Um expediente comum nas sagas da ficção são os adversários que viram aliados. A NBA é a vida real, mas, às vezes, a realidade imita a arte. O Golden State Warriors vai ser a prova disso, por exemplo, na próxima temporada. O treinador Steve Kerr acostumou-se a ter Chris Paul como um oponente, mas vai comandá-lo a partir do segundo semestre. Uma das grandes surpresas que a carreira já lhe proporcionou.
“Uma das coisas engraçadas nessa liga é que você compete contra certos jogadores por anos e, de repente, tudo muda. Nós já enfrentamos Chris várias vezes seguidas nos playoffs, enquanto ele jogava pelo Houston Rockets. E, do nada, estamos do mesmo lado. Então, você revê os vídeos das nossas discussões e só consegue dar risada”, contou o experiente técnico, em entrevista à ESPN.
Mas isso não é uma novidade para Kerr. Ele tem três décadas de história na NBA, afinal, entre as carreiras como jogador, dirigente e treinador. Trabalhou em oito franquias diferentes, além de ter sido comentarista na televisão. Ou seja, teve a chance de conhecer vários adversários e rever convicções do passado. Por isso, sabe que os sentimentos competitivos são intensos mesmo.
“Essa situação lembra-me da minha história como jogador com Reggie Miller, pois a gente enfrentou-se em todo lugar. Detestava o cara porque jogamos contra, ano após ano, na universidade e NBA. Então, nós trabalhamos juntos como analistas e viramos muito amigos. Acho que vai ser assim com Chris. A gente o odiava porque era muito bom, mas, agora, já o amamos”, garantiu o veterano.
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Sob controle
Steve Kerr aprovou a troca para adquirir Chris Paul por causa da necessidade de mudanças do Warriors. O time da última temporada não funcionou por diversos motivos. Como resultado, fez uma das menos inspiradas campanhas regulares já vistas por um atual campeão. O técnico espera que, com o reforço, Golden State torne-se um coletivo de atuações mais seguras e sólidas.
“Nós já conversamos e uma das coisas que disse para Chris é que precisamos ser uma equipe com mais controle. Tivemos o ritmo mais acelerado, mas, ao mesmo tempo, a segunda maior taxa de turnovers da liga. Não é uma combinação legal, certamente. Uma das coisas que sempre amei em Chris é que ele controla jogos, então nós realmente precisamos dele”, explicou o ex-jogador.
O treinador ressalta, no entanto, que Paul não vai impor a sua forma de jogar no Warriors. “Chris vai ter que adaptar-se a algumas coisas que fazemos também. Jogar com mais velocidade, por exemplo, quando estiver ao lado de Stephen Curry em quadra. Mas acho que temos tudo para encontrarmos um equilíbrio melhor na próxima temporada”, concluiu.
É isso mesmo?
O discurso de Kerr sobre a visão de Paul dentro do elenco do Warriors até pode ser verdade. Mas, provavelmente, precisa ser melhor alinhado com alguns jogadores. Draymond Green, por exemplo, não parece tão aberto à possibilidade de amar o novo companheiro de time. É o completo contrário, aliás. Ele garante que não vai virar o melhor amigo do armador só por causa da “proximidade obrigatória”.
“Não há como aliviar tudo o que já disse e aconteceu entre nós ao longo dos anos. Afinal, isso é a vida real. As pessoas acham que sou um personagem em quadra, mas aquilo é a minha vida. Não vou ir lá e fingir, então, que ‘zerou’ tudo. Eu não gostava de Chris antes. Não vou dizer que isso mudou só porque jogarei com esse cara agora”, cravou o veterano, em entrevista ao podcast de Patrick Beverley.
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