Ter vários jogos diários é ótimo para os fãs, mas a temporada da NBA é uma dura maratona para equipes como o Golden State Warriors. O atual campeão, afinal, precisa disputar 82 partidas até realmente chegar o momento da defesa do título. São seis meses intensos que, a princípio, só eliminam dez dos 30 times. E poupar jogadores, para piorar, tornou-se um expediente cada vez mais comum na liga.
A franquia de San Francisco usou essa estratégia, aliás, na última quinta-feira. Os craques Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green foram poupados durante o confronto com o Cleveland Cavaliers. Todos tiveram alta minutagem na noite anterior, em derrota na prorrogação para o Boston Celtics. A equipe venceu, mas, para o técnico Steve Kerr, o “estrago” estava feito.
“Eu sinto-me terrível pelos torcedores, pois eles compram ingressos esperando ver grandes atletas jogarem. Então, não deixa de ser uma frustração não os ver ali. É uma parte, certamente, brutal desse negócio. É por isso que sempre vou defender que a temporada deveria ter 72 jogos. Você tira dez jogos do calendário e vai ser um alívio imediato”, explicou o técnico quatro vezes campeão da NBA.
Uma diminuição do número de partidas da campanha já esteve em discussão no passado. A questão é difícil, pois acarreta uma redução de receitas da liga. “Essa diminuição de partidas, como resultado, traria um descanso necessário para não sermos colocados em situações insanas. Com menos datas, certamente, poupar jogadores não aconteceria tanto assim”, garantiu o veterano.
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Em acordo
Para parte da torcida de Cleveland, a partida contra o Warriors tem um significado especial. É a única chance, por exemplo, de ver Curry de perto nessa temporada. Os ingressos do jogo são vendidos, provavelmente, por um preço superior do que outras partidas por causa do oponente. O treinador JB Bickerstaff, mesmo assim, concorda com o ponto trazido por Kerr.
“Você vê os jogadores atuais e já estão atuando de 15 a 20 anos profissionalmente. Então, eu acho que isso é uma troca. A liga diminui uns cinco jogos por ano e, em seguida, vai ganhar uma cinco temporadas a mais desses caras. Os fãs vão assistir a menos partidas agora, mas, em longo prazo, ganham mais tempo vendo os grandes astros”, defendeu o técnico do Cavaliers.
Os torcedores de Cleveland só vão ter a chance de ver Curry, então, na temporada que vem. Mas Bickerstaff acredita que isso vai possibilitar que o armador venha mais vezes a Ohio. “Sei que pode ser frustrante para os fãs, mas creio que seja para um bem maior. Estamos trabalhando para que esses superastros possam jogar por mais tempo. Isso, então, só faz bem para o basquete”, garantiu.
Maratona
Kerr e Bickerstaff, na verdade, resumem uma sensação compartilhada por muitos treinadores da liga. Uma temporada da NBA com menos jogos, por exemplo, dá mais tempo para que o Warriors e outros times simplesmente pudessem treinar. Mais lesões, além disso, são evitadas dessa maneira. Para o comandante dos campeões, esse é o sinal de um esporte cada vez mais “informado”.
“Temos muito mais dados hoje em dia e, com isso, compreensão sobre a condição física dos jogadores. Sabemos quem está ‘vulnerável’, em síntese. Comprovou-se que eles têm muito mais chance de lesão em back-to-backs. É a aplicação desses novos conhecimentos que estamos vendo na liga. Não se trata de poupar só por poupar”, justificou o ex-jogador do Chicago Bulls.
Esse é o cenário em um torneio em que os times disputam 82 jogos até que, por fim, realmente compitam por algo. “Todos só estão buscando, a princípio, serem cautelosos quando veem um de seus jogadores mais fragilizados fisicamente. Nós estamos participando, afinal, de uma maratona. Essa é uma competição de longo prazo”, concluiu Kerr.
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