sem tirar os méritos do Knicks, que conseguiu duas viradas espetaculares fora de casa e lutou bravamente com a estratégia clara de Tom Thibodeau. Mas não dá para perder assim, pelo menos, no segundo jogo.
Afinal, já sabia o que deu errado. Era só não repetir. Joe Mazzulla falhou miseravelmente. Jayson Tatum falou após o primeiro embate que os arremessos não caíram, então deveriam fazer algo diferente. E não fizeram.
Então, sim. Quase toda a culpa vai para os dois. Claro que Kristaps Porzingis estava limitado (por uma doença que ninguém sabe o que é), Al Horford não foi bem no ataque e o Celtics não teve Sam Hauser. No entanto, Hauser é o que? Oitavo melhor jogador? E nem é desculpa, pois o Celtics enfrentou todo mundo no Leste nos playoffs do ano passado com algum atleta machucado do outro lado.
Foi assim contra o Miami Heat (sem Jimmy Butler e um Terry Rozier que ainda jogava basquete), Cleveland Cavaliers (Jarrett Allen por todos os jogos e Donovan Mitchell nos últimos dois) e Indiana Pacers (Tyrese Haliburton).
Jogos em Nova York
A série ainda não acabou, apesar de a o Knicks deixar o Celtics em situação difícil. Mas é bom lembrar que o mesmo time de Nova York liderava contra o Indiana Pacers na mesma fase de 2024 e levou a virada.
Claro, o Knicks teve lesões de alguns dos principais jogadores ao longo dos playoffs e nem teve Julius Randle. OG Anunoby agravou lesão e até Jalen Brunson se machucou.
Mas para Joe Mazzulla encarar toda a pressão que terá em Nova York, é preciso bater as estatísticas. Afinal, só 7.3% das vezes (463) um time que saiu perdendo por 2 a 0 conseguiu virar uma série.
De novo, o Celtics é melhor que o Knicks. Mas se seguir jogando assim, sem explorar outras coisas, vai sofrer muito para vencer fora de casa.
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