Agente livre restrito, Cam Thomas vem sofrendo de um mal que o faz acreditar ser um astro da NBA. Apesar de ser um cestinha, Thomas é aquilo que todo mundo chama de “fominha”. Mas se ele fosse só isso, tudo bem. Afinal, vários jogadores da liga passaram ou passam por momentos em que acham que vão pontuar o tempo todo.
No entanto, Cam Thomas é unidimensional. Ou seja, só sabe fazer uma coisa. Peça a ele para marcar, por exemplo. Passar a bola, só em caso extremo. Ele manipula as jogadas de ataque, pois acredita ser a única solução do Brooklyn Nets.
De fato, Thomas vem evoluindo como um cestinha da NBA, melhorando a qualidade do arremesso de três, mas ainda bem longe de ser (ou parecer) um astro. Não estou falando de aproveitamento, que caiu para 34.9% em 2024/25, mas nas tomadas de decisões e na seleção. O problema, entretanto, é que para por aí. Não tem mais nada em seu jogo.
Para ter uma ideia, em 16 dos 25 jogos que fez na última campanha, ele teve três assistências ou menos. Então, na partida que marcou seu recorde na NBA no quesito, diante do Chicago Bulls, Thomas teve dez passes decisivos. Não sei se isso ativou algum músculo diferente em seu corpo, mas ele não voltou a jogar mais na temporada.
Apenas 11 jogadores tiveram mais arremessos que Thomas por jogo na última campanha da NBA. Deles, apenas Franz Wagner nunca foi ao All-Star Game. Quer um detalhe bizarro? Ele arremessou mais, em média, que LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant em 2024/25. Não faz o menor sentido, especialmente com 43.8% de aproveitamento nos lances gerais.
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Agora, Cam Thomas é agente livre restrito na offseason da NBA e não houve um rumor sequer sobre uma eventual saída do “astro”. E quando um jornalista experiente, Zach Lowe, o criticou por não passar a bola, ele se irritou. Falou que era o segundo em assistências do Nets e que não era um “cestinha de números vazios”.
Mas tal reclamação vem de uma frustração pessoal. Afinal, Thomas quer ter um salário de astro da NBA. De acordo com os rumores, ele quer algo em torno de US$30 milhões por ano. Segundo Brian Lewis, do New York Post, o jogador não se considera inferior a Tyler Herro, que foi ao All-Star Game em 2025.
OK…
Existem alguns motivos por Cam Thomas ter sido uma das últimas escolhas de primeira rodada no Draft de 2021 da NBA: ele não passa a bola, não defende e não ajuda seu time a vencer. Com 1.4 assistência em seu único ano no basquete universitário (34 minutos por jogo), o jogador parece querer dar alguns sinais, apenas no quarto ano na liga, de que existem outros quatro colegas ao seu lado em quadra.
Quando jogadores medianos e unidimensionais como Thomas começam a pedir US$30 milhões anuais, você entende que a NBA vai precisar manter as regras dos níveis de multas. Porque se algum time gasta tudo isso em caras assim, imagine os que realmente são astros.
Ego
É normal Cam Thomas pensar que é um astro na NBA. Alguém precisa pensar, então que seja ele. Com 24.0 pontos em 2024/25 e 22.5 em 2023/24, ele mostra consistência quando o assunto é atacar. É muito jovem, no entanto.
Thomas vai completar 24 anos apenas na pré-temporada da NBA, em outubro. Pelo fato de ter minutos muito limitados em suas duas primeiras campanhas no Nets, ele entrava nos jogos pensando apenas em atacar e esquecia o resto. Mas quando joga por mais de 30 em dois anos consecutivos, espera-se que ele faça mais do que só isso.
Claro que tem o fator ego ao responder uma crítica de jornalista. Cam Thomas poderia apenas ficar calado e mostrar, em quadra, que pode ser muito mais. Até aqui, é pouco. Não adianta nada fazer 30 pontos e o time perder por 20. Em 140 jogos que teve 20 minutos ou mais, o Nets perdeu 90 (35.7%). Quando não jogou ou ficou em quadra por menos de 20, são 97 vitórias e 91 derrotas (51.6%).
Na última temporada da NBA, mesmo após as trocas, Thomas não era nem o terceiro melhor jogador do Nets. Até porque, ali estavam caras domo Dennis Schroder (depois, D’Angelo Russell), Cam Johnson, Nic Claxton e, até dezembro, tinha Dorian Finney-Smith.
É por conta de casos como Cam Thomas que a NBA busca medidas para frear os gastos dos times. Ao invés de US$30 milhões, ele pode ficar só com a oferta qualificatória, no valor de US$5.99 milhões. Depois, volta a ser agente livre, em 2026/27.
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