Fonte: Garrett Ellwood / AFPA temporada do Golden State Warriors, certamente, não está à altura de uma defesa de título até agora. Longe disso. A equipe venceu só metade das suas 58 partidas até agora e, com isso, ocupa a nona posição do Oeste. Ou seja, o atual campeão entraria no play-in em condição de desvantagem. E só está um jogo à frente da zona de classificação da conferência.
Os resultados são ainda piores, aliás, quando pesamos a performance da equipe como visitante. O time do técnico Steve Kerr conquistou só sete vitórias em 29 duelos longe de San Francisco. Só as três franquias de pior recorde do ano, por enquanto, são mais ineficientes fora de casa. Preocupante!
Mas, na hora da decisão, os campeões viram a chave. Certo?
Nós reunimos quatro três integrantes da nossa equipe e o convidado Guilherme Campos (podcast Splash Brothers) para discutir isso. O Golden State Warriors, então, ainda pode repetir o sucesso da última temporada e buscar mais um título da NBA? Ou aquela mágica acabou? Vamos lá!
1. Qual é a diferença do Warriors campeão de 2022 para o atual?
Gustavo Freitas: O Warriors tinha a melhor eficiência defensiva da liga na última temporada. Mas, hoje, piorou muito. E sem expectativa de melhora. Gary Payton II, por exemplo, chega lesionado. Basta ver as atuações recentes dos pivôs adversários para notar como o garrafão tem sido explorado.
Antonio Gomes: Profundidade de elenco. Sem Otto Porter e Gary Payton II, por exemplo, Golden State perdeu versatilidade e experiência na rotação. Apostou em garotos e, por enquanto, não teve sucesso. Assim, o time tornou-se totalmente dependente do brilhantismo de Stephen Curry.
Guilherme Campos: Elenco. O quinteto titular até mantém o alto padrão da última temporada, pois registra um net rating de 21,9 pontos por 100 posses de bola. Mas as reposições de Porter e Payton II não evoluíram. A proteção defensiva a Jordan Poole, além disso, mostrou-se falha.
Gustavo Lima: O Warriors parece acomodado na hora de defender, em síntese. Falta vontade, gana. O atual campeão ter a 11ª pior eficiência defensiva da liga diz muito. E, além disso, a queda da equipe depois do soco de Draymond Green em Poole não pode ser coincidência.
Ricardo Stabolito: A resposta óbvia é a defesa e profundidade do elenco, mas eu vou além. Diria que, ao mesmo tempo, trata-se de obstinação. O Warriors era um time com uma missão na temporada passada. Agora, eles só querem que os jogos da temporada regular acabem logo.
2. Verdadeiro ou falso: sem Stephen Curry, o Warriors virou um time comum.
Gustavo Freitas: Verdadeiro, mas nem tanto. Klay Thompson “voltou no tempo” e, assim, assumiu o time ofensivamente. Golden State segue difícil de vencer em casa. Mas fora… Mesmo com Curry saudável, a equipe já não jogava bem longe dos seus domínios.
Antonio Gomes: Verdadeiro. Qualquer equipe sem o seu principal jogador, aliás, vira comum. Curry é diferenciado. É natural, então, que o Warriors caia em sua ausência. No entanto, essa é uma boa oportunidade para que outros chamem a responsabilidade e voltem a encaixar tudo.
Guilherme Campos: Verdadeiro. Sem Curry, o time cai muito de rendimento e a tabela mostra como torna-se comum. Poole, a princípio, deveria ser o substituto. Mas, defensivamente, ele é um problema que o armador titular não é.
Gustavo Lima: Verdadeiro, mas acho que aconteceria com qualquer equipe. A ausência do maior arremessador da história derrubou o nível de Golden State. O sistema de jogo é voltado para maximizar Curry e, sem a referência, sofrem nos dois lados da quadra.
Ricardo Stabolito: Verdadeiro. Com o passar do tempo, Curry foi o jogador que segue a desequilibrar as defesas de maneira constante no Warriors. É o armador, além disso, que entrega criação sem comprometer a defesa. Golden State parece um barco à deriva, em vários momentos, sem ele.
3. Por fim, a temporada do Golden State Warriors tem salvação na NBA?
Gustavo Freitas: Sim. O Warriors tem algo a mais quando a confiança aumenta. Está perdendo por dez pontos e, de repente, acerta uma sequência para vencer o jogo por uns 20. Basta encaixar umas vitórias seguidas que, de alguma forma, a coisa funciona. Mas sempre fez isso com boa defesa, o que não tem agora.
Antonio Gomes: Sim. A última década já mostrou que não dá para duvidar desses caras. A temporada é decepcionante, mas são apenas 2,5 jogos atrás do mando de quadra no Oeste. Uma sequência de vitórias e estão de volta à disputa.
Guilherme Campos: Sim, mas não é tão provável assim. A salvação vai vir com a potencial classificação para os playoffs, que, hoje, não parece ser uma realidade.
Gustavo Lima: Sim. Uma vez nos playoffs, o Warriors vira outro time. Teria receio de enfrentá-los nos playoffs, pois são focados e sabem fechar jogos. Em oito anos sob o comando de Steve Kerr, eles fizeram seis finais e ganharam quatro títulos. Esse núcleo só não foi finalista, aliás, quando ficou de fora dos playoffs.
Ricardo Stabolito: Sim. Afinal, eu não desprezo o atual campeão. Mas, mesmo os times que “viraram a chave” nos playoffs, mostraram mais do que esse Warriors na temporada regular. O nono lugar do Oeste é o resumo perfeito do time hoje.
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