Em fevereiro de 2023, o Phoenix Suns teve a esperança por um título da NBA com a chegada de Kevin Durant. Pouco mais de dois anos depois, o time está próximo da eliminação e não deve jogar os playoffs. Nem o play-in. Isso porque o Sacramento Kings bateu o Detroit Pistons na noite de segunda-feira (7), deixando as chances da equipe do Arizona cada vez menores por uma classificação. Mas o que aconteceu?
Claro que se um time conta com Kevin Durant, o mais natural é que brigue por coisas sérias. Afinal, o duas vezes MVP das finais ainda faz a diferença. E se você tem Devin Booker ao seu lado, tudo fica ainda mais óbvio. E havia a esperança de que Bradley Beal fosse uma boa adição no perímetro. Tudo parecia fazer sentido.
Na última temporada da NBA, o trio atuou em 41 jogos e o Suns venceu 26 deles. Ou seja, um aproveitamento de 63.4%, algo que daria ao time um quarto lugar no Oeste em 2023/24. Então, a diretoria acreditou que poderia ser ainda melhor na atual campanha se os três estivessem juntos por mais tempo.
Para isso, Mat Ishbia, dono do Suns, não mediu esforços e gastou o que podia e o que não podia no teto salarial da NBA. Como resultado, Phoenix é quem mais paga em salários (US$214.8 milhões) e taxas (US$152.2 milhões) por passar dos limites. No total, US$366.6 milhões.
Então, é óbvio que o mínimo que se esperava era um Suns não só nos playoffs da NBA. Era para brigar na parte de cima.
Mas não foi o que aconteceu.
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Após o Suns vencer oito de seus primeiros jogos na atual temporada da NBA, Kevin Durant se machucou. Depois, o time teve uma sequência de seis derrotas em sete jogos até a volta do astro. Quando ele retornou, Phoenix venceu três dos próximos quatro e ele teve nova lesão e ficou de fora em mais três (todos com derrota). Por fim, foram mais dois triunfos até o dia 15 de dezembro.
Naquele momento, o Suns era o oitavo no Oeste, com 14 vitórias e 11 derrotas, mas tinha retrospecto muito melhor com Durant. Em 15 partidas com a presença do ala, Phoenix venceu 13. Obviamente, a resposta estava ali, certo?
Só que Booker se machucou e o Suns perdeu quatro dos próximos cinco jogos, mesmo com Durant em quadra. Mas ali foi o momento mais saudável de Beal ao longo da campanha. O problema é que, com o ala-armador, naquele período, Phoenix venceu só cinco de 14.
Aquela ideia de que Booker, Durant e Beal poderiam fazer o Suns vencedor ainda era o que valia para a direção. Mas se em 2023/24, os 41 jogos dos três juntos eram uma amostra pequena, imagine 36 em 2024/25. Além disso, com 20 vitórias ou 55.5% de aproveitamento. E isso não daria mais do que uma vaga no play-in, em nono.
Nem trocas salvaram
O Suns fez duas trocas com o Charlotte Hornets ao longo da temporada da NBA. Primeiro, em janeiro, foi atrás de Nick Richards, que estava na reserva de Mark Williams e poderia ajudar um garrafão pouco voluntarioso. Depois, em fevereiro, mandou Jusuf Nurkic ao Hornets por Cody Martin e Vasilije Micic. Só que esses dois jogaram um total de 191 minutos. Juntos.
Tudo o que o Suns tentou na temporada 2024/25 da NBA, com ou sem Kevin Durant, simplesmente não deu certo. O técnico Mike Budenholzer, outrora duas vezes eleito o melhor treinador da liga, não conseguiu fazer o time vencer.
Tyus Jones, um “achado” na agência livre da NBA, chegou ao Suns como uma resposta aos erros de ataque do último ano. Afinal, na campanha anterior, o time foi apenas o 25° no quesito. Até melhorou, mas é meio de tabela (15°). Não adiantou muito, pois Jones pouco fica com a bola nas mãos. Mas, mesmo quando ele cuidou do ataque, não foi produtivo o bastante.
Não por menos, virou reserva, perdendo posição para um desconhecido Collin Gillespie, que até teve um brilhareco, mas não passou disso. Até Bol Bol apareceu, mas o Suns seguiu perdendo na NBA.
Por fim, quando Budenholzer resolveu dar minutos aos calouros Ryan Dunn e Oso Ighodaro, já era tarde. Com a última lesão de Kevin Durant, Devin Booker até tentou, mas em vão.
Troca que não aconteceu custou caro
O Suns queria uma troca por Jimmy Butler na trade deadline da NBA. O desejo era recíproco. No entanto, a negociação esbarrava em Bradley Beal, que não queria abrir mão de sua cláusula de veto. Então, quando tudo parecia que daria errado, a direção de Phoenix foi lá e piorou a situação.
Isso porque ofereceu Kevin Durant em uma troca tripla. Assim, Butler chegaria ao Suns, com Durant indo para o Golden State Warriors. Aquilo irritou o grupo, além do próprio astro.
Nada deu certo desde então. No dia 2 de fevereiro, o Suns era o oitavo no Oeste, com campanha positiva na NBA (25 vitórias e 23 derrotas). A tentativa de troca por Butler, envolvendo Durant, aconteceu três dias depois. A partir dali, venceu só dez em 23 jogos. Um verdadeiro e completo desastre.
Eliminação pode acontecer nesta terça-feira
Não precisa muito para o Suns ficar fora dos playoffs da NBA. Basta uma derrota para o Golden State Warriors na noite desta terça-feira que acaba logo o sofrimento. E por mais que vença o Warriors, tem de torcer contra o Dallas Mavericks perder seus últimos três jogos e precisa ganhar mais dois para empatar pelo décimo lugar. Por conta dos critérios de desempate, Phoenix tem vantagem sobre Dallas.
Mas aí vem o problema: os próximos três jogos do Suns até o fim da fase regular da NBA são contra Oklahoma City Thunder, San Antonio Spurs e Sacramento Kings.
Por mais que o Spurs esteja fora dos playoffs, o time teria a obrigação de vencer ainda o Kings. E o Suns já começa as últimas rodadas da NBA sem Kevin Durant.
Depender de Bradley Beal, que acertou oito dos 26 arremessos nos últimos dois jogos, sendo nenhum deles de três em oito tentativas, é que não vai dar, né? Se o melhor que Beal faz pelo Suns é o ataque, imagine a defesa contra um dos melhores times do Oeste da NBA (Warriors, após troca por Jimmy Butler).
Próximos passos
Kevin Durant não deve ficar no Suns para a próxima temporada da NBA. O mesmo pode acontecer com Bradley Beal, mas de uma forma mais dramática. Enquanto Durant sairia em troca, Beal seria dispensado, mesmo com contrato até 2026/27.
Ou seja, seria uma reestruturação no elenco. O time deve começar a fazer mudanças no grupo e, se tiver chances de receber bons jogadores, vai pensar em vitórias no futuro. Do contrário, vai passar um tempo fazendo o que fez no início da carreira de Devin Booker. É uma pena, pois o Suns tinha potencial para brigar por algo sério na NBA.
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