Russell Westbrook vive o momento mais incerto de sua carreira na NBA. O astro, afinal, está empregado por uma questão burocrática. Foi trocado pelo Los Angeles Lakers na última semana, mas nunca fez parte dos planos do Utah Jazz. A rescisão do seu contrato, então, é encarada como uma mera formalidade. Para Stephen A. Smith, a situação indefinida é o retrato de um jogador em franco declínio.
“Não há outra forma de ver essa situação do que o início do fim de Russell na NBA. Eu o aplaudi pelas atuações na atual temporada, pois aceitou ser reserva e foi uma presença enérgica em quadra. Mas, nos bastidores, ouvimos que existiam diversos problemas no vestiário. Não dá para ignorar o que aconteceu: ele discutiu com o técnico e, em seguida, foi negociado”, disparou o analista da ESPN.
A troca em que foi envolvido, aliás, é ilustrativa sobre a condição atual do armador. O Jazz é uma franquia em reconstrução e, por isso, nunca teve interesse no reforço de Westbrook. O valor do atleta para a transação, a princípio, está unicamente em ter o maior contrato expirante vigente na NBA. Smith acredita que o cenário expõe como o ex-MVP da liga tornou-se irrelevante em termos competitivos.
“Todos sabem o que Danny Ainge está planejando em Utah. Russell só está lá por causa do seu contrato. Não é um jogador de basquete para o time, mas um papel de US$47 milhões expirantes. Foi só por isso que tiveram interesse em adquiri-lo. Ele pode e vai ser dispensado, mas não esqueçam os motivos pelos quais chegou nesse ponto”, alertou um dos mais polêmicos comentaristas dos EUA.
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Clima ruim
É consenso entre a imprensa especializada que, nas últimas semanas, Westbrook tornou-se uma distração para o Lakers. A postura afastada dos colegas de elenco antes dos jogos, por exemplo, chamava a atenção. A já citada briga com Darvin Ham, além disso, veio em um período inoportuno. O jornalista Brian Windhorst concordou com a visão de Smith, colega de bancada no programa “First Take”.
“Russell não vai disputar nenhum jogo pelo Jazz, certamente. Duvido que chegue a pisar em Utah, aliás, como atleta da franquia. Mas ele precisava ir embora de Los Angeles. Isso é um fato, pois a energia ruim que carregava era absurda. Acredito que impactava negativamente LeBron, por exemplo. A sua saída, já não importa quem chegou em contrapartida, foi positiva”, argumentou o repórter.
Windhorst aposta que, acima de tudo, a saída do astro deixa o ambiente da equipe mais leve em um instante de natural tensão. “Já não sei se as mudanças vão ser o bastante para levá-los aos playoffs. Mas eles estão mais fortes agora. E não só por causa dos reforços. Vamos ver uma reação positiva à troca de Russell. Não quero insultá-lo, mas o clima vai ficar muito mais tranquilo por lá”, concluiu.
Próximo passo
O cenário pessimista, no entanto, não significa que Russell Westbrook será excluído ou a sua carreira acabou da NBA. A sua saída do Jazz, na verdade, é acompanhada com curiosidade pelo mercado da liga. Chicago Bulls, Miami Heat e Los Angeles Clippers, por exemplo, teriam interesse na contratação do astro. Mas Smith rejeita vê-lo como solução para qualquer equipe a esta altura da carreira.
“Outros times vão observá-lo com atenção. Ele vai entrar no Hall da Fama e, mais do que isso, não ‘trapaceia’ o esporte. Esse cara trabalha duro, entrega o máximo esforço em quadra e, por fim, sempre está disponível para jogar. Quando falamos em uma fórmula vencedora, no entanto, vão olhar para Russell e dizer não. Não é mais compatível com isso”, criticou o experiente analista.
Para o ex-jogador Tim Legler, o interesse em torno do craque é questionável. Está, afinal, mais ligado ao seu nome do que atuações recentes. “Observe as franquias que podem competir nessa temporada, em primeiro lugar. Russell não faz sentido para nenhuma delas. E, sobretudo, o Lakers faz mais sentido depois de sua saída. Ele não ajusta ou acerta times nesse momento”, sentenciou.
Lamentação
A imprensa, a princípio, é vista como um meio ácido pelos jogadores da liga. São pessoas, em síntese, ávidas por criticar. Smith, no entanto, assegura que não se sente bem em analisar o estado da carreira de Russell Westbrook da NBA hoje. Trata-se de um dos seus jogadores favoritos como espectador, mas que precisa rever os seus conceitos.
“Eu estou muito triste, antes de tudo. É triste porque ninguém quer ver algo assim acontecer com um atleta desse calibre. Não dá para questionar o esforço e talento de Russell. Então, vê-lo jogado de lado e considerado ‘cancerígeno’ não é um tema agradável de discutir. Mas, ao mesmo tempo, a situação é essa. É o fechamento de um capítulo em sua carreira, certamente”, lamentou Smith.
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