Lakers de 2020-21 é pior que o da temporada passada?

Time californiano tem campanha inferior a 2019-20, quando foi campeão da NBA

Lakers 2020 21 pior Fonte: Adam Pantozzi/AFP

A campanha de 2019-20 foi marcada por diversos acontecimentos, como as mortes de Kobe Bryant e David Stern, além da pandemia do coronavírus. A temporada foi completada na “bolha” de Orlando e o Los Angeles Lakers foi o campeão. O Lakers chegou para a temporada 2020-21 como o principal favorito, mas anda “escorregando” e dá sinais de que é pior em relação ao time do ano passado.

Comparando as campanhas (com 37 jogos disputados)

2019-20: 30 vitórias, sete derrotas
2020-21: 23 vitórias, 14 derrotas

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Saíram: Avery Bradley, Danny Green, JaVale McGee, Dwight Howard e Rajon Rondo
Chegaram: Marc Gasol, Montrezl Harrell, Dennis Schroder, Wesley Matthews e Alfonzo McKinnie.

Nome por nome, é óbvio que existe grande diferença. Saíram três titulares da temporada regular, lembrando que Bradley não foi para a “bolha” de Orlando, dando lugar a Kentavious Caldwell-Pope. JaVale McGee, por mais que tenha perdido lugar para Dwight Howard e, finalmente, para Markieff Morris (Anthony Davis virou pivô), fazia parte do quinteto inicial na fase regular. Danny Green era o ala, aberto para o arremesso de três. Howard e Rondo eram os veteranos que vinham do banco com intensidade.

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A ideia inicial do técnico Frank Vogel era fazer com que Matthews tivesse as mesmas funções de Green. Ambos são ótimos defensores e aguardam pelo arremesso nos lados da quadra. O problema é que o hoje jogador do Philadelphia 76ers é bastante superior e ninguém parou para notar isso. Enquanto Green jogava quatro minutos a mais que o atual jogador do Lakers e fazia 8.0 pontos, com 36.7% de aproveitamento em três pontos. Matthews faz 4.5 pontos e acerta 34.1%.

No garrafão, talvez a área mais sentida do time, saíram dois jogadores grandes, com características similares e bons na defesa (Howard e McGee) e chegaram Gasol e Harrell. Enquanto o espanhol está em fase final da carreira e considerou a volta ao Barcelona, o ex-Clippers vinha badalado por ter sido premiado como o melhor reserva de 2019-20, mas foi contestadíssimo após a “bolha”. No Lakers, nenhum dos dois faz grande campanha.

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Harry How/AFP

Tudo bem. Gasol não é o mesmo do Memphis Grizzlies. Não é tão ágil, não é tão explosivo, mas segue sendo inteligente e faz bem a função de espaçar a quadra e passar a bola. Sem um jogador dentro da área pintada, é menos difícil de LeBron explorar a cesta oponente, embora ele esteja arremessando ainda mais de três (34.9% de suas tentativas são de longa distância em 2020-21, enquanto ele arremessava 32.5% das vezes de três).

Único a participar de todos os 37 jogos pela equipe na campanha, Harrell é a principal opção ofensiva saindo do banco de reservas, com 62.6%, além de 13.8 pontos e 6.4 rebotes, mas defensivamente, o Lakers já sabia que ele poderia ser um problema, tanto que a equipe busca opções no mercado para a posição.

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Na armação, Rajon Rondo não era titular. LeBron James assumiu a posição, mas o ex-jogador do Boston Celtics teve grande importância nos playoffs dos dois lados da quadra. Sem ele, o time trouxe um dos melhores reservas da temporada passada, o alemão Dennis Schroder. Assim, LeBron voltou a ser ala, mas nada tão diferente do que fez na carreira toda.

Embora Schroder seja muito bom ofensivamente, em 2020-21 ele acerta apenas 31.7% dos arremessos de três, contra 38.5% na campanha anterior. É a terceira opção ofensiva, atrás de Anthony Davis e James. Carece de agressividade em determinados momentos, mas dos reforços é o mais efetivo.

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Lesões e coronavírus

Adam Pantozzi/AFP

A temporada 2020-21 não está sendo fácil para absolutamente ninguém, especialmente por conta da pandemia do coronavírus. Acontece que o Lakers é um dos times que menos sofre com isso. Apenas Alex Caruso perdeu jogos por ter tido contato com alguém que foi diagnosticado com o vírus, mas não chegou a ser infectado e, na última semana, com Marc Gasol.

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Entretanto, a ausência de Anthony Davis (foto) em 14 jogos é determinante. O Lakers perdeu a metade deles. Imagine isso. Com ele, a equipe possui 69.6% de vitórias. A diferença é muito grande. Hoje, o time caiu para a terceira posição na conferência, atrás de Utah Jazz e Phoenix Suns, enquanto o Los Angeles Clippers é o quarto, com uma derrota a mais que o rival.

Ainda recuperando-se de contusão, Davis está cada vez mais próximo do retorno. Mas, com isso, LeBron James foi obrigado a jogar mais. Desde o início de fevereiro, ele atuou em oito partidas com 37 minutos ou mais, sendo quatro deles acima de 40. Aos 36 anos, LeBron não consegue descansar. Não atuou contra o Sacramento Kings, no último dia 3. Resultado? Derrota.

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O grande problema de utilizar James e os mais veteranos da equipe em demasia agora é que eles vão chegar nos playoffs cansados. Não dá para segurar. É a conferência Oeste. Se os playoffs começassem hoje, o Golden State Warriors ficaria fora (ignorando o play-in), com campanha positiva. Se o Lakers bobear, perde posições para Portland Trail Blazers, Denver Nuggets, além do Clippers.

Trade deadline

Bill Baptist/AFP

O Los Angeles Lakers tem até o dia 25 para resolver seus problemas. Analisando daqui, o ideal seria ir atrás de um bom pivô que defenda, mas o time estaria conversando com o Sacramento Kings para ter Hassan Whiteside (foto). Ele pega rebote, pontua, bloqueia arremessos, mas não defende bem. Seria uma versão mais alta de Montrezl Harrell e, nos playoffs, dificilmente arranjaria minutos suficientes.

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PJ Tucker, do Houston Rockets, também tem sido especulado. Excepcional defensor, Tucker não vem bem nos arremessos em 2020-21, com cerca de 32% de acerto. É muito pouco, mas o mundo sabe que sua presença teria um grande impacto defensivo. Esperava-se que com John Wall, ele fosse manter o bom aproveitamento. Historicamente, Wall é um dos armadores com mais assistências para arremessos de três convertidos. Com LeBron, Tucker poderia aumentar tal rendimento.

Falaram de DeMarcus Cousins, mas será que ele poderia ajudar na defesa? É óbvio que talento sobra ali, mas depois de tantas lesões graves, fico em dúvida sobre qual poderia ser o seu papel no Lakers. Também, não podemos ignorar que ele foi bem quando teve minutos no Rockets.

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Agora, um especialista em arremessos nunca é demais. No caso do Lakers, seria bom ter mais do que um. O time tem o sétimo pior aproveitamento no quesito e é o quarto que menos arremessa. Claro que a boa campanha se baseia em defesa, mas a forma com que a NBA é jogada hoje, é necessário ter alternativas ofensivas. Apenas como comparativo, em 2019-20 também não era muito melhor: foi o 23° que mais arremessou de três e o 21° em aproveitamento.

Na temporada passada, isso não fez diferença e o Lakers foi campeão. Mas será que a fórmula pode dar certo mais uma vez? Na dúvida, o ideal seria adicionar um especialista. Vale lembrar que na “bolha”, o time inseriu Dion Waiters e JR Smith. Nos playoffs, a equipe converteu 35.4% das tentativas contra 34.9% da fase regular. Nada muito diferente.

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Um armador reserva seria o ideal. Algo como o que Patrick Beverley faz no Clippers: ótimo defensor, com 42.2% de aproveitamento na atual temporada. Agora, o negócio seria procurar alguém similar e com disponibilidade.

Kyle Kuzma é sempre lembrado em momentos como este. Mas será que vale trocar o jogador agora, quando demonstra muito mais vontade de defender? Se for para melhorar e ter este outro atleta para a próxima temporada, claro que a resposta é sim. Mas por alguém com contrato expirante, é melhor nem pensar na possibilidade.

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Basta lembrar que em todos os times que LeBron jogou, sempre receberam reforços na trade deadline ou antes dos playoffs, com jogadores dispensados, em sua maioria, de veteranos que fizeram algo relevante na NBA, como Antawn Jamison, Ben Wallace, Shawn Marion, Deron Williams, entre outros.

É claro que pela campanha e elenco, o time está mais enfraquecido. A contusão de Anthony Davis pesa muito e pode ser determinante. Mas em quadra, quando você vê os cinco titulares, a sensação é que ficou mais estático no ataque, fluiu menos do que o esperado. Marc Gasol é utilizado como um facilitador, espaçando a quadra ao invés de brigar dentro do garrafão. O próprio Davis posiciona-se atrás da linha de três. Isso só muda quando Montrezl Harrell entra. Mas isso tem uma explicação: quanto mais jogadores fora, melhor para LeBron James investir em penetrações na área pintada.

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É preciso que o Lakers faça algumas mudanças para voltar a ser dominante. No Leste, o Brooklyn Nets está se reforçando cada vez mais e montou um time para ser campeão imediatamente.

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