Este é o melhor elenco que o Oklahoma City Thunder já montou em sua curta história, praticamente se recuperando do desastre que foi a troca de James Harden em 2012. Além de talvez ser a última chance do trio formado por Kevin Durant, Russell Westbrook e Serge Ibaka conquistar um título juntos. Será?
Durant está no seu último ano de contrato com a franquia e com o aumento do limite salarial para a próxima temporada, o ala poderá escolher qualquer um entre os 30 times da NBA para atuar. A única vantagem de Oklahoma será o dinheiro.
Caso Kevin assine um novo vínculo com o Thunder assim como Westbrook no ano seguinte, o time poderá brigar por títulos da liga quase por bons anos. Mas será que os dois continuam na equipe?
O caminho
Quando trocou Seattle por Oklahoma e virou Thunder, a franquia tinha no calouro Durant o seu grande nome, mas conseguiu em dois drafts consecutivos tirar a sorte grande de selecionar Westbrook, Ibaka e James Harden.
Quando atingiu os playoffs pela primeira vez tinha um quinteto formado por Westbrook, Thabo Sefolosha, Durant, Jeff Green e Nenad Krstic. Ibaka e Harden eram reservas. Buscando equilibrar o elenco, o Thunder se livrou de Green em troca de Nate Robinson e Kendrick Perkins. E a partir daí a equipe cresceu, principalmente com a consolidação do congolês como ala-pivô titular. A caminha rumou ao título terminou contra o Dallas Mavericks de um iluminado Dirk Nowitzki, mas a expectativa que aquele grupo dominasse a NBA era nítida.
No ano seguinte veio o título do Oeste com uma equipe considerada completa à época, mas que foi bastante criticada após a derrota diante do Miami Heat na finalíssima. Os pivôs eram limitados, os alas com poucos recursos ofensivos e os armadores reservas eram ou muito novo (Reggie Jackson) ou muito velho (Derek Fisher).
A expectativa era da manutenção da equipe e algumas arestas a aparar, mas aí Sam Presti, general manager do time, teve que trocar Harden para o Houston Rockets por conta de contenções financeiras dos proprietários e a equipe desceu alguns degraus.
Kevin Martin foi o pontuador que se esperava dele, mas também manteve a sua inconsistência e pouco aproveitamento, além disso, Jeremy Lamb, não se desenvolveu. Além disso, Westbrook se machucou na primeira série dos playoffs e a equipe caiu nas semifinais contra o Memphis Grizzlies.
Em 2013/14 a equipe chegou a marca de 59 vitórias, mas acabou perdendo para o Spurs justamente por não ter uma grande rotação e por ter ficado sem Ibaka em dois decisivos jogos da final do Oeste.
O fundo do poço
NA temporada passada, novamente as lesões. Westbrook ficou de fora de 15 jogos, Ibaka perdeu 18 enquanto Durant teve que assistir 55 dos jogos do Thunder. Até peças do segundo escalão como Steve Adams e Andre Roberson tiveram problemas físicos e perderam mais de dez partidas.
As múltiplas lesões fizeram que a direção do Thunder trabalhasse. Após anos acreditando que o seu trio seria o bastante, quando o time se viu sem eles, acabou perdido. Com isso vieram as trocas.
Primeiro gastou uma, no momento desinteressante escolha de primeira rodada para adquirir o ala-armador Dion Waiters, do Cleveland Cavaliers. No mês seguinte, quase no desespero, conseguiu maximizar o valor do armador Reggie Jackson e conseguiram o pivô do Utah Jazz, Enes Kanter.
Mesmo com todos esses negócios e a volta de Westbrook na reta final (com atuações dignas de um real candidato a MVP), Oklahoma não conseguiu chegar aos playoffs perdendo um emocionante jogo de confronto direto para o New Orleans Pelicans.
O agora
Parece que finalmente o time recuperou-se da troca de Harden e se continuar saudável, principalmente os três elementos, a equipe comandada agora pelo técnico Billy Donovan tem todas as armas para ser uma potência tanto no ataque quanto na defesa e ameaçar realmente os poderosos da conferência oeste.
Steve Adams e Kanter é uma dupla de pivôs que podem ajudar bastante a equipe com suas características únicas e formar ao lado de Ibaka um garrafão bastante perigoso. Seja com o arsenal ofensivo do turco ou o grande desenvolvimento em defesa e rebotes do neozelandês.
DJ Augustin não é o armador reserva dos sonhos, mas tem a experiência e a regularidade essencial para substituir Westbrook quando precisar ou até mesmo atuar ao seu lado. Além de ser um tutor para o calouro Cameron Payne.
Assim como o trio de perímetro Andre Roberson, Waiters e Anthony Morrow, que podem cumprir diversas funções. São jogadores úteis e versáteis, justamente aquilo que um time como o Thunder precisa para alcançar o sucesso. Em uma receita que o San Antonio Spurs soube utilizar nos últimos anos.
Os veteranos Nick Collison e Steve Novak também podem ter alguma ajuda em seus papéis limitados bem como o jovem Mitch McGary que vai para sua segunda temporada com uma boa expectativa de crescimento, se tiver tempo de quadra.
É uma equipe equilibrada e forte como nunca foi visto em Oklahoma. O time que perdeu talentos como Green, Harden e até Jackson nos últimos anos conseguiu, com um certo atraso, montar um grupo coeso capaz de alimentar os potenciais de seu trio de estrelas e convencê-los a ficar no Thunder por mais alguns anos.