Se Jayson Tatum fosse do Lakers, já teria um MVP

Apesar de tudo, astro do Celtics não consegue subir nas listas do prêmio de melhor jogador

Jayson Tatum Lakers MVP Fonte: Reprodução / X

Nada me tira da cabeça que se Jayson Tatum jogasse no Los Angeles Lakers, ele já teria um MVP. Tudo o que acontece na equipe de Los Angeles tem um algo a mais. Seja pela maior torcida da NBA, por ser um dos maiores mercados da liga ou pelo fato de ser um time em que estrelas ganham mais proporção. Mas o fato é que o Lakers faz isso.

Nada contra o Lakers ou o Boston Celtics, pois estamos falando da maior rivalidade que existe na liga. Eu sou torcedor do Celtics, mas sempre respeitei muito o time de Los Angeles. Afinal, quem são os maiores vencedores da NBA? Não acontece por acaso.

Mas existem diferenças básicas aqui.

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Enquanto o Celtics tenta vencer com os jogadores que formou desde o Draft, o Lakers sempre tem um grande astro, candidato a MVP. Veja alguns exemplos recentes.

O time de Boston foi às finais de 2021/22 com seis jogadores que selecionou no Draft, além de Sam Hauser, que sempre atuou por lá. Poderia ter sete, mas trocou Romeo Langford ao longo daquela campanha (chegou Derrick White). Por outro lado, o Lakers campeão de 2019/20, não tinha um atleta sequer que veio do recrutamento. Nem Kyle Kuzma foi escolha da equipe (Brooklyn Nets).

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É fato, também, que o Celtics foi campeão em 2023/24 após trocar três daqueles jogadores de Draft (Marcus Smart, Grant Williams e Robert Williams). Mas tinha um quarto: JD Davison. Com Jayson Tatum, Jaylen Brown e Payton Pritchard, Boston venceu o Dallas Mavericks na decisão.

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Ao mesmo tempo, o Lakers se desfez de vários jogadores de Draft para se reforçar. Só na troca por Anthony Davis, por exemplo, foram quatro atletas que o time escolheu no recrutamento. Além de Brandon Ingram e Lonzo Ball, que foram para o New Orleans Pelicans, De’Andre Hunter foi para o Atlanta Hawks e Moritz Wagner saiu para o Washington Wizards. Isso, sem contar com Josh Hart, que não foi seleção da equipe.

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Além deles, o Lakers perdeu Julius Randle na agência livre de 2018 para o Pelicans.

Ou seja, o time simplesmente troca ou acaba perdendo seus jogadores de Draft para deixar o elenco mais forte. É outra cultura, outro pensamento.

Lakers sempre teve grandes astros

Se voltarmos no tempo, vamos sempre perceber que algum grande astro o time teve. Exceto por um breve momento no meio dos anos 90, antes de receber Shaquille O’Neal na agência livre de 1997, o Lakers tinha uma estrela.

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Ainda nos anos 50, o Lakers tinha George Mikan. Depois, Elgin Baylor e Jerry West. Estes, selecionados pela equipe no Draft. Mas em 1968, o time fez uma troca com o Philadelphia 76ers para ter Wilt Chamberlain. Detalhe: ele jogou ao lado de Baylor e West. Sabe aquelas trocas que você não entende como aconteceram? Pois é.

O time de Los Angeles mandou três jogadores que não eram exatamente grandes nomes da NBA: Jerry Chambers, Archie Clark e Darrall Imhoff.

Depois, em 1975, dois anos depois da saída de Chamberlain, o Lakers fez troca com o Milwaukee Bucks por Junior Bridgeman, Dave Meyers, Elmore Smith e Brian Winters. Os dois primeiros sequer jogaram por Los Angeles, pois foram escolhas de Draft daquele ano.

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Então, em 1979, veio Magic Johnson via Draft. Mas Johnson não era escolha do Lakers originalmente. A pick pertencia ao New Orleans Jazz.

Apenas quando Magic se aposentou da primeira vez, em 1991 até 1997, quando Shaq chegou, o Lakers não teve um grande astro. E, na sequência, veio Kobe Bryant, que também não era escolha da equipe (Charlotte Hornets). Após a aposentadoria de Kobe, em 2016, o time resolveu apostar nos jovens talentos.

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Foi assim até que…

LeBron James

LeBron chegou como agente livre, após a segunda passagem pelo Cleveland Cavaliers. Ou seja, o Lakers ficou sem o tal grande astro em 2016/17 e 2017/18, pois James assinou para 2018/19.

Daí, como o Lakers não vinha conseguindo extrair muita coisa de seus jovens (e LeBron se machucou na Rodada de Natal), veio a troca por Anthony Davis. Depois, ainda fez outra negociação, desta vez por Russell Westbrook.

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Não deu certo e todo mundo sabe os motivos, mas o Lakers, mesmo não brigando pelos primeiros lugares nos playoffs, sempre tinha alguém na lista do MVP.

MVP

E em 2024/25, não é diferente.

Apesar de o Lakers não passar brevemente (entre 18 e 20 de novembro) de um terceiro lugar no Oeste, o time esteve quase sempre na zona do play-in. Mas ainda assim, LeBron ou Davis estavam na lista do site oficial da NBA.

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Claro, o Lakers, com o quinto lugar hoje, não tem ninguém brigando de fato pelo MVP, mas veja o caso de Jayson Tatum. Apesar de fazer a melhor temporada da carreira, depois de ser campeão, ele não passa da quinta posição.

Vamos entender aqui.

É fato que o Lakers não tem nenhum MVP desde Kobe, em 2007/08, mas fosse jogador da equipe, Jayson Tatum estaria liderando na atual campanha. No mínimo.

Em 2022/23, após o Celtics perder a decisão para o Golden State Warriors, Tatum terminou a votação em quarto. Mas mesmo na última temporada, quando Boston liderou a NBA quase o tempo todo, ele ficou longe da briga. Acabou em sexto.

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Agora, em sua melhor temporada na liga (faz 28.7 pontos, 9.6 rebotes, 5.6 assistências e tem eficientes 37.3% do perímetro), o cara não passa da quinta posição.

Estamos falando de uma NBA que clama por um jogador americano como o grande nome da liga. Afinal, desde 2018 (James Harden), um astro do país não vence. Desde então, foram dois de Giannis Antetokounmpo, três de Nikola Jokic e um de Joel Embiid.

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2024/25

Enquanto Nikola Jokic joga em um inconstante Denver Nuggets, ele consegue o respeito da NBA. Mesmo com o time até então em sexto, ele ainda lidera a Corrida para o MVP.

E é difícil um estrangeiro conseguir o respeito da liga. Quantas vezes não vimos a desculpa de que a NBA caiu a popularidade no país por não ter americano no topo? É que ninguém conta que caiu apenas na TV a cabo, né? Os streamings estão aí para o público mais jovem, que segue consumindo muito. Aliás, enquanto reclamam da audiência nos EUA, o resto do mundo só aponta a seta para cima.

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Mas se Jayson Tatum estivesse no Lakers, fazendo uma quinta melhor campanha do Oeste (lembre-se, o Nuggets é o sétimo após a rodada de sábado), ele muito provavelmente estaria liderando o MVP.

Claro, o cara que faz 40 anos amanhã (30), não vence um MVP desde 2013. Mas sabe quantas vezes ele terminou entre os três primeiros desde então? Cinco, uma delas em segundo, pelo Lakers. Também em 2019/20, Davis foi o sexto.

E o Cleveland Cavaliers, com a melhor campanha da NBA, tem Donovan Mitchell apenas em oitavo… Difícil.

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Jayson Tatum não tem tanto respeito da NBA

Me diga aí: o que Jayson Tatum faz para não estar na briga pelo MVP? Seu time é o segundo no Leste, foi campeão na última temporada, não se envolve em polêmicas, é o melhor jogador de sua equipe e, de quebra, faz a melhor campanha da carreira.

Nas Olimpíadas, por exemplo, ele virou chacota por não entrar em quadra em vários jogos. Fez mais de 30 pontos em dois jogos das finais de 2023/24 e, mesmo assim, não consegue ganhar força para brigar pelo prêmio.

Sim, eu sei. Jokic é o melhor jogador da NBA e Shai Gilgeous-Alexander faz o Oklahoma City Thunder nadar de braçadas em um Oeste, com quatro jogos de diferença sobre o segundo lugar. Mas Tatum não fica entre os três primeiros do MVP. Ninguém fala sobre ele estar na briga. Pode arrebentar em várias partidas que não sobe.

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Agora, com Luka Doncic fora por lesão e um Milwaukee Bucks caindo para quinto no Leste, existe a chance. Mas só assim, sabe? Não por méritos dele ou de sua equipe.

Há quantos anos o Celtics briga pelo título e com Jayson Tatum fazendo números de MVP? Desde 2016/17, o time só não foi às finais do Leste em duas ocasiões.

Aí, vai dizer: “Mas é o Leste”. Sim, mas Embiid e Antetokounmpo jogam onde?

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O que Jayson Tatum ainda tem de fazer para receber respeito da NBA? Sério. Jogar por um time onde só ele é o astro? Lembre-se que LeBron foi o décimo em 2021/22 com o Lakers fora dos playoffs. E nada contra James, mas se ele estivesse no Celtics e Tatum no time de Los Angeles, como seria?

Deuce

E Tatum ainda tem Deuce, que é, de forma unânime (de acordo com a votação que fiz aqui em casa), o filho mais fofo de jogador da NBA.

É brincadeira, tá? Isso não conta. Depois, ainda vão dizer que usei isso como argumento.

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