Dois trios, com variações, encerraram seus ciclos após a trade deadline da NBA. Enquanto o Los Angeles Lakers se desfez de Russell Westbrook, o Brookyn Nets trocou Kyrie Irving e Kevin Durant. Tudo isso, em questão de dias. Mas será que serviu de exemplo para outras equipes no futuro?
O Nets, por exemplo, se formou na agência livre de 2019/20. Mas a formação original, com DeAndre Jordan, além de Irving e Durant, foi formalizada anos antes. O trio fez parte do elenco dos Estados Unidos nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Na época, Jordan estava deixando o New York Knicks, após breve passagem, enquanto o armador jogava pelo Boston Celtics. O ala, por outro lado, lutava pelo seu terceiro título da NBA no Golden State Warriors quando se machucou gravemente.
Durant passou toda a temporada inicial do Nets no estaleiro. Jordan brigava por tempo de quadra com um jovem Jarrett Allen e Irving era o único que realmente brilhava. No entanto, com a paralisação daquela campanha em março de 2020, o cestinha sequer foi para a “bolha” da Disney. Era o primeiro problema que Brooklyn teria de resolver.
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Mas as tais variações que citei no início começaram já na temporada 2020/21. Jordan estava sendo superado por Allen cada vez mais, mas seus amigos (Durant e Irving) pediram reforço de um outro astro. O Nets trouxe, em troca, James Harden vindo do Houston Rockets. Então, Allen foi para o Cleveland Cavaliers.
E tinha tudo para ser incrível. O trio somou 13 vitórias em 16 jogos que esteve junto.
Só que Harden não confiava totalmente em Irving. Cada vez mais insatisfeito com o pouco compromisso de seu colega, o Barba pediu troca na trade deadline da NBA, encerrando um dos melhores/piores trios de todos os tempos.
Melhores, porque o potencial era enorme. Piores, bem… não precisa de muita explicação.
Irving tinha problemas fora das quadras, não queria cumprir as exigências da NBA e perdeu boa parte da temporada. Veio a varrida para o Boston Celtics nos playoffs.
Novo trio?
Ben Simmons chegou há cerca de um ano. Mas o armador, que vinha de problemas com o Philadelphia 76ers, sequer atuou em 2021/22, por lesão nas costas. A ideia era fazer o jogador se ambientar e entender a filosofia de Steve Nash.
Entretanto, Durant pediu troca na agência livre. Duas vezes. O astro estava descontente com a forma que a diretoria tratava Irving, mas não concordava com os treinamentos de Nash. Segundo ele, não era bom o suficiente. E após sete jogos em 2022/23, já com Simmons em quadra, o Nets mandou o treinador embora.
Claro, com aval de Durant e Irving.
E Jacque Vaughn, o substituto de Nash, fez um grande trabalho enquanto teve o trio saudável. Mas Irving foi suspenso por oito jogos (custou a parceria com a Nike), Durant se machucou e Simmons “não funcionava”. Apesar de tantos problemas, o Nets chegou a ocupar o segundo lugar no Leste.
Enquanto todo mundo aguardava a extensão de Irving, veio a notícia que caiu como uma bomba na equipe. O jogador não aceitou a proposta e pediu troca imediatamente. No último domingo, veio a negociação com o Dallas Mavericks. Enquanto isso, os rumores de que Durant faria o mesmo cresceram.
Então, na madrugada de quinta-feira, chegou o anúncio da troca dele para o Phoenix Suns.
Entre outros trios que o Nets teve, este durou apenas 24 partidas e a trade deadline da NBA o encerrou.
Los Angeles Lakers
O Los Angeles Lakers recebeu LeBron James na offseason de 2018, após o astro atingir oito finais de NBA consecutivas. No período, ele obteve três títulos. Então, se tratava de uma contratação para fazer o Lakers lutar por campeonatos novamente. E não acontecia desde 2009/10.
Imagine só. Uma franquia com o tamanho do Lakers tanto tempo sem vencer, a pressão é enorme. E quando contrata LeBron, a esperança é ainda maior.
Só que em 2018/19, o time não tinha um elenco tão forte ainda. Apesar de contar com jovens talentosos, faltava “quilometragem” neles. Brandon Ingram, Kyle Kuzma, Lonzo Ball, Ivica Zubac e Josh Hart eram “crus” demais para lutar por um título.
Então, a direção trocou Ingram, Ball e Hart para o New Orleans Pelicans por Anthony Davis. Enquanto isso, Zubac foi para o Los Angeles Lakers, ao lado de Michael Beasley por Mike Muscala. Sim, a troca foi exatamente assim.
Mas o Lakers abriu mão de várias escolhas de Draft para ter Davis. Era tudo ou nada.
E o título veio na temporada seguinte, na “bolha” de Orlando. Tudo lindo, tudo perfeito. Mas a equipe fez várias mudanças em seu elenco para 2020/21 e a coisa não funcionava. Tinha um envelhecido Marc Gasol no garrafão, um pouco eficaz Montrezl Harrell no banco. E não é que o time ainda trouxe Andre Drummond?
O fato é que nada deu certo. O Lakers até passou pelo Golden State Warriors no play-in, mas caiu diante do Phoenix Suns na primeira rodada dos playoffs. Era o momento de fortalecer o elenco.
Russell Westbrook
Primeiro, o Lakers tentou uma troca por Damian Lillard. LeBron e Davis tentaram convencer o astro do Portland Trail Blazers, mas em vão. Depois, a conversa era com o Sacramento Kings para ter Buddy Hield e Harrison Barnes, mas ainda tinha um acordo verbal com o San Antonio Spurs por DeMar DeRozan.
Nada disso aconteceu, entretanto.
No dia 29 de julho de 2021, o Lakers fez troca por Russell Westbrook.
A equipe queria um armador melhor que Dennis Schroder na época. O alemão rejeitou uma proposta de extensão e acabou assinando por um valor muito menor no Boston Celtics. Então, Westbrook era o tal armador melhor que Schroder. Só esqueceram de ver o encaixe.
No papel, tudo lindo. Em quadra, um desastre.
Westbrook precisa muito da bola nas mãos, mas LeBron já era o dono dela. Como fazer funcionar? E o armador não tinha arremesso de três.
Não deu certo e o Lakers sequer foi ao play-in. Elenco envelhecido, Frank Vogel inoperante, trio que não jogava junto por lesões. Todas as receitas para dar errado mesmo.
Mas veio a temporada 2022/23. Com um novo técnico (Darvin Ham), o time até fez boas contratações com o que tinha nas mãos. Lembrando que as escolhas de Draft que restavam eram apenas as de 2027 e 2029.
Rob Pelinka, GM da equipe, disse que faria de tudo para melhorar o elenco. Mas durante a campanha, ele afirmou que não seria de qualquer jeito, o que enfureceu LeBron. Imagine outro ano fora dos playoffs…
James deu sinais de que pediria troca. Mostrou que não gostaria de jogar por jogar e, então, o Lakers finalmente se movimentou. Primeiro, por Rui Hachimura. Depois, mandou Westbrook para o Utah Jazz em troca tripla.
Futuro
A partir de agora, Nets e Lakers começam a esboçar o futuro de suas franquias. Enquanto Brooklyn tenta se reagrupar com o que veio do Dallas Mavericks e Phoenix Suns, Los Angeles montou um elenco para brigar.
Pode até ser que não dê certo por diversos motivos, mas o Lakers tem um grupo de jogadores capaz de mudar o atual patamar. Precisamos ver em quadra para sabermos o que funciona. Tem tudo para se classificar para os playoffs, apesar de a posição ser ruim na classificação. Mas restam 26 jogos.
Embora as duas equipes não tenham mais grandes trios, que se encerraram após a trade deadline da NBA, existe uma luz no fim do túnel.
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