Houve uma época em que Ben Simmons era considerado o melhor jogador do Philadelphia 76ers e o próximo superastro da NBA. Mesmo ao lado de Joel Embiid, havia sempre alguém que sustentava que se o Sixers tivesse de optar por um dos dois, deveria ser pelo australiano. Poucos anos depois, a discussão parece jamais ter existido.
Agente livre, Ben Simmons deixou de ser um jogador relevante na NBA. Apesar de ter apenas 29 anos, é como se sua carreira existisse apenas depois da saída do Sixers. Ninguém mais se lembra daquele grande armador que não tinha medo de atacar a cesta e fazer lances incríveis na liga.
Mas sabe de uma coisa? Nem ele.
Primeira escolha no Draft de 2016 da NBA, Simmons só estreou na liga um ano depois, por conta de uma lesão. Mas não foi exatamente um problema. Quando pisou em quadra, todo mundo viu que ele era diferente. Não por menos, venceu o prêmio de melhor calouro. Recebeu 90 dos 101 votos, muito acima do segundo, Donovan Mitchell. Por fim, completando o pódio, Jayson Tatum.
Olhando hoje, o ex-jogador do 76ers parece um intruso ali. Ben Simmons é meio que o Dwight Powell da lista dos seis jogadores que estão há dez anos ou mais no mesmo time da NBA. Mas isso já foi muito diferente.
Assim que estreou pelo 76ers, Simmons era uma versão única na NBA. Afinal, ninguém tinha visto um armador de 2,08 m, com tanta capacidade defensiva. Esse tipo de jogador não existiu na liga até a sua primeira partida.
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O que é mais triste em tudo isso é que Ben Simmons teve a sua carreira na NBA definida por apenas um lance no 76ers. Ao passar a bola enquanto estava embaixo da cesta nos momentos decisivos contra o Atlanta Hawks, nos playoffs de 2021, ele apenas se apagou. Nunca mais foi o mesmo. E nem passou perto disso.
Ben Simmons nos últimos períodos da série contra o Hawks:
Jogo 1: 2-2 FG
Jogo 2: 0-0 FG
Jogo 3: 1-1 FG
Jogo 4: 0-0 FG
Jogo 5: 0-0 FG
Jogo 6: 0-0 FG
Jogo 7: 0-0 FGIndefensável.
Essa não enterrada hoje, livre, embaixo da cesta, foi a pá de cal. pic.twitter.com/9SLgiJIcTT
Continua após a publicidade— Jumper Brasil | NBA | NBB (@jumperbrasil) June 21, 2021
O lance ocorreu quando restavam cerca de três minutos para o fim. Depois daquilo, Ben Simmons deu mais uma assistência, roubou uma bola e foi ao lance livre. Acertou um dos dois e foi para o banco, de onde não saiu nos últimos 54 segundos.
Foi uma jogada estranha, mas a série não era boa. Não é que aquilo aconteceu do nada. Simmons já não estava atacando a cesta, especialmente no último quarto da série pelo 76ers. Afinal, ele terminou a primeira rodada com três arremessos nos quartos períodos contra Atlanta. Sim, nos sete jogos.
Havia uma questão de falta de confiança, pois tinha medo de ir ao lance livre, onde não era bom. Ben Simmons tinha problemas antes daquilo tudo acontecer.
Mas apenas como comparação, nos últimos três jogos da fase regular de 2021, ele acertou sete dos oito lances livres que tentou. Então, no primeiro jogo dos playoffs, contra o Washington Wizards, Ben Simmons errou as seis tentativas.
Críticas pesadas
Cada um é de um jeito. Você já ouviu isso antes. Ben Simmons chegou a ser considerado um dos melhores jogadores da NBA enquanto jogava pelo 76ers. Ele não arremessava de três e era ruim nos lances livres, mas seu jogo era muito acima disso. Simmons era um defensor implacável, um criador incrível e acumulava 32 triplos-duplos, três All-Stars, dois times de defesa e um time ideal da liga até ali.
Tudo isso nos primeiros quatro anos. Então, não estamos falando de um “bagre”. De certa forma, Ben Simmons era para Joel Embiid o que Jaylen Brown é para Jayson Tatum. Havia uma conversa de que se o físico do pivô não suportasse a pressão da NBA, o armador seria o escolhido para ficar. Afinal, Embiid jogou em apenas 31 partidas em seus três primeiros anos.
De um ano para o outro, o 76ers saiu de 28 vitórias para 52 quando Simmons estreou. Em pouco tempo, tudo mudou. Embiid já foi MVP da NBA, enquanto ele luta por ter um time.
Lances livres
Mas os lances livres e os arremessos de Ben Simmons eram motivos de muitas críticas. Em alguns jogos, os times faziam falta para que ele fosse até a linha. Tudo aquilo minou sua confiança. Contra o Wizards, ele errou os dez primeiros naquela série. Chegou para enfrentar o Hawks sob muita pressão. Então, nos primeiros dois jogos diante de Atlanta, ele acertou três das 12 primeiras tentativas.
Sim, Ben Simmons estava com medo de atacar e sofrer falta. Terminou a série com 34.2% de aproveitamento da linha (25 em 73). Não era lesão. Era um astro da NBA com receio de críticas.
E sabe o que é o pior de tudo? Nos treinos, ele acertava quase 90%. Não é que ele não soubesse arremessar. Nos jogos, com torcida, o papo era outro.
Doc Rivers, Joel Embiid, direção e futuro
Assim que o 76ers foi eliminado pelo Hawks nas semifinais do Leste da NBA, Ben Simmons foi duramente criticado por Joel Embiid e Doc Rivers, então técnico. No lance em que passou a bola, Trae Young era seu marcador. Dentro do garrafão, embaixo da cesta, com Young marcando. Então, quais as chances de ele errar?
Rivers e Embiid deram entrevistas em um tom de crítica, deixando em dúvida sobre a real capacidade de Ben Simmons ajudar. Foi a gota d’água e ele pediu para sair em troca.
Demorou muito para conseguir se livrar do 76ers, enquanto Simmons levava seguidas multas da diretoria por não treinar ou jogar. A passagem pelo Brooklyn Nets foi terrível, por conta de dores nas costas e poucos jogos. Foi dispensado e fechou com o Los Angeles Clippers, onde pouco teve a chance de atuar.
Hoje, Ben Simmons pouco lembra aquele que foi chamado de o próximo LeBron James ou o cara que ganhou elogios de Magic Johnson e Julius Erving. Após quase um mês de agência livre, ele segue sem time. Não por escolha própria, mas das franquias.
Ele sabe jogar basquete, mas não o faz há mais de quatro anos. Ben Simmons ainda não chegou ao seu fim na NBA e deve ganhar mais uma chance, mas elas estão acabando.
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