Se Irving não chegar, Lakers precisa trocar LeBron James

Time californiano pode ficar sem o astro ao fim da próxima temporada, quando acaba seu contrato

Irving Lakers trocar LeBron Fonte: Ethan Miller/AFP

De acordo com os últimos acontecimentos do Los Angeles Lakers, o time está apostando todas as fichas que Kyrie Irving vai chegar em troca com o Brooklyn Nets. No entanto, caso Irving siga no Nets ou vá para outro lugar, o Lakers precisa cuidar de seu futuro e trocar LeBron James. Não estou dizendo que isso irá acontecer, mas a equipe tem que entender que não vai a lugar algum enquanto Russell Westbrook e James estiverem por lá.

Não me entenda errado. Sou fã de LeBron e acho que ele é o segundo melhor jogador de todos os tempos. O problema é que, por conta da falta de opções, o Lakers não tem o que fazer se Irving não chegar. Vai dar mais um ano de Anthony Davis, LeBron e Westbrook? Honestamente, não vejo o menor sentido nisso. Não dá certo, ainda que todos estejam 100% fisicamente.

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Primeiro, não existe encaixe. James não é o cara para jogar sem a bola o tempo todo, enquanto Westbrook provou, em toda a carreira, que é impossível ser o jogador off-ball, exceto em determinadas jogadas em que ele corta para receber e definir perto da cesta. O camisa 0 pode fazer tal função aqui e ali, mas você perde o que ele tem de melhor, que é partir para o próprio lance ou encontrar seus colegas em um passe.

E, adivinha? É o que LeBron também faz, com a diferença que o quatro vezes MVP é capaz de arremessar de média e longa distância. Ou seja, não dá para os dois fazerem a mesma coisa.

Mas qual a diferença entre Westbrook e Irving para funcionar? Se você pensou nos 39.3% de aproveitamento nos arremessos de três, parabéns.

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Irving sabe jogar sem a bola. Começa por aí.

Mas por que o Lakers deveria trocar LeBron se Irving não chegar?

Vamos começar pelas partes contratuais para entendermos do que estamos falando.

Primeiro, Westbrook tem um contrato “introcável”. Se ele tivesse performances que o levaram a ser reconhecido como um dos melhores armadores dos últimos anos, obviamente valeria tentar uma negociação. Imagine só. Um cara que é capaz de fazer triplos-duplos e, toda vez que ele atingiu tal marca, o time venceu 73.7% das vezes (de acordo com o site Stats Muse) é porque ali tem algo.

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Depois, ficou claro que, com LeBron ao seu lado, suas ações ficam limitadas ao tal off-ball que citei acima. Como ele vai criar contra-ataques se a bola não fica em suas mãos? E, com James, a coisa não funcionou e todo mundo viu o que aconteceu. Como resultado, seu valor de mercado despencou. Os US$47 milhões soam como absurdo para qualquer franquia. Além disso, mesmo que ele esteja em seu último ano de contrato, dificilmente vai conseguir uma troca, a não ser que envolva outro jogador com valor de mercado ruim. Leia-se, então, Kyrie Irving.

Em contrapartida, LeBron tem esse tal mercado. Mesmo que ele esteja com 37 anos e vai receber US$44 milhões, basta o Lakers estalar os dedos que vai aparecer interessados querendo brigar pelo título. Ou alguém acha que se ele estiver disponível, times como Miami Heat e Phoenix Suns não fariam propostas?

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Herança de LeBron

E tem, também, a “herança maldita” que James deixa. Já falamos disso em outras matérias, mas vou repetir.

Sempre que ele deixa uma equipe, ela se comprometeu tanto com escolhas de draft para reforçar o elenco, que atrapalha todo o planejamento futuro. O Cleveland Cavaliers, por exemplo, só foi aos playoffs desde o seu draft quando James estava no grupo. Foi assim após sua primeira passagem e, embora o time tenha disputado o play-in na última temporada, não se classificou.

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O Miami Heat, por outro lado, não foi aos playoffs em três das próximas cinco campanhas após ele deixar a equipe para retornar ao Cavs.

Na última semana, James teria pedido ao Lakers para sacrificar as escolhas futuras por Irving.

De novo. É o padrão, pois ele quer vencer agora. Ao fim da próxima temporada, LeBron terá 38 anos e as chances de vencer um quinto título na carreira vão diminuir ainda mais.

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Mas o Lakers teria coragem de trocar LeBron sem Irving no elenco?

Não sei. Minha aposta é que não, mas estamos falando de um time que não vem se preocupando muito com escolhas de draft nas últimas décadas. Desde Eddie Jones, em 1994, entre escolhas top 20, apenas Andrew Bynum e Julius Randle ficaram por mais de três anos. Bynum atuou por sete campanhas, enquanto Randle jogou por quatro.

Você deve pensar, então, que o Lakers nem precisou, pois brigou por títulos em vários desses anos. E é verdade, em partes. Mas naqueles que não brigou, a situação foi a seguinte: Javaris Critenton (meio ano), D’Angelo Russell (dois anos), Brandon Ingram (dois), Lonzo Ball (dois), De’Andre Hunter (nenhum, pois a escolha foi para o New Orleans Pelicans e, em seguida, para o Atlanta Hawks). Já Isaiah Jackson, escolha 22 do ano passado, era do time, mas foi para o Indiana Pacers (na que negociação de Westbrook).

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Tudo bem. Tais nomes poderiam não mudar a atual situação, mas hoje fariam alguma diferença. Vale lembrar que Ingram, Ball e a pick de 2019 (Hunter) saíram em troca para o Pelicans por Davis. A negociação ainda tinha Josh Hart e as escolhas de 2023 e 2024.

De qualquer forma, já foi. Está no passado e eu entendo que isso faça parte do mercado de Los Angeles. O time vai ser mais agressivo mesmo em busca de um título, “desistindo” do futuro. Escrevi sobre isso na sexta-feira sobre uma possível troca de Kevin Durant. Assim como Nova York, LA tem esse mercado enorme.

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Trocando LeBron, o que o Lakers poderia fazer?

Primeiro, analisando o que o time possui agora, incluindo o trio (LeBron, Westbrook e Davis), não acho que seja bom o suficiente para brigar por grandes coisas. Pode ir aos playoffs, mas cairia em uma primeira rodada ou lutaria para fugir do play-in. Não tem um elenco para bater de frente com Golden State Warriors, Phoenix Suns, Los Angeles Clippers, Denver Nuggets, Memphis Grizzlies, Minnesota Timberwolves e Dallas Mavericks.

Kyrie Irving faria toda a diferença?

Honestamente, acho que sim. Já falamos disso. Mas caso Irving não seja um jogador do Lakers, trocar LeBron faria sentido por alguns motivos:

Enfim, não estou cravando absolutamente nada. Eu ainda acho que as melhores chances do Lakers brigar por algo passam por um trio com LeBron, Davis e Irving. Os reforços que o time fez foram pensando em um elenco mais jovem e com bons defensores. Então, sim, é possível.

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Mas caso Irving não chegue ao Lakers, é algo que a diretoria pode pensar (se já não pensou). James vai entrar em seu último ano de contrato e perder ele de graça em julho do ano que vem é uma coisa que deixaria a franquia em uma situação terrível.

Portanto, é uma ideia. Pode ser ruim, se pensar no tamanho que LeBron tem na história da NBA, mas pode ser boa se pensar no futuro.

 

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