Os coadjuvantes – Boston Celtics dos anos 80

Gustavo Freitas analisa jogadores que tiveram parte importante nos títulos da equipe de Massachusetts da década de 80

Fonte: Gustavo Freitas analisa jogadores que tiveram parte importante nos títulos da equipe de Massachusetts da década de 80

O Jumper Brasil inaugura uma série que vai contar o “lado B” dos grandes times que foram campeões da década de 80 em diante. Os coadjuvantes de cada vencedor terão espaço e vamos mostrar qual a importância de todos eles para os títulos. Hoje, vamos falar sobre o Boston Celtics, três vezes campeão nos anos 80.

Boston Celtics 

Títulos: 17
Participação em playoffs: 57
Melhores jogadores da franquia: Larry Bird, Bill Russell, Paul Pierce, John Havlicek, Kevin McHale, Sam Jones, Bobby Cousy e Dave Cowens

1980-81

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Após vencer 62 dos 82 jogos da temporada regular, o Boston Celtics varreu o Chicago Bulls na semifinal de conferência e, em seguida, não teve vida fácil. Precisou superar o Philadelphia 76ers de Julius Erving e Darryl Dawkins em sete partidas para voltar às finais da liga, algo que não acontecia desde 1975-76. Na série decisiva, o time de Massachusetts venceu o Houston Rockets de Moses Malone e Calvin Murphy por 4 a 2, conquistando o seu 14º título. Foi o primeiro ano do trio formado por Larry Bird, Robert Parish e Kevin McHale (calouro).

Principal jogador: Larry Bird – 21.2 pontos, 10.9 rebotes, 5.5 assistências, 2.0 roubadas
Técnico: Bill Fitch

1983-84

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Depois do título de 1980-81, o Boston Celtics foi eliminado nos dois anos seguintes na semifinal de conferência, o que causou a queda de Bill Fitch. K.C. Jones assumiu a equipe e o time mais uma vez obteve 62 triunfos e 20 derrotas. O resultado: mais um título. Mas, para chegar lá, o Celtics precisou de sete jogos em duas das quatro séries. Primeiro, superou o então Washington Bullets por 3 a 1. Depois, bateu o New York Knicks na semifinal de conferência por 4 a 3, com direito a 39 pontos, 12 rebotes e dez assistências de Larry Bird no embate decisivo. Em seguida, venceu o Milwaukee Bucks de Bob Lanier, Sidney Moncrief, Paul Pressey e Marques Johnson por 4 a 1. Por fim, a primeira final entre Magic Johnson e Bird. O time do Los Angeles Lakers contava com astros como Kareem Abdul-Jabbar, James Worthy, Bob McAdoo, Jamaal Wilkes, além de Magic. O Lakers chegou a estar vencendo por 2 a 1, mas o Celtics ganhou os próximos dois. A equipe californiana empatou a final no sexto jogo e, no decisivo, Cedric Maxwell, Dennis Johnson e Bird deram o triunfo ao time de Boston.

Principal jogador: Larry Bird – 24.2 pontos, 10.1 rebotes, 6.6 assistências e 1.8 roubada
Técnico: K.C. Jones

1985-86

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Apesar de o Boston Celtics conseguir uma campanha ainda melhor no ano anterior, o time perdeu para o Los Angeles Lakers na revanche das finais.  Mesmo assim, a equipe foi para a sua terceira final da NBA consecutiva. Se você viu os primeiros episódios de “The Last Dance”, sabe o que aconteceu naquela primeira rodada. Diante de um jovem Michael Jordan, o Celtics varreu o Chicago Bulls por 3 a 0 na primeira rodada, não sem antes Jordan anotar 63 pontos no segundo jogo e quase dar a vitória ao seu time. Passado o susto, a equipe de Boston encarou o Atlanta Hawks, de Dominique Wilkins na fase seguinte e venceu por 4 a 1. Já nas finais de conferência, outra varrida, agora diante do Milwaukee Bucks, credenciando-se a disputar o título diante do Houston Rockets de Hakeem Olajuwon e Ralph Sampson. O Celtics venceu por 4 a 2, liderado por outro triplo-duplo de Larry Bird: 29 pontos, 12 assistências e 11 rebotes, além dos 29 pontos e dez rebotes de Kevin McHale.

Principal jogador: Larry Bird – 25.8 pontos, 9.8 rebotes, 6.8 assistências, 2.0 roubadas e 42.4% de aproveitamento em bolas de três
Técnico: K.C. Jones

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O Boston Celtics dos anos 80 foi formado, essencialmente, pelo trio Larry Bird, Kevin McHale e Robert Parish. Juntos, conquistaram três títulos e o time foi para cinco finais, sendo duas derrotas para o Los Angeles Lakers nas decisões, uma das maiores rivalidades da liga. O quão bom era esse time naquela década, dá para notar ao listar que vários daqueles campeões tornaram-se técnicos ou assistentes após suas carreiras como jogadores.

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M.L. Carr – técnico do Boston Celtics
Nate Archibald – assistente técnico da Universidade da Georgia, de Texas El-Paso e na G-League
Larry Bird – técnico do Indiana Pacers
Chris Ford – técnico do Boston Celtics, Milwaukee Bucks, Los Angeles Clippers e Philadelphia 76ers
Kevin McHale – técnico do Minnesota Timberwolves, Houston Rockets
Wayne Kreklow – técnico de vôlei na Universidade de Missouri
Dennis Johnson – técnico do Los Angeles Clippers
Danny Ainge – técnico do Phoenix Suns; atual GM do Boston Celtics
Quinn Buckner – técnico do Dallas Mavericks
Scott Wedman – técnico do Kansas City Knights, da ABA
Rick Carlisle – atual técnico do Dallas Mavericks
Jerry Sichting – assistente técnico do Minnesota Timberwolves, Golden State Warriors, Washington Wizards, Phoenix Suns e New York Knicks
Sam Vincent – técnico do Charlotte Bobcats, atual técnico da seleção do Bahrein

Os coadjuvantes

Robert Parish

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Tem como um coadjuvante ir para o Jogo das Estrelas nove vezes? A resposta é sim. Todo mundo sabe que Larry Bird era o principal jogador, uma lenda. Então, Robert Parish era, sim, um coadjuvante, apesar de toda a sua qualidade. O ex-pivô foi um dos destaques da equipe nos playoffs de 1980-81, quando somou 15.0 pontos, 8.6 rebotes e 2.3 bloqueios. Parish ficou no Boston Celtics até 1992-93, quando foi para o antigo Charlotte Hornets e, dois anos depois, foi campeão mais uma vez, agora no Chicago Bulls. Ele encerrou a carreira em 1996-97, aos 43 anos. Parish possui a marca de mais jogos na NBA em todos os tempos, com 1.611.

Kevin McHale

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Campeão em seu ano de novato, Kevin McHale nem sempre foi titular. Mais precisamente, passou mais da metade da carreira como reserva, mas daqueles que atuavam por muito tempo. Não por menos, obteve duas premiações seguidas de melhor sexto homem da liga. Em 1983-84, McHale alcançou o seu primeiro All Star Game, temporada de seu segundo título. Ele foi campeão mais uma vez, em 1985-86, quando conseguiu médias de 21.3 pontos, 8.1 rebotes e 2.0 bloqueios. No ano seguinte, McHale teve sua melhor campanha individual, fazendo 26.1 pontos, 9.9 rebotes e 2.2 bloqueios. Hall da Fama, o ex-ala-pivô parou de jogar em 1992-93, aos 35 anos. Logo após a aposentadoria, McHale foi convidado para ser assistente de gerente-geral do Minnesota Timberwolves e, em seguida, promovido a GM. Um de seus melhores momentos foi selecionar Kevin Garnett no draft de 1995. No entanto, foi também durante seu período na diretoria que o Timberwolves fez um acordo irregular com Joe Smith. Como punição, a equipe ficou sem as próximas cinco escolhas de primeira rodada. Em 2004-05, assumiu o cargo de treinador interinamente e, por lá, ficou até o fim daquela campanha. Ele voltou a trabalhar como técnico, no lugar de Randy Wittman, em 2008, mas foi por pouco tempo e deixou a franquia. Em 2011, o Houston Rockets o contratou para substituir Rick Adelman, ficando na posição até o início de 2015-16.

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Nate Archibald

Nate Archibald é conhecido por ser um dos melhores passadores das décadas de 70 e 80 na NBA, mas também tinha vocação para ser cestinha. Em seu melhor ano na liga, “Tiny” obteve médias de 34.0 pontos e 11.4 assistências pelo Kansas City Kings, liderando a liga nas duas categorias. Entretanto, uma lesão no tendão de Aquiles, em 1976-77, o deixou um ano fora das quadras e precisou readaptar seu estilo de jogo. Chegou ao Boston Celtics em 1978-79, ainda recuperando-se da contusão. Mesmo assim, Archibald era uma ameaça aos seus oponentes pela incrível velocidade (pesava 68 quilos na época de jogador). Campeão em 1980-81, foi o quarto maior cestinha da equipe naquela campanha, com 13.8 pontos, além de 7.7 assistências. Encerrou a carreira em 1983-84, aos 35 anos.

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Cedric Maxwell

Duas vezes campeão pelo Boston Celtics, Cedric Maxwell tinha um grande instinto ofensivo e, mesmo com a presença de Larry Bird na equipe, foi o MVP das finais de 1980-81. Era o terceiro cestinha do Celtics, atrás apenas de Robert Parish e Bird. Maxwell foi fundamental naquele título e ainda foi campeão pela equipe no título seguinte, em 1983-84, já com um papel bem menor. Ele encerrou a carreira em 1987-88, pelo Houston Rockets. Hoje, ele é comentarista de uma rádio em Boston.

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Chris Ford

Mais conhecido pela carreira como treinador, Chris Ford tinha um papel diminuto no Boston Celtics no título, embora tenha sido titular em 75 dos 82 jogos. Apesar de não ter conseguido grandes feitos como jogador, sua carreira foi, no mínimo, sólida. Após ser campeão, em 1980-81, ele ainda jogou mais uma temporada e parou de jogar aos 33 anos. Depois, em 1990, Ford tornou-se treinador do próprio Celtics por cinco temporadas, mas sem grandes êxitos. Posteriormente, passou por Milwaukee Bucks, Los Angeles Clippers e Philadelphia 76ers.

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Danny Ainge

Hoje, Danny Ainge ocupa o cargo de GM do mesmo Boston Celtics, desde 2003, mas ele teve uma carreira sólida na equipe e até foi para uma edição do Jogo das Estrelas, em 1988. Porém, antes de estrear na NBA, Ainge foi jogar beisebol. Foram dois anos no Toronto Blue Jays, enquanto jogava basquete pela BYU. No início, seu tempo de quadra era bastante limitado e pouco ajudou no título de 1983-84, mas em 1985-86, teve 10.1 pontos e 5.7 assistências sendo titular em quase toda a temporada. Ficou no time de Massachusetts até 1989, quando foi trocado para o Sacramento Kings, passando ainda por Portland Trail Blazers e Phoenix Suns como um bom arremessador de três pontos (quatro campanhas acima de 40% de aproveitamento). Foi técnico do Suns entre 1996-97 e 1999-00, levando a equipe a três playoffs consecutivos, mas caindo nas três oportunidades na primeira rodada.

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Dennis Johnson

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Um dos melhores defensores de todos os tempos, Dennis Johnson chegou ao Boston Celtics já campeão pelo Seattle Supersonics. Ele era um armador que tinha boa visão de quadra, mas também sabia pontuar quando era necessário. No título de 1983-84, Johnson teve números “tímidos”, com 13.2 pontos e 4.2 assistências, mas no ano seguinte, ele voltou ao Jogo das Estrelas, o quinto e último da carreira. Ele parou de jogar, ainda no Celtics, em 1989-90, aos 35 anos. Ele está no Hall da Fama.

Bill Walton

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Bill Walton foi um bom pivô na NBA, mas se machucava demais. Para se ter uma ideia, ele ficou quase quatro temporadas sem jogar por lesão no pé. É bom salientar que, antes dessa sequência, ele havia sido All Star em duas campanhas pelo Portland Trail Blazers. Walton chegou ao Boston Celtics em 1985-86 e ainda foi razoavelmente bem, com 7.6 pontos, 6.8 rebotes e 1.3 bloqueio em cerca de 19 minutos. Hall da Fama desde 1993, Walton encerrou a carreira, mais uma vez, por contusão no pé. Ele ainda tentou retornar às quadras em 1990, mas as dores eram fortes demais. Depois disso, tornou-se comentarista, cargo que possui até hoje.

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