O astro Jimmy Butler quer troca para qualquer time “que não seja Miami”, de acordo com Shams Charania, da ESPN. Mas sua situação é cada vez mais difícil. Isso porque as notícias sobre a eventual negociação apontam caminhos ruins. Às vezes, para ele mesmo. Então, vamos citar aqui tudo o que sabemos até o momento.
Jimmy Butler é um jogador falastrão. Ou seja, não tem problemas em dizer o que pensa e, ao mesmo tempo, mostra um caminho diferente de outros jogadores atuais na NBA. Enquanto vários evitam polêmicas, ele “vai atrás” delas. E não se preocupa em levar multas. Após a suspensão, ele vai receber US$2.5 milhões a menos de seu salário (US$48.8 milhões). Afinal, ele sabia que entrar em choque com Pat Riley poderia acontecer algo assim. Se Butler gosta de uma boa briga, Riley gosta ainda mais.
E tudo começou ainda na última temporada da NBA, muito antes de pedir troca, quando Jimmy Butler parecia se preocupar muito mais com outras coisas do que com o seu próprio time. Ele sempre aparecia em eventos que não tinham nada a ver com o Miami Heat. Aquilo, por si só, deixou Riley desconfiado. Não que fosse o bastante, mas já era algo que pesava contra o jogador.
Era Fórmula 1? Jimmy Butler estava lá. Tênis? Idem. Enquanto isso, o Heat brigava para entrar no play-in. E menos de um ano antes, o time disputava a sua sétima final de NBA em pouco mais de 35 anos. Aliás, em todas elas, Riley esteve presente.
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Hoje, o Heat tem um time mediano, longe da briga pelos primeiros lugares, enquanto Jimmy Butler pede troca. Com o nono lugar no Leste, está muito atrás daqueles que o próprio Riley acredita ter força para superar, como Boston Celtics e Cleveland Cavaliers. Mas para negociar Butler, o presidente quer justamente outro jogador que consiga fazer a equipe jogar por isso, pelo topo.
Ou seja, não adianta oferecer “um caminhão” de escolhas de Draft ou jovens jogadores que não vai levar Butler em troca. Não é assim que vai funcionar. Nem que seja para o jogador sair de graça ao fim do contrato. No entanto, ele possui opção para a próxima temporada no valor de US$52.4 milhões. Quem vai querer se comprometer com isso?
Bem, aí está um problema.
De acordo com Brian Windhorst, da ESPN, tudo tem a ver com dinheiro. Apenas um time poderia oferecer uma extensão que Jimmy Butler após a troca: o Phoenix Suns. Butler quer o Suns (além de outras três equipes) e lá ele teria a chance de brigar pelo título. E mesmo que não vença, uma boa segunda metade de temporada, além de avançar nos playoffs, seria o bastante para Phoenix dar a ele o que quer.
E o Suns depende que Bradley Beal abra mão de cláusula de veto em troca.
Então, Windhorst indica que qualquer proposta de troca no momento por Butler é ruim. Sob o olhar do Heat, claro.
Warriors diz “não”
O Golden State Warriors está na lista de Jimmy Butler, mas a equipe não teria interesse em desfazer seu elenco por ele. O que é justo, afinal. É certo que o Warriors quer uma troca e pode oferecer alguns jogadores. No entanto, não a ponto de perder cinco ou seis atletas.
Grizzlies agradece, mas passa
Apesar de o Memphis Grizzlies não estar na lista de Butler para troca, era visto como um eventual caminho. Poderia acontecer, pois Memphis possui escolhas de Draft, além de alguns jogadores que até agradariam Pat Riley. Marcus Smart, por exemplo, se encaixa na tal “Heat Culture”.
Mas, mesmo assim, o Grizzlies não quer. O time está de olho em troca por um jogador muito mais jovem e capaz de pontuar, o ala Cam Johnson, do Brooklyn Nets. É o que faz mais sentido hoje, enquanto o Nets aceita as picks, diferente do que Miami planeja.
E Butler não quer o Grizzlies. Então, não tem nada aqui.
Nuggets não tem encaixe
O Denver Nuggets é outro time que quer uma troca, mas não seria por Jimmy Butler. E a explicação é bem simples: não tem encaixe.
Todo mundo sabe quem está disponível ali: Michael Porter. O Nuggets não mandaria um de seus melhores arremessadores por alguém que não arremessa de três. Ou, se o faz, não é tão bom assim.
E tem a questão do encaixe. Nikola Jokic, Russell Westbrook e Jamal Murray já cuidam da bola por lá. Imagine chegar um quarto jogador que demande isso. Não funciona.
É possível que o time de Denver faça algo, mas recebendo mais do que um jogador em uma eventual troca para melhorar seu elenco de forma geral. Ter opções no banco é vital para uma tentativa de título nos playoffs.
Houston Rockets?
Se tem um time que poderia fazer algo por Butler é o Rockets. São vários os cenários envolvendo jogadores que possam ajudar agora e no futuro, como Jabari Smith Jr ou Dillon Brooks. Mas Smith sofreu lesão e só deve voltar dia 6 de fevereiro, data da trade deadline.
Além disso, o Rockets possui jogadores para o futuro (Cam Whitmore e/ou Reed Sheppard) e contratos expirantes (Jeff Green, Steven Adams e Jae’Sean Tate). Tudo isso agradaria. E ainda tem o fato de que Jimmy Butler é de Houston.
Mas a troca para o Rockets, no momento, é vista como difícil. Não impossível, entretanto.
Mavericks não tem o que mandar
O quarto time na lista de Jimmy Butler é o Dallas Mavericks. Só não tem o que mandar para Miami. Simples assim.
O Mavs não vai enviar ninguém em troca com os nomes de Kyrie Irving, Klay Thompson, PJ Washington por Butler. E nem considere Luka Doncic, pois não existe a menor chance de acontecer.
Então, o Mavericks não vai fazer nada ali. É só um lugar onde Butler gostaria de jogar, mas só na próxima temporada e com um monte de “se”.
Se Butler deixar o contrato, se ele aceitar um acordo mínimo para veteranos, se o próprio Mavs tiver interesse. Portanto, esqueça.
Time fora do radar
Até pode acontecer, mas depende muito do que os times estejam pensando para o futuro. Chicago Bulls, por exemplo, tem peças que agradariam ao Heat em uma troca. Mas a direção do Bulls quer deixar o elenco pior para ficar com a escolha de Draft. Então, não faz sentido.
Falaram até de Detroit Pistons, mas por que o time faria isso agora? O Pistons está jogando o que não o fez nas últimas temporadas. Adicionar Butler por um “aluguel” e perder peças?
O Atlanta Hawks apareceu recentemente nos rumores, mas ofereceria um pivô (Clint Capela) para um time que já tem Bam Adebayo.
Talvez, Sacramento Kings se o time decidir que De’Aaron Fox tenha de sair. Mas o Kings vem de cinco vitórias consecutivas e perdeu apenas o primeiro jogo sob o comando de Doug Christie.
Por fim, Minnesota Timberwolves e Indiana Pacers. Enquanto o Timberwolves poderia mandar algo como Julius Randle e Donte DiVincenzo, o Pacers teria de desfazer de vários jogadores. Por enquanto, não parecem destinos para Jimmy Butler.
Ficar em Miami
Na pior das hipóteses, Jimmy Butler não vai para lugar nenhum depois do dia 6 de fevereiro, cumpre a suspensão (já foi um jogo) e volta às quadras com a camisa do Heat. É o ideal? Não, mas dentro do que acontece no momento, se Pat Riley quiser, é o que vai acontecer.
Riley não se importa em perder Butler de graça ao fim da temporada. Mas Butler realmente se importa em abrir mão de um contrato de US$52.4 milhões? Aos 36 anos (em setembro), ele vai demandar um salário perto disso na próxima offseason.
E quem é que vai pagar isso? Mas mais que isso, quem pode pagar?
Afinal, com o novo CBA (acordo coletivo de trabalho), todo mundo está com suas contas no limite. Talvez, o Brooklyn Nets ofereça algo se estiver pronto para competir. Mas a tendência é que não.
Na queda de braço com Riley, quem perde é Butler.
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