Golden State Warriors (73-9)
Temporada Regular: 1° lugar da conferência Oeste
Playoffs: Perdeu nas finais da NBA para o Cleveland Cavaliers em sete jogos
MVP da campanha: Stephen Curry (30.1 pontos, 5.4 rebotes, 6.7 assistências, 2.1 roubadas, 45.4% em três pontos, 402 cestas de três)
Pontos positivos
– Stephen Curry, até então o MVP e campeão da liga no ano anterior, foi ainda melhor em 2015-16 e quebrou todos os recordes possíveis em uma temporada. Depois de uma final onde não brilhou e viu Andre Iguodala sendo eleito o MVP daquela série diante do Cleveland Cavaliers, só não fez chover e foi o melhor jogador da última temporada, de longe.
– Curry atingiu sua melhor marca em pontuação da carreira (30.1 por jogo). Mas isso aconteceu, além de sua qualidade incrível nos arremessos, pela capacidade que Draymond Green teve de coordenar boa parte das jogadas do Golden State Warriors. O ala-pivô liderou o time com 7.4 assistências por partida.
– Mesmo sem o técnico Steve Kerr por boa parte da temporada, o time não apresentou nenhuma queda de rendimento sob o comando de Luke Walton. Pelo contrário, foi ainda mais eficiente do que no ano anterior e Walton entregou a Kerr a equipe liderando com folga.
– O jogo corrido funcionou novamente. O Warriors foi o segundo time que menos gastou tempo com a posse de bola para definir as jogadas e produziu incríveis 114.9 pontos por embate. Mas a equipe ainda liderou a liga em assistências, cestas de três tentadas, acertadas e em aproveitamento, rebotes defensivos e foi o segundo em bloqueios. Dominou dos dois lados da quadra.
Pontos negativos
– Venceu e convenceu durante a temporada regular, mas nos playoffs, deu sinais de cansaço. Chegou a estar perdendo para o Oklahoma City Thunder na final do Oeste por 3 a 1 e virou. Nas finais, porém, levou o contragolpe do Cavs e ficou sem o título.
– Por favor, arrumem um psicólogo para Draymond Green. Seus atos dentro e fora de quadra prejudicaram o Warriors ao longo da temporada. Claro que fica difícil apontar erros de um time como esse, mas sua ausência em um dos jogos nas finais foi decisiva, por excesso de faltas flagrantes. Pouco depois, teve o incidente da foto na rede social…
– Harrison Barnes até fez uma temporada regular respeitável, mas nos playoffs, especialmente nas finais, foi um fiasco. Contra o Cavs, teve aproveitamento de 34.2% nos arremessos em cerca de 32 minutos.
– Andrew Bogut e suas lesões. O pivô australiano é extremamente técnico, sabe arremessar, passar a bola e defende o aro como poucos na liga. Mas não consegue ficar saudável. E sua ausência em dois jogos nas finais, por conta mais uma vez de contusão, foi sentida no garrafão, onde Tristan Thompson dominou os rebotes.
Análise
A temporada do Warriors pode ser resumida da seguinte forma: é como você preparar uma festa de casamento, igreja, salão de festa, gastar horrores e no fim, os noivos não comparecem. Vencer 73 jogos na fase regular, superando o Chicago Bulls de 20 anos atrás, deu a certeza a todos que o time iria atropelar nos playoffs, o que não aconteceu.
O fato de não medir esforços para bater o recorde do Bulls, fez parecer com que o time estivesse “pregado” no momento principal da temporada. Venceu o Houston Rockets na primeira rodada sem grandes sustos, exceto pela lesão de Curry, o Portland Trail Blazers nas semifinais de conferência, com sustos e com jogos apertados em quase toda a série, e por pouco não para no Thunder. Virou de forma absolutamente sensacional, mas chegou às finais literalmente sem fôlego, achando que só os arremessos de três de Klay Thompson e Curry iriam bastar. Não bastou.
Fica até engraçado escrever sobre um time que dominou a liga durante toda a temporada, que não deu a menor chance aos adversários e que na hora mais importante, refugou.
Perder para o Cavs nas finais não apaga, em hipótese alguma, o brilho que o Warriors teve em 2015-16. Foi o melhor time, o mais legal de se assistir, o que jogou o basquete mais bonito e eficiente dos últimos anos.
Futuro
Para se assegurar de que a chance perdida diante do Cavaliers não se repetisse, a diretoria do Warriors trabalhou (e muito) na construção do time para 2016-17. Barnes e Bogut, problemas nas finais, foram para o Dallas Mavericks. Leandrinho voltou para o Phoenix Suns, enquanto Marreese Speights foi para o Los Angeles Clippers e Brandon Rush, para o Minnesota Timberwolves. Zaza Pachulia chegou do Mavs para ser o titular no garrafão, o veterano David West veio do San Antonio Spurs, mas nada, em nenhum outro momento da offseason, causou mais abalos do que a chegada do astro Kevin Durant.
O ala sentiu na pele o que é ser um grande jogador (um dos melhores da liga) quando deixa uma equipe e vai para outra. Durant foi achincalhado pela mídia, por torcedores e até por ex-colegas. Poucos gostaram de sua decisão, o que, de certa forma, é compreensível.
Durant era o principal nome do Thunder, que acabara de sofrer uma dura derrota para o Warriors nas finais do Oeste e ele foi para o time que o bateu. Eu entendo. Mas foi uma decisão pessoal, uma chance concreta de ter seu nome gravado entre os vencedores de títulos na NBA, algo que outros grandes astros, como Karl Malone, John Stockton, Charles Barkley e Patrick Ewing, jogadores do time que mais encantou o mundo no Dream Team, jamais conseguiram. Se bem que todos esses, exceto Stockton, tentaram o mesmo em outras equipes e falharam.
Aí, a desculpa é que eles fizeram isso no fim de suas carreiras, o que até certo ponto é fato, mas Barkley, um dos maiores críticos da saída de Durant, pressionou o Philadelphia 76ers para ser trocado para o Phoenix Suns aos 29 anos. Durant vai fazer 28 no fim de setembro. Então…
Fora isso, o Warriors é fantástico. Melhorou um time que era considerado imbatível e quase perfeito. Quem é que vai parar a equipe californiana em 2016-17? Essa é uma resposta que certamente ninguém tem, até porque a máquina do tempo ainda não foi inventada (desculpe, DeLorean). Mas a aposta é que o Warriors é o time a ser superado e é o franco favorito desta temporada. Se alguém o bater numa série de playoffs, meus parabéns.