Revisão da temporada – Portland Trail Blazers

Com 50% de aproveitamento durante a temporada regular, a equipe venceu forte concorrência para ir aos playoffs

Fonte: Com 50% de aproveitamento durante a temporada regular, a equipe venceu forte concorrência para ir aos playoffs

Portland Trail Blazers (41-41) – oitavo colocado na conferência Oeste

Playoffs: Eliminado na primeira rodada pelo Golden State Warriors

MVP do time na temporada: Damian Lillard – 27.0 pontos, 4.9 rebotes, 5.9 assistências e 0.9 roubo de bola

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 Pontos positivos da última temporada

– Damian Lillard é mais um grande jogador em constante evolução na NBA. Assim como James Harden e Russell Westbrook, Lillard viveu seu melhor ano na liga em 2016-17 e teve as melhores médias da carreira em vários fundamentos. Destaque-se a eficiência nos arremessos de quadra, acima dos 50% de aproveitamento. Sob uma perspectiva diferente da temporada anterior, o armador tentou menos arremessos de três pontos, mas, por outro lado, esta foi a temporada que Lillard mais foi à linha de lance livre.

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– Após reivindicar o prêmio de jogador que mais evoluiu no ano passado, CJ McCollum teve uma temporada de afirmação na liga. Com excelentes números, incluindo 48% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 42% nos arremessos de três pontos, o ala-armador obteve média de 23.0 pontos em 2016-17 e demonstrou um repertório mais completo na linha ofensiva da equipe de Portland.

– É preciso ressaltar a versatilidade de Terry Stotts para comandar a equipe durante a temporada. O treinador encontrou um ponto de equilíbrio na rotação, extraindo o máximo que seu elenco poderia produzir. Uma tarefa dificílima foi a de garantir desempenho defensivo sem sacar minutos dos seus dois principais jogadores: Lillard e McCollum. Ao alinhar algumas peças complementares, o técnico fez um bom trabalho para manter equilíbrio dos dois lados da quadra.

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– Se por um lado alguns investimentos não surtiram o efeito esperado, como os casos de Allen Crabbe e Evan Turner, podemos afirmar que Jusuf Nurkic chegou muito à vontade. O pivô praticamente dobrou todas os seus números desde que desembarcou em Portland, bem como foi um dos principais responsáveis por garantir a equipe na pós-temporada.

Pontos Negativos

– Custo-benefício: o Blazers conseguiu ter a terceira folha salarial mais onerosa da liga após a offseason de 2016. A franquia fechou contrato com o ala Evan Turner, que vinha de uma temporada sólida em Boston, e ainda cobriu a oferta do Brooklyn Nets para manter o ala Allen Crabbe. O problema é que nenhum dos dois jogadores corresponderam às expectativas, assim como outros em situações um pouco diferentes, que serão destaque a seguir:

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– Parecia um steal quando a contratação de Festus Ezeli foi anunciada, com um salário de US$7.4 milhões. Contudo, com uma grave lesão no joelho esquerdo, o pivô sequer estreou pela sua nova equipe. O caso de Ezeli poderia perfeitamente se enquadrar no parágrafo anterior, afinal, não trouxe benefício algum para o time na temporada. Fica muito difícil escolher o que foi pior: se foi o baixo rendimento de Evan Turner que recebe um salário alto, ou se foi a contratação mais barata de Ezeli, que não chegou nem a jogar.

– Meyers Leonard era uma aposta caseira que a franquia não queria deixar escapar. Com o aumento do cap, o salário do pivô não foi dos mais caros, mas o seu desempenho dentro de quadra foi de causar desgosto na torcida. Com o segundo pior aproveitamento do time nos arremessos de quadra (38.6%), Leonard conseguiu médias de 5.4 pontos, 3.2 rebotes e 1.0 assistência em 74 partidas disputadas.

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Análise

Com performance espetacular do astro Damian Lillard e a evolução surpreendente de CJ McCollum, o Blazers obteve a quinta melhor campanha do Oeste em 2015-16, mesmo quando todos apostavam na reconstrução do elenco após perder LaMarcus Aldridge. A equipe chegou a despachar o Los Angeles Clippers nos playoffs e só foi eliminada pelo poderoso Golden State Warriors nas semifinais de conferência. Assim, não havia um cenário mais otimista para começar uma nova temporada.

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Após investir pesado para manter e qualificar seu elenco para a disputa de 2016-17, o rendimento da equipe não saiu como o planejado. Repetindo o script do ano anterior, o Blazers foi mal na primeira metade da temporada e teve que correr atrás do prejuízo na reta final da campanha. Quem acompanhou de perto a trajetória da franquia, deve concordar que os 50% de aproveitamento durante a fase regular, que foram suficientes para levar o time aos playoffs, tornaram a campanha positiva, no final das contas.

Considerando que alguns jogadores contratados não corresponderam à altura, Terry Stotts teve muito trabalho para encontrar uma maneira harmoniosa de encaixar a equipe. Enquanto muitos técnicos não conseguem organizar os minutos de suas principais estrelas em quadra, Stotts parece ter a fórmula ideal para resolver esse problema. Com disciplina e organização tática, o treinador conquistou a confiança dos jogadores.

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Em que pesem os discursos de offseason de CJ McCollum, no sentido de que estava treinando para aprimorar a defesa, é muito difícil você criar uma qualidade em um jogador que não tem essa característica específica. Assim, o treinador absorveu o problema e teve que encontrar uma alternativa para solucioná-lo, evitando sacrificar minutos da sua dupla de armadores. Foi então que Maurice Harkless e Al-Farouq Aminu passaram a desempenhar papel fundamental na rotação do time, muitas vezes para balancear o sistema defensivo deficitário com Lillard e McCollum.

No garrafão, o time encontrou seu melhor encaixe com a chegada de Jusuf Nurkic. Stotts posicionou o pivô bósnio para proteger e manipular a área pintada, fazendo prevalecer seu aspecto físico para predominar nos rebotes. Além disso, o jogador foi a força ofensiva que o time precisava dentro do garrafão, uma carência que perdurava desde a saída de LaMarcus Aldridge.

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Com a centralização de Nurkic, o jovem Noah Vonleh finalmente começou a mostrar seu potencial e ganhou a titularidade. Após a parada do all-star game, o pivô de 21 anos angariou médias de 6.7 pontos, 7.2 rebotes, convertendo 57% dos arremessos de quadra, bem como 70% de aproveitamento na linha de lance livre.

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Diante de tantas adversidades encontradas durante a campanha (jogadores que não vingaram, lesões e contratações tardias), o time encontrou uma forma ideal de atuação já na reta final de temporada. Para se ter uma ideia, Nurkic atuou em apenas 20 partidas da fase regular. Assim, fica difícil exigir muita coisa da equipe. A já esperada eliminação para o Golden State Warriros, pelo segundo ano consecutivo, não foi nenhuma surpresa.

Futuro

Apesar de a última temporada não ter saído conforme o esperado, o modo como o trabalho vem sendo desenvolvido em Portland ainda é promissor, o que deve manter o Trail Blazers na disputa por uma vaga nos playoffs.

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Damian Lillard e CJ McCollum devem ingressar na fase de auge técnico nos próximos anos e só devem melhorar em seus respectivos papéis. Talvez essa seja a principal aposta de quem deseja ver a franquia atingindo a marca de 50 vitórias na próxima temporada. Jusuf Nurkic, que não teve muito tempo para trazer um grande impacto, poderá fornecer o apoio necessário e formar uma base consistente para aliviar a pressão sobre a dupla de armadores.

No draft 2017, o Blazers decidiu trocar suas escolhas 15 e 20 pela décima pick, que pertencia ao Sacramento Kings, justamente para selecionar Zach Collins. Pivô mais técnico da classe deste ano, o ex-jogador de Gonzaga chamou a atenção no último March Madness com grandes atuações, mesmo com o pouco tempo de quadra. Collins tem agilidade e controle corporal impressionantes para um jogador de sua altura (2.13m). Grande finalizador em situações de pick and roll, ele tem potencial para se tornar um big man capaz de espaçar a quadra na NBA.

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Para aliviar um pouco um dos maiores problemas que o Blazers enfrenta – a sua folha salarial – a franquia trocou para o Brooklyn Nets o ala-armador Allen Crabbe e recebeu em contrapartida o ala-pivô canadense Andrew Nicholson. Esta negociação viabilizou uma economia de mais de U$40 milhões ao time de Oregon.

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Percebe-se, portanto, que a equipe de Portland visa reorganizar-se após uma tentativa frustrada de brigar pelo topo da conferência Oeste. Na próxima temporada, a franquia precisa ter ainda mais cautela, pois a concorrência aumentou de forma bastante significativa. Manter-se nos playoffs já parece ser uma grande conquista.

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