A maior conclusão sobre o Golden State Warriors de Stephen Curry na NBA de 2024/25 é de que a equipe precisa de uma troca para se elevar na Conferência Oeste. Não que a temporada seja um desastre. Na verdade, ela provavelmente é melhor do que se projetava há dois meses. Mas se isso é uma verdade, porque os rumores e quase todos os analistas estão indicando que a franquia precisa tanto de um negócio no mercado?
Essa é uma discussão, aliás, que já tinha acontecido na offseason. Golden State perdeu Klay Thompson e o substituiu por um número de bons reforços, como De’Anthony Melton, Buddy Hield, Lindy Waters III e Kyle Anderson.
Por um lado, a maior profundidade do elenco era o ponto forte no balanço final e tem sido um grande trunfo da temporada mesmo.
Entretanto, perder Thompson era perder alguém que não é facilmente substituído. Não necessariamente por sua pontuação, foram 17.9 pontos por jogo em 2023/24. Mas, sobretudo, pela “gravidade”. Em uma campanha abaixo da crítica de sua carreira, ele teve 39% do perímetro em nove tentativas por jogo. Isso atrai a marcação, exige que um defensor esteja sempre colado nele e era uma maneira de aliviar a pressão em Curry.
Mas havia um grande candidato para substituí-lo entre os novos reforços: Buddy Hield. Ou seja, um dos arremessadores mais prolíficos da liga desde que chegou na NBA. E de certa forma, isso funcionou. Sobretudo, no começo da campanha. Afinal, ele chegou a ser o cestinha do Warriors na campanha, com um ótimo aproveitamento triplo e volume.
Desde então, é justo dizer que ele voltou à normalidade de sua carreira. Mas a experiência com o arremessador diz muito sobre a necessidade do Warriors de Curry por uma troca na NBA.
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Hield é o termômetro
O novo ala-armador da equipe não tem números que indiquem o quão importante ele é para essa equipe. Hield tem 14.5 pontos, 3.5 rebotes, 1.5 assistência e acerta muito bons 43% das bolas de três. Mas olhe mais a fundo e veja como ele é vital na vitória ou na derrota.
Em sete dos 23 jogos da temporada 2024/25, ele anotou 20 pontos ou mais. Em todos esses confrontos, o Warriors venceu. Se diminuirmos um pouco a linha, a métrica continua se aplicando. São dez partidas com pelo menos 15 pontos marcados e nove vitórias para a equipe.
Ou seja, ele alcança 20 pontos em 30.4% dos jogos do Warriors na temporada e passa dos 15 em 43.4% da campanha até agora.
A carreira de Hield é a de um grande arremessador, mas que sempre viveu sujeito a chuvas e trovoadas. A trajetória em 2024/25 diz muito sobre isso. Isso porque ele também tem sete jogos em que não chegou aos dois dígitos de pontuação. Foram apenas duas vitórias da equipe de San Francisco nesses confrontos.
Apesar dos números estrondosos em arremessos, vale dizer que sua contratação foi vista com desconfiança quando ocorreu. Ele vinha de uma decepcionante passagem pelo Philadelphia 76ers onde sequer foi utilizado nos playoffs.
Então, é um sucesso que ele tenha sido tão relevante em muitas vitórias na campanha, certo? Sim. Mas também é muito claro que isso não é sustentável. Portanto, depender disso não será um bom cenário ao longo do processo.
Experiências do passado também mostram isso
Como disse lá atrás, a experiência Buddy Hield mostra o quão benéfico e positivo é ter alguém que consiga pontuar com frequência e eficiência ao lado de Stephen Curry. E existe um paralelo bem interessante que pode ser usado como base do que não repetir: o Warriors de 2020/21.
Essa equipe foi construída após o ano sabático de Golden State em 2019/20. Além do retorno de Curry, que jogou só cinco partidas naquela temporada, a equipe também tinha a expectativa de ter Klay Thompson após a grave lesão na final de 2019. No entanto, o ala-armador rompeu o tendão de Aquiles e ficou mais um ano fora.
Então, Curry foi um dos melhores jogadores daquela temporada. Ele foi o cestinha, anotando 32 pontos de média. Enquanto isso, pegou 5.5 rebotes, distribuiu 5.8 assistências e teve 1.2 roubo de bola de médias. Tudo isso com 42% nas bolas triplas. Foi o terceiro na corrida para o MVP e esteve no time principal da temporada. No entanto, não jogou os playoffs.
A equipe caiu no play-in para o Memphis Grizzlies, em campanha marcada pela incrível dependência ofensiva do astro. Curry fez tudo isso em um Warriors que teve apenas a 20ª eficiência ofensiva da NBA naquele ano e que não conseguiu uma troca decisiva para ajudá-lo.
Não que o cenário esteja tão radical atualmente na equipe de 2024/25. Mas pode se tornar. Mesmo com o bom trabalho coletivo e a volta de uma defesa muito sólida, Golden State tem estado em baixa e caído na tabela enquanto outras forças do Oeste crescem. Uma força ofensiva mais constante que Hield, faria muita diferença.
Mas onde está essa troca?
É aqui que a coisa toda se torna interessante. Afinal, a franquia foi uma das mais citadas em grandes rumores na agência livre. Desde tentar uma sign-and-trade por Paul George, a ser o principal interessado em Lauri Markkanen em uma troca com o Utah Jazz, o Warriors já se mostrou disposto a tentar um grande movimento para ajudar Curry em seus últimos anos na NBA.
Bom, nada disso deu certo, mas existem outros nomes no mercado.
O Chicago Bulls parece ser um time para se olhar. A franquia de Illinois está louca para negociar Zach LaVine e Nikola Vucevic. Aliás, ambos tem feito boa campanha, com o ala-armador voltando bem de lesão e fazendo mais coisas do que apenas pontuar. Enquanto isso, o pivô voltou a arremessar muito bem e não é exagero dizer que, na sua posição, é um dos mais sólidos ofensivamente da liga até agora.
Um outro alvo possível era Brandon Ingram, do New Orleans Pelicans, mas sua recente lesão no tornozelo será decisiva para que um acordo entre as franquias aconteça. Ao menos, em um futuro próximo.
Por fim, vale ressaltar que os nomes não são seguros no aspecto funcional. Se algo assim acontecer, garanto que questionamentos existirão em relação ao quão impactantes esses astros podem ser. Ou então, o quanto podem se tornar problemas na defesa. Então, existem outras possibilidades?
T0rcer por desastres em outros lugares
Um nome que foi ligado ao Warriors em rumores menos diretos desde que a temporada passada acabou foi Jimmy Butler. O astro do Miami Heat não ganhou uma extensão máxima com a franquia, que tenta sair do status de medíocre, que pareceu ser a realidade do último ano.
Porém, olhando o momento atual, é difícil sonhar com isso. Ao menos para essa temporada e para a trade deadline. Isso porque o Heat parece estar em uma patamar similar ao Warriors. Apesar de alguns problemas, a fase tem sido melhor com algumas boas vitórias recentes e uma equipe que parece estar a uma peça de conseguir algo maior.
Mas se a consolidação não chegar na Flórida, seria tão impossível assim?
LeBron James é um sonho distante, mas rumores voltaram a ligar jogador e franquia nos últimos tempos. Mas como terá que ser a campanha para o Lakers estar disposto a negociar o astro? Bom, não parece o tipo de coisa que vá acontecer. Acima de tudo, com um jogador disposto a ficar em Los Angeles e uma franquia que, ao seu modo, ainda tenta lhe dar uma última chance de título.
Mas se tudo desmoronar, quem poderia ser uma opção mais viável do que uma troca para o Warriors com os amigos Curry e Green, e uma chance de formar uma dupla tão incrível na NBA? É algo que parece distante de qualquer jeito.
Enfim, a questão aqui é que a NBA é mutável. Times que dão errado estão por aí o tempo todo. Então, de repente, alguém fora de cogitação pode se tornar um alvo.
Conclusão
Por fim, o Warriors sabe que precisa de um movimento. Mas um 2024/25 melhor do que o esperado garante que não exista um certo desespero no processo. O que é vital.
A temporada mostrou bons sinais por muitos lados. Por exemplo, o retorno do bom nível de Andrew Wiggins e Kevon Looney, jogadores importantes do último título do Warriors. Ao mesmo tempo, Draymond Green faz sua melhor temporada em alguns anos. E não estou falando apenas de sua defesa incrível, mas também de conseguir ser um jogador ofensivo funcional nos arremessos, como não acontecia há algum tempo.
Steve Kerr cometeu alguns grandes erros nos últimos jogos, sobretudo por ser metódico demais em ter como regra a utilização de tantos jogadores diferentes na rotação. Entretanto, ele tem méritos em como esse time consegue mover a bola e defender tão bem, mesmo que não tenha todo o poder de fogo para se aproveitar disso.
Ativos também não são um problema. Existem jovens atrativos para times em reconstrução. Da mesma forma, há muitos salários negociáveis para ajudar os times no aspecto financeiro, tão importante com o novo CBA. Outros atletas estão ganhando valor em 2024/25.
Pelo que já mostrou no ano, o Warriors pode sonhar com algo a mais no Oeste. Então, encontrar um segundo jogador de alto volume de pontuação será o divisor de águas. Afinal, a defesa é muito boa, Curry está lá, e o time pode ceder dois ou três atletas e ainda ter uma rotação ampla. Resta saber quando e como eles vão puxar o gatilho.
Se a ideia é maximizar os últimos anos de carreira do maior ídolo da franquia, a hora é agora.
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