Hoje, temos a segunda parte da avaliação do Jumper Brasil após o mercado da agência livre da NBA. Ontem, exploramos as equipes que ficaram na parte de baixo da tabela. Mas a segunda edição conta com aqueles que estiveram no play-in e caíram na primeira rodada dos playoffs. Portanto, seguimos avaliando o que pode acontecer na próxima temporada.
Dividiremos os 30 times em cinco notas:
A: Excelente
B: Bom
C: Regular
D: Ruim
F: Péssimo
A ordem vai pela campanha de cada equipe na última temporada. Do campeão Denver Nuggets, até por fim, a pior equipe da NBA em 2022/23, Detroit Pistons. Enfim, sem maiores delongas, vamos a nota de todos os times na agência livre da NBA, em geral até aqui. No fim do texto, um sumário geral, com todas as notas dadas.
Cleveland Cavaliers (B)
O bom: Atacou o maior ponto fraco do elenco com ênfase
Dentro das possibilidades que tinha, o Cleveland Cavaliers conseguir fazer um dos bom mercado na agência livre da NBA. Os playoffs foram uma demonstração grátis do quanto este time precisava de arremessadores. A troca por Max Strus e a chegada de Georges Niang casam com essa necessidade. Strus foi caro mas, em alta, é o preço a se pagar. A franquia não tinha coadjuvantes que arremessavam neste nível e, por mais que a mudança seja no entorno e não no núcleo principal, foram movimentos bem efetivos. O time tem peças mais confiáveis, sobretudo para aproveitar o espaço que as estrelas fornecem.
As saídas de nomes como Cedi Osman e Lamar Stevens foram simbólicas. Identificados com a franquia, mas ainda mais inconsistentes do que os nomes citados, foram armas usadas para mudança no elenco. A renovação com Caris LeVert era uma opção única no quesito, mas ele sairia de graça e o Cavaliers deu escolhas de Draft por ele há pouco tempo. Então, não teria sentido deixar ir embora sem uma proposta. Entre todos os alas inconstantes, o ex-jogador do Indiana Pacers é o melhor. Pode liderar a segunda unidade, um papel em que fica mais confortável do que simplesmente fornecer espaçamento. Emoni Bates é um bom valor para um jogador que se destacou na Summer League e pode se desenvolver como bom pontuador para o futuro.
O ruim: Muita segurança para JB Bickerstaff
Muitos do elenco pagaram o pato, mas o técnico JB Bickerstaff parece bem seguro no cargo. Sua falta de criatividade ofensiva casou com a falta de melhores peças de ataque na série contra o New York Knicks. Ele é bom defensivamente e sabe liderar em um grupo muito jovem, mas que já dá os primeiros passos em playoffs. Mas sinto que ele precisa fazer um trabalho melhor na construção ofensiva, em dar um norte para este time deste lado da quadra. A distancia, que pareceu pequena em determinado momento da temporada, pareceu bem maior para os melhores times do Leste, especialmente durante os playoffs de 2023.
Os questionamentos também aumentaram sobre ser possível subir ao mais alto nível da NBA com Evan Mobley e Jarrett Allen juntos. De todas as formas que uma derrota podia vir, nunca que Cleveland esperava ser aniquilado dentro do garrafão, como aconteceu contra Mitchell Robinson e New York. Apesar de o desempenho que rendeu críticas, é Allen quem pode virar uma moeda de troca, caso as coisas não saiam do lugar. O Cavs lidou com uma pressão mista, até pelas naturais “dores do crescimento”, enquanto chegavam aos playoffs sem ter LeBron James no elenco, desde 1998. No entanto, a realidade é que a derrota e a forma como aconteceu, aumentam a pressão.
Análise final
Temporada importante para este experimento de Cleveland com dois pivôs. A franquia já está experimentando a sensação de “pisar em ovos” com os já existentes rumores sobre Donovan Mitchell, mesmo que seu mercado para a agência livre da NBA esteja ainda longe. É um ano importante para definir o status atual do time e o que precisa ser feito, enquanto o grande problema da temporada passada, foi resolvido, à primeira vista. O Cavaliers começará a ser cobrado por respostas de vez agora.
Em 2023/24: Falta a cereja do bolo, mas podem chegar lá
Sacramento Kings (C)
O bom: Negócios silenciosos melhoraram um time já muito bom
O Sacramento Kings trabalhou bem, apesar de ser um dos times mais silenciosos de todo o mercado da agência livre da NBA. A troca por Chris Duarte, por exemplo, sai de graça para quem está procurando competir. O ala foi muito bem em seu primeiro ano no Indiana Pacers, mas caiu muito de rendimento quando Domantas Sabonis foi trocado. Como Kevin Huerter, Duarte pode fazer muito em jogo de dupla com o pivô e pode ajudar numa posição carente da equipe no ano passado. Nerlens Noel é o protetor de aro necessário e que, quando precisar, pode ser efetivo por alguns minutos.
Alguns contextos defensivos me preocupam em Sasha Vezenkov para o nível da NBA. Mas é um encaixe ofensivo que me deixa empolgado demais. Ele tem muitos recursos para ser um jogador de alta contribuição nesse sentido. Devemos pensar que grandes nomes do basquete europeu, muitas vezes, não conseguiram desempenhar o mesmo na NBA, mas vale a dúvida aqui. Se for ruim, ele simplesmente pode não pisar na quadra. No entanto, com o mínimo encaixe ele pode ser uma das adições mais subestimadas de toda a free agency. É uma apostas mais legais para 2023/24. Por fim, o time garantiu a janela de competitividade por muito tempo, após a renovação de Domantas Sabonis, por US$186 milhões e quatro anos.
O ruim: Na moda, time não arriscou buscar grandes alvos, mas foi conservador demais
A astúcia nos negócios rendeu muito, por exemplo, no Draft. A grande TPE (trade player expection) alcançada na troca que levou Richaun Holmes para Dallas, levou a mais de US$35 milhões de espaço salarial. Portanto, era um dos times que teria mais oportunidade no mercado para adicionar boas adições na agência livre da NBA. Sacramento, apesar de estar na Califórnia, não costuma ser um grande alvo dos jogadores que querem um novo time através do mercado. Mas dentre os principais times da liga, nenhum tinha melhor situação do que o Kings. Mas a direção resolveu optar pela continuidade e renovou com Harrison Barnes.
O ala merece mais crédito do que merece e é uma peça sólida fora da bola. Mas não tem jeito, seu jogo desaparece quando os playoffs chegam. Na fase regular, ele produziu 15 pontos e 37.4% nas bolas de três. Mas na hora mais importante do ano, ele fez 10.7 pontos e 24% do perímerto. De acordo com rumores, Kyle Kuzma e Bruce Brown eram os nomes que o Kings mirava. Apesar de gostar mais de Barnes, ele terá que provar que esta não foi uma baita chance perdida para o time no mercado da agência livre NBA.
Análise final
Continuidade. Por tudo que vimos, esta foi a palavra de ordem para a franquia durante as férias. O Kings ficou próximo de eliminar o Warriors na primeira rodada. O time conseguiu corrigir defeitos que ainda estavam claros enquanto a derrota acontecia. O ponto a se prestar atenção, a partir de agora, é se são essas as mudanças que vão fazer a franquia escalar ainda mais degraus no Oeste. O elenco é forte e virou relevante depois de muito tempo, mas me fica a sensação de que podia ser ainda mais.
Em 2023/24: Falta a cereja do bolo, mas podem chegar lá
Brooklyn Nets (B)
O bom: Time foi astuto no mercado e conseguiu se livrar de veteranos caros
O Brooklyn Nets trocou Kyrie Irving e Kevin Durant na última trade deadline, mas alguns nomes ainda precisavam sair. Então, a direção conseguiu se livrar de Joe Harris, Seth Curry e Patty Mills. As contratações de jogadores que foram bem em segundas oportunidades que receberam, como Lonnie Walker (Lakers) e Dennis Smith Jr (Hornets), explicitam a abordagem. As chegadas dos calouros Noah Clowney e Dariq Whitehead, exigirão que a franquia não tenha veteranos ocupando tantos minutos. Acima de tudo, casa bem com a necessidade da equipe. Por fim, chegou Trendon Watford, ex-Portland Trail Blazers, um pivô bom que estava sobrando no mercado da agência livre da NBA.
A troca de Harris para o Detroit Pistons merece uma menção mais particular nesta avaliação. Cam Johnson era o grande agente livre da equipe no mercado de 2023. Então, o Pistons era um dos maiores interessados no ala e estava disposto a ir até os mesmos US$108 milhões que Brooklyn pagou. A equipe forneceu duas escolhas de segunda rodada e o veterano ala, que pode ajudar Detroit a ser mais competitivo em 2023/24. Em uma tacada só, destruiu o espaço salarial que o ameaçava, se livrando de um jogador que não fazia sentido na organização. Baita negócio e simbólico do novo CBA.
O ruim: Posição do time segue muito desconfortável, apesar de Mikal Bridges
Apesar de tudo isso, Brooklyn ainda tem dúvidas do que fazer. Suas próprias escolhas estão com outros times, após o All In dado para juntar Durant e Irving com James Harden. E não tem pior lugar do mundo nas grandes ligas dos EU, do que não saber onde é o seu lugar. Um tank comum não faz sentido para um time que não tem suas próprias picks de draft. E a queda na primeira rodada dos playoffs, sem conseguir fazer assustar o Philadelphia 76ers, também mostrou que, mesmo com Mikal Bridges, está longe dos melhores times da NBA.
A situação tem um paralelo na história recente da franquia. O Nets precisou fazer uma reconstrução sem qualquer escolha do recrutamento, quando a troca para montar o super time com Kevin Garnett e Paul Pierce deu errado, no começo dos anos 2010. A situação é melhor agora, mas precisa estar atento e agir rápido para que não desperdice o potencial All Star Bridges. E, também, para que nesse meio tempo,siga como um time mediano.
Análise final
Estou curioso para ver o que Ben Simmons pode fazer. Poucos jogadores despertam opiniões tão diversas neste momento na NBA. Ele pode ser um termômetro que eleva o nível do Nets se conseguir ser um pouco mais da metade do jogador que um dia já foi. Mas pode se confirmar como o pior contrato da liga e ser um problema para Brooklyn. De resto, o Nets não é bom o suficiente para voôs mais altos que a primeira rodada, mas nem ruim o bastante para a loteria. É preciso encontrar um caminho. E rápido.
Em 2023/24: Time de primeira rodada/play in
Los Angeles Clippers (C)
O bom: Poucos, mas, bons movimentos em geral
O Los Angeles Clippers foi um dos times que menos se mexeu no mercado da agência livre da NBA. Afinal, são 15 jogadores remanescentes para 2023/24. Mas em geral, as movimentações foram boas e até subestimadas. Kenyon Martin Jr foi uma ótima adição para um time que teve problemas com Marcus Morris Sr e Nicolas Batum no último ano. Mas teimou em não usar Robert Covington. Gosto também da escolha de Kobe Brown no Draft. Faz muito sentido para o que Tyronn Lue gosta no ataque. No entanto, em um time com tantos jogadores rodados, eu não me empolgaria em pensar que um calouro vá ter minutos imediatos.
A dispensa de Eric Gordon foi um pouco dura, mas o contrato era caro e aliviou US$100 milhões em multas de um time que é o segundo em toda a NBA a mais gastar no quesito. Era necessário, apesar de não muito divertido, ainda mais quando ele reforçou o Phoenix Suns, um rival. As renovações de Russell Westbrook e Mason Plumlee são perfeitas. Plumlee é o tipo de pivô facilitador que funciona no sistema de Lue. Westbrook, apesar de um ceticismo justificado, se enquadrou bem na equipe. Mas pelo valor irrisório de US$4 milhões, é um grande movimento.
O ruim: Elenco intacto, apesar de pouco sucesso nos playoffs
Nisso tudo, eu nem mencionei que James Harden pode ser um jogador da franquia em breve, ou nem tanto assim. Mas tenho críticas a abordagem de Los Angeles nesse sentido. Afinal, as notícias são de que o Clippers não quer enviar um grande pacote e está tentando fechar um acordo camarada. Sim, é justificável, até porque o pedido de troca de Harden baixou seu valor de mercado e, no momento, só a franquia da Califórnia parece brigar por ele. Mas o 76ers não está reconstruindo como a maioria dos times que estão cedendo uma estrela insatisfeita.
O problema, pra mim, é não estar disposto a ceder grandes coisas, quando o seu “e se” começa a ser um argumento fraco e, sobretudo, utópico. Se o Clippers ficar saudável, é um time favorito ao título da NBA. Com profundidade, tem várias opções que se encaixam das mais diferentes formas. Mas o quanto as lesões são uma fatalidade, ali acontecem em profusão todos os anos. Não que Harden vá mudar as coisas ou, magicamente, fará o time estar saudável, mas precisa chacoalhar o elenco e buscar outras soluções. Isso está muito mais no discurso e até nos rumores, do que nas atitudes. A inabilidade em fechar o negócio, enquanto teima em não abrir mão de certas peças, é simbólica.
Análise final
Enquanto mais dura a novela Harden, mais sinto que o Clippers se prejudica. Não acho que seja o ideal que este cenário se conclua no começo da temporada. Até porque lá, novos times podem se interessar pelo armador ou o próprio desespero de Los Angeles pode fazer com que um pacote muito mais caro do que deveria. Por fim, a pergunta segue sendo sobre o quão saudáveis eles serão. Com a adição de um MVP como ele, ao menos, pode ter algo novo. É o que precisa, enquanto a mesma história se repete, infinitas vezes.
Em 2023/24: Com Harden, briga por título. Sem Harden, falta a cereja do bolo, mas podem chegar lá
Minnesota Timberwolves (C)
O bom: Extensão de Naz Reid antes da abertura do mercado da agência livre da NBA foi mágica
Minnesota trabalhou muito bem em seus novos acordos. Mas a renovação de Naz Reid foi fantástica, porque sequer permitiu que os rumores aumentassem sobre uma possível saída. A lesão no fim da temporada contrastou com um grande desempenho durante todo o ano. Ele é ótimo ofensivamente, pode pontuar em todos os níveis da quadra e chegou a ser o líder de pontuação da equipe em vários jogos. Muitos acreditavam que, além de dinheiro, um papel maior dentro de uma equipe, poderia tirar Reid do Timberwolves. A renovação, nesse sentido, foi maravilhosa.
A direção trabalhou bem com Nickeil Alexander-Walker, que foi um baita achado no fim da temporada 2022/23. Especialmente, quando Jaden McDaniels se ausentou dos playoffs. Reid fechou por US$42 milhões em três anos, enquanto Alexander-Walker pode ter sido uma baita pechincha, com US$9 milhões nos próximos duas temporadas. A franquia também trabalhou na rápida extensão máxima de Anthony Edwards e segue negociando para estender o acordo de McDaniels. O Draft também foi muito bom, com o sólido, Leonard Miller. A profundidade nas alas do Timberwolves é absurda.
O ruim: Quase nenhuma grande mudança e lista caríssima
Era óbvio que Edwards merecia uma extensão máxima com a franquia. Mas o Minnesota Timberwolves é um dos únicos dois times que tem três contratos máximos em seu elenco. Além deles, só o campeão, Denver Nuggets. A versatilidade para mudar é, acima de tudo, baixa. Se as coisas não funcionarem de novo, o provável é que Karl-Anthony Towns seja o homem a ser negociado. Ao menos, Edwards parece disposto a não só ficar em Minneapolis, como também, de construir algo inédito com a franquia.
De resto, as mudanças, em geral, não foram do melhor nível, apesar de pouco profundas. A baixa procura dos times por Jaylen Nowell no mercado da agência livre da NBA, por exemplo, mostou um pouco sobre a separação ser justificada. Mas o cenário muda de forma radical com Shake Milton? Troy Brown Jr é uma opção pior do que Taurean Prince, que assinou com o Los Angeles Lakers. Não que isso vá ter um impacto surreal, mas você pode concluir também que as duas grandes “mudanças” não são efetivas ou não representam melhora. A aposta vai para alguns nomes mais jovens também, como Wendell Moore Jr, Josh Minott e o já citado, Miller.
Análise final
Dentro do que podia, acho que o Timberwolves até trabalhou bem. Inclusive, este é um “C+”, quase um B, como nota final. Mas há muita grana comprometida em uma base que ganha uma nova chance em 2023/24. Foram apenas 26 jogos completos com Towns, Gobert e Edwards juntos, onde problemas no ataque foram evidentes. É uma nova chance, mas o direito de errar e a paciência não são virtudes que pertencem a franquia agora. Tem a nova chance sim, mas se falhar, Minnesota deve mudar mais profundamente para 2024/25.
Em 2023/24: Falta a cereja do bolo, mas podem chegar lá
Atlanta Hawks (C)
O bom: Saída de John Collins era necessária e abre espaço para melhora coletiva
A tão especulada saída de John Collins, enfim aconteceu no Atlanta Hawks. O jogador esteve dentro dos rumores de cada agência livre da NBA e em vários times diferentes nos últimos anos. Mas alguém tão valorizado, foi trocado por um preço baixo e simbólico sobre o que prega o novo acordo de trabalho da liga. Por fim, estava na hora. O ala-pivô foi um jogador perdido dentro do sistema desde que as companhias de Trae Young melhoraram, em 2020/21. Nem espaçador, com pouco volume onde gosta, atacando o aro e defesa mediana, pra não dizer ruim. O nome e o potencial de um jogador que chegou a fazer 20-10 de média em 2019/20, o seguraram por tempo demais nesse time titular.
O Hawks está desesperado para encontrar alas que contribuam fora da bola dos dois lados da quadra para fazer companhia para De’Andre Hunter. Este nome pode ser Saddiq Bey e isto abre espaço para outro cheio de potencial em AJ Griffin. Collins vai ganhar um time que pode explorar melhor suas qualidades, sem se importar tanto com seus defeitos em Utah. Enquanto isso, coletivamente, Atlanta pode utilizar suas peças que mais façam sentido, mesmo que a demora tenha feito seu valor despencar no mercado da agência livre da NBA.
O ruim: Não chegou ninguém que impacte
O mercado do Hawks foi, de fato, tímido. Wesley Matthews até faz sentido em alguns contextos e pode ser uma boa adição silenciosa. Mas a troca por Patty Mills me soa como um dos piores negócios do mercado entre os times da agência livre da NBA. Afinal, você não pode usar o veterano ao lado de Trae Young em quadra. A negociação me lembra a chegada de Lou Williams na trade deadline de 2021. É óbvio que ter armadores que criam pontos do nada, é uma boa alternativa, especialmente, no jogo atual. Mas Atlanta pode ser uma das únicas onde a alternativa seja contraintuitiva devido aos problemas de Young.
Kobe Bufkin foi a 15° escolha do Draft, mas pode ter algum impacto. Seu desempenho na Summer League, no entanto, jogou contra sua ideia de ter minutos quando a temporada começar. O time, que esteve sob fortes rumores sobre uma possível saída de Dejounte Murray, renovou com o atelta. Além disso, trocou Collins, enquanto os boatos sobre Hunter e Bogdanovic praticamente cessaram. No entanto, olho em Clint Capela. A franquia quer dar mais e mais espaço para Onyeka Okongwu e abrir mão do pivô suiço. Aqui, pode ser a chave para trazer mais peças que complementem o elenco. O Dallas Mavericks, por exemplo, tem forte interesse e, dependendo do retorno, a nota C pode subir.
Análise final
Agora, a aposta do Hawks é clara. O time quer beneficiar o encaixe do grupo ao redor de Trae Young, enquanto Quin Snyder comanda um trabalho que estabilize a defesa e torne o ataque menos dependente do armador. Pelos movimentos agressivos que fez e pela corrida em 2021, a franquia acredita que esta reunião pode ser o suficiente para vencer o Leste no futuro. Gostaria de ver o que uma troca de Capela gera de retorno. Aí, entender o nível em que a equipe se encontrará dentro do mapa do Leste. Neste momento, apesar de facilidades criadas, não parece o suficiente.
Em 2023/24: Time arrumadinho, mas que não vai chegar lá
New Orleans Pelicans (C)
O bom: Jordan Hawkins foi ótima escolha no Draft e renovação “barata” de Herb Jones
O New Orleans Pelicans queria fazer barulho no Draft. E se os rumores de tentar subir para pegar Scoot Henderson não se confirmaram, a escolha da franquia foi muito boa. O melhor arremessador da classe, Jordan Hawkins, chega a uma equipe que tem um sucesso enorme em desenvolver alas e jogadores coadjuvantes nas últimas temporadas. Não vou te dizer que ele terá minutos logo de cara, mas se melhorar alguns instintos defensivos, ele pode ser uma peça importante de complemento na franquia.
Assim como Herb Jones, que estendeu contrato, se tornou um baita movimento do Pelicans. Os quatro anos e pouco mais de US$53 milhões, são uma pechincha para um jogador com alta ética de trabalho, grande defesa e que busca aumentar seu leque ofensivo. A profundidade jovem, além de garantir mais competitividade para a franquia, também mantém um núcleo bastante forte e promissor de crescimento a longo prazo. A evolução de Trey Murphy e o retorno de lesão de Jose Alvarado, são pontos que reforçam o sentimento de virada para o novo ano.
O ruim: Equipe poderia ter mudado mais
O Pelicans acredita que, saudável, pode ser um time especial. E a liderança no começo da campanha de 2022/23, enquanto Zion Williamson esteve disponível, é um bom argumento para quem defende essa tese. Mas eu, sendo honesto, tenho algumas coisas contra o encaixe dos quatro líderes da franquia juntos. A defesa é fraca, o papel de Jonas Valanciunas já diminuiu consideravelmente, enquanto a segunda metade da temporada de CJ McCollum não foi lá das melhores.
A franquia tem como mudar as coisas aqui. E se a aposta segue sendo em Williamson e Brandon Ingram, você pode envolver um desses jovens cheios de talento em um pacote com um dos veteranos, de preferência o pivô. Eu não acho que o time está próximo do campeonato, como a primeira metade da temporada parecia indicar. E uma última, se me permitem, é que a chegada de Cody Zeller é intragável. Foi a única contratação no mercado de um dos times que pode estar em um campo atrativo de jogadores durante a agência livre da NBA. O que não falta é jogador com características que casem mais com o que o Pelicans pode precisar ocasionalmente. Eu, de fato, não gostei.
Análise final
Bem, mais um time do Oeste que vive para tentar pelo menos ter saúde e aí sim, ter uma chance. As constantes lesões de Zion Williamson fizeram a franquia a discutir trocas sobre o astro no mercado (apesar de negar oficialmente, são o que dizem os rumores). Mas não tenho dúvidas de que ele possa ser este talento sensacional que leve New Orleans a outro nível. Só que esta offseason e as bem bizarras aparições do jovem na mídia, dizem bem sobre um atleta que precisa, urgentemente, jogar basquete. E se falei da utopia do Clippers mais cedo nesta avaliação, o normal de Williamson, até agora, é estar ausente mesmo. Um problema.
Em 2023/24: Time arrumadinho, que não vai chegar lá
Toronto Raptors (D)
O bom: Atuação foi boa em diversas frentes do mercado da agência livre da NBA
Apesar de a nota mais baixa em relação a outros times, eu assumo que faria muitas das coisas que Masai Ujiri decidiu nesta agência livre da NBA. O primeiro ponto foi a adição de Gradey Dick no Draft. Um gatilho nas bolas de três para um dos times que teve o pior espaçamento de quadra de toda a liga em 2022/23. Faz sentido, é coeso. A saída de Nick Nurse e uma liderança que havia sido perdida dentro do vestiário, para uma mais amena abordagem de desenvolvimento dos jovens com Darko Rajakovic, também faz muito sentido para uma equipe que em teoria, está em transição.
Apesar de a tentativa em manter VanVleet, o Raptors não fez loucuras e concluiu o ciclo com uma das lideranças de seu único titulo da NBA em 2019. Gostei da chegada do valorizado Dennis Schroder, que não se incomodaria em vir do banco, enquanto Scottie Barnes é testado como armador. A vinda de Jalen McDaniels, no qual Philadelphia se envolveu em uma troca para contar com ele na última deadline, foi de uma grande perspicácia de mercado. Até as adições pós recrutamento, como a chegada de um dos destaques da Summer League, Javon Freeman-Liberty, o tirando das asas do Chicago Bulls, me agradaram.
O ruim: Raptors não tem a menor ideia do que faz
Não, eu não estou maluco e, também, não sou exigente demais. Mas o ponto é que o Toronto Raptors se recusa a reconstruir em definitivo. Pascal Siakam não quer sair e é compreensível, até pela grana que só pode ganhar no Canadá, mas é hora de mudar. As saídas de VanVleet e Nurse já indicavam que o time estava a caminho do rebuild, mas manter Siakam, OG Anunoby, Jakob Poeltl e Gary Trent Jr só tornará a franquia ainda mais medíocre, em um momento onde isso já é realidade. Desde o título, foram quatro anos, com duas classificações aos playoffs e, acima de tudo, uma única série vencida, e nenhuma tentativa firmes de tentar construir ao redor de um cara que foi calouro do ano.
Eu citei vários membros do elenco, mas entendo os contextos por trás da permanência dos outros três. Mas uma saída pode ser melhor até para o próprio Siakam. Ao invés de ser uma segunda ou terceira peça de uma equipe que busca o título, ele deseja, mais do que tudo, ficar no Canadá. E até ameaça times que possam tentar alguma coisa por ele neste mercado de agência livre da NBA, de acordo com os rumores. Sua permanência garante que Toronto não esteja no top cinco, ou até dez do Draft, enquanto seguramente não vence uma série de pós-temporada. Isso também atrapalha o maior desenvolvimento do jogo de Barnes. É o limbo.
Análise final
Ninguém gosta de ser medíocre. E o ideal é que Toronto entregue as chaves do carro para Barnes e movimente Siakam. Não dá para ter certeza de que farão isso, mas os rumores estiveram mais fortes em outros momentos. O Raptors precisa tomar uma decisão sobre seu rumo, e rápido. O novo CBA será mortal se o time resolver abraçar a mediocridade e estender com o camaronês. Ao mesmo tempo em que demorar a fazer a troca, pode deixar seu valor de mercado mais baixo. Hora de mudar no Canadá, mas eles não parecem certos disso.
Em 2023/24: Time de primeira rodada/play in
Oklahoma City Thunder (B)
O bom: Equipe segue aproveitando ao máximo sua enorme versatilidade no mercado
A reconstrução de Oklahoma é um grande sucesso em várias frentes. A capacidade de angariar várias escolhas do Draft, combinam com a paciência para encontrar potenciais jogadores impactantes. A visão fora da caixinha, que atraiu caras de sucesso como Josh Giddey ou Jalen Williams. Sem qualquer perda significativa, Oklahoma adicionou a décima escolha do recrutamento, Cason Wallace, o ótimo, Vasilije Micic, destaque no basquete europeu, que faz muito sentido para as necessidades de OKC. Uma troca que traz os jovens e pouco utilizados, como Usman Garuba e TyTy Washington Jr e, por fim, a cereja do bolo: Chet Holmgren vai jogar na NBA em 2023/24.
O case de sucesso vem de uma equipe que se remodela, sobretudo com uma grande organização. Mark Daigneault era desconhecido e hoje parece ser um dos melhores treinadores de toda a liga. E os resultados começam a aparecer em quadra. Sem um pivô dominante em 2022/23, Oklahoma não só foi o time mais legal de se assistir, como também disputou o play in contra equipes muito mais rodadas e de maior investimento. O Thunder, talvez, não consiga um novo Kevin Durant, mas é muito mais saudável hoje do que foi quando era intitulado de o “time do futuro”, no começo da década passada.
O ruim: Time tem mais jogadores do que poderá usar
Tanto planejamento e variedade de escolhas e negócio levam o Thunder a um dilema até o começo de 2023/24. Nenhum time da NBA tem tantos jogadores em seu elenco, após o mercado da agência livre “congelar”. O máximo de vagas para os treinos da pré temporada da liga, já está preenchido em Oklahoma, com exatos 21. Neste momento, pode sobrar pra alguns jovens talentosos e outros veteranos que não fazem tanto sentido no time, como o lesionado Victor Oladipo. O ala-armador chegou ao time em troca que visou o alívio salarial do Miami Heat.
A situação é mais dramática, porque só há uma vaga two way definida no momento, o escolhido na segunda rodada do Draft, Keyontae Johnson. De resto, são 20 contratos, dos quais dois não são garantidos (Isaiah Joe e Aaron Wiggins). Portanto, são cinco jogadores que devem ser cortados para que o time chegue as 15 vagas garantidas permitidas. Algumas decisões importantes, e até possíveis trocas. Muitos especulam que o Thunder pode estar envolvido como um terceiro time na troca de Damian Lillard. Outros, até dizem que a franquia estaria interessada em receber o astro. De qualquer forma, pode ser uma chance interessante de ceder alguns ativos, ganhar novos, e ir desenhando o elenco de forma ainda mais precisa para 2023/24.
Análise final
Com Chet Holmgren e a variedade insana do trabalho de Daigneault, sobretudo no ataque, coloca o Thunder em uma posição de competição real para o próximo ano. A paciência ainda manda e pode, até mesmo, nem ir aos playoffs. Mas enquanto decisões importantes sobre qual será o núcleo jovem que levará a equipe ao próximo nível se aproximam, há cada vez mais certezas na organização liderada por Shai Gilgeous-Alexander.
Em 2023/24: Time de primeira rodada/play-in
Chicago Bulls (D)
O bom: Equipe conseguiu coadjuvantes, que fazem muito sentido
O grau de construção de elenco com coadjuvantes é meio inútil se suas lideranças não te levam a lugar algum. Porém, dito isso, o Chicago Bulls foi um dos times que melhor agiu nesta gama da agência livre da NBA de 2023. O time foi construído para ter armadores que são efetivos em ações de espaçamento fora da bola e defesa, enquanto tenta acomodar DeMar DeRozan. Foi por isso que Lonzo Ball deu tão certo e, ao mesmo tempo, faz tanta falta. Não que Jevon Carter vá fazer isso por 30 minutos, mas essa é a característica principal de um jogo que foi muito efetivo em Milwaukee na última campanha.
Talvez eu seja mais fã do que o ideal, mas Torrey Craig é o tipo de ala reserva que o Bulls nunca teve. Alto, atlético, muito bom como espaçador e nas movimentações. É o tipo de jogador que todo time precisa ter para competir na NBA atual. Os dois atacam, de forma pesada, a necessidade de Chicago em modernizar seu jogo. O Bulls foi o único time que arremessou menos que trinta bolas de três por jogo em 2022/23. Ninguém do elenco conseguiu produzir a relação de volume e aproveitamento melhor do que os dois reforços. Mantém o impacto de uma boa defesa, sobretudo no fim da temporada, e adicionou arremesso de perímetro.
O que menos gostei: Manter este núcleo não levará a nada e eles estão desvalorizando
O grande problema é que as lideranças deste núcleo não foram capazes de vencer sequer dois jogos de playoffs, desde que se uniram, em 2021/22. A lesão de Lonzo Ball, que tem a carreira em dúvida, é um ponto irrefutável de quão trágica e azarada é a história do Bulls. Resumindo, o jogo de DeRozan tem uma clara dificuldade de funcionar nos playoffs, enquanto ninguém sabe se Zach LaVine pode ser uma peça central de um time que esteja nas cabeças da NBA. Nesse meio tempo, a direção renovou por três anos e US$60 milhões com Nikola Vucevic. A extensão é justificada pelo clássico “não perder por nada”. Mas a cada dia, a troca onde cederam Franz Wagner e Wendell Carter Jr, pelo pivô, fica pior.
Construir ao redor de LaVine faz mais sentido do que por DeRozan. Mas o quão grande ainda é o valor do ala no mercado da NBA, é um mistério. Trocar qualquer um dos dois é assumir uma nova reconstrução e sem muita ideia do que receber de valor em troca. Logo, é difícil dizer que Chicago não está em uma situação complexa, pelo contexto geral. O time não é ruim, mas sair do cenário atual para uma subida de nível, fica cada vez mais distante. Enquanto isso, os jogadores que podem ser o gatilho para o retorno que gere escolhas de Draft, podem estar perdendo valor.
Análise final
É pragmático e meio frio até com uma das maiores torcidas de todo o mundo da NBA. Mas Chicago precisará novamente entrar em uma reconstrução. E, honestamente, até de uma mudança nas pessoas que administram a franquia. O Bulls não só não consegue desenvolver ninguém de maneira decente (além de Zach LaVine), como também foi péssimo quando decidiu que era hora de competir. Os jovens não foram desenvolvidos pelo péssimo trabalho coletivo na franquia, mas também porque tudo parece muito apressado no Bulls. O limbo eterno, que parece perseguir o time nos últimos 25 anos, está firme e forte.
Em 2023/24: Time de primeira rodada/play-in
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