Revisão da temporada – Utah Jazz

Inconstância, contusões e falhas em partidas decisivas “sabotaram” uma campanha promissora

Fonte: Inconstância, contusões e falhas em partidas decisivas “sabotaram” uma campanha promissora

Utah Jazz Top 10 Plays of the 2015-2016 Season

Utah Jazz (40-42)

Temporada regular: 9º lugar da conferência Leste
Playoffs:
não se classificou
MVP da campanha: Gordon Hayward (19.7 pontos, 5.0 rebotes, 3.7 assistências, 1.2 roubos de bola)

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Gordon Hayward 2

Pontos positivos

– O Jazz consolidou seu status como um dos melhores times defensivos da liga na última temporada com o sétimo mais baixo índice de eficiência na marcação da campanha: cederam apenas 101.6 pontos a cada 100 posses de bola.

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– Por mais que nem sempre seja agradável de assistir, a equipe possui um estilo e identidade bem definidos pelo trabalho cada vez mais consistente de Quin Snyder. Desaceleram as ações, gostam de formações altas e marcam forte.

– Gordon Hayward assumiu uma tarefa pesada com muita firmeza ao carregar a função de principal criador de jogadas do time na maior parte da temporada, mantendo o (sempre desfalcado) Jazz na disputa por vaga nos playoffs.

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– Até por apostar em formações mais altas, a equipe é uma das melhores da liga ao falarmos de rebotes: teve a quinta maior taxa de rebotes coletados na temporada passada (sétimo entre os defensivos e terceiro nos ofensivos).

Pontos negativos

– O Jazz parecia ter uma vaga nos playoffs nas mãos na reta final da temporada, mas, incrivelmente, conseguiu perdê-la – em uma sequência que incluiu derrotas para o Lakers e contra um Clippers que poupava vários titulares.

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– Para um elenco jovem e bons atletas, o time joga em um ritmo assustadoramente lento: sua média de 93.3 posses de bola por partida foi a mais baixa da campanha de forma disparada. Foi a única equipe a ter menos de 95 posses por jogo.

– A ausência de um armador provado pela maior parte da temporada fez bastante diferença para o Jazz, que teve o quarto pior índice de taxa de assistências e a terceira maior porcentagem de posses terminadas em erros de ataque da liga.

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– Por azar ou incompetência, a franquia de Salt Lake City foi assolada por pequenas lesões ao longo da temporada e isso cobrou seu preço. Snyder teve que escalar 12 jogadores diferentes como titulares mais de uma vez no ano.

Gordon Hayward's Top 10 Plays of the 2014-2015 Season!
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Análise

O Jazz terminou a temporada retrasada empolgando torcedores e analistas: o time teve uma das melhores campanhas e defesas da liga em março e abril de 2015, o que criou grandes expectativas para o rendimento do jovem elenco na campanha passada. Com um treinador à imagem do grupo de atletas – o talentoso estreante Quin Snyder – e uma filosofia de jogo solidificada, a franquia parecia destinada a um grande salto na classificação do Oeste neste ano. Não aconteceu.

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Por que não aconteceu? Vários fatores contribuíram, na verdade. A lesão de Dante Exum ainda na offseason, quando atuava em amistosos pela seleção australiana, seria o primeiro de uma série de problemas físicos que acometeram a equipe na temporada. O armador não entrou em quadra na campanha e doze jogadores foram escalados no quinteto inicial por mais de uma vez no ano. Só dois titulares absolutos disputaram mais de 60 partidas no ano.

A ideia de não trazer um armador mais provado para substituir Exum, inserindo o novato brasileiro Raulzinho Neto (que fez boa temporada de estreia) como titular, tornou a armação do Jazz pouco operante ofensivamente e sobrecarregou o ala Gordon Hayward, que precisou ser a grande força criativa do time com a bola nas mãos pela campanha quase inteira. Foi evidente que o líder técnico da franquia carregou um fardo pesado demais. Só na reta final do ano que a direção de Utah trouxe um armador mais experiente para assumir a posição (Shelvin Mack).

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Ainda assim, o Jazz manteve-se na disputa por uma vaga nos playoffs por meio de sua sólida identidade. Os comandados de Quin Snyder tiveram altos e baixos, mas sempre teve uma forma sólida de jogar: lento, defensivo e com ótima proteção de aro – o que, por consequência, permite que jogadores de perímetro sejam mais agressivos “apertando” a bola. Foi assim, de uma forma nem sempre agradável de ver, que Utah passou perto de superar os problemas e chegar ao mata-mata.

Não chegou lá por outro problema: a instabilidade. O Jazz foi uma das equipes que deram muito aperto ao histórico Golden State Warriors nos jogos em Oakland e, ao mesmo tempo, perdeu um confronto decisivo, em casa, contra os reservas do Los Angeles Clippers – a derrota que sacramentou a eliminação. Está claro que o time sofre compreensivelmente quando Rudy Gobert, a âncora da defesa, é desfalque, mas é impossível não pensar que a ausência de veteranos ou mais opções úteis para os momentos mais críticos da temporada tenha pesado contra o jovem Jazz.

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É difícil não qualificar a temporada do Jazz como um fracasso, mesmo diante de circunstâncias contrárias, ao notarmos que um Houston Rockets absolutamente problemático conseguiu superá-lo pela oitava posição do Oeste. O ponto positivo é que ainda há muito tempo – e talento – para que esse time encontre o caminho correto e deixe os tropeços no passado.

Rudy Gobert 2

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Futuro

O Jazz pareceu ter identificado as duas grandes carências de seu elenco e “atacou” o mercado com bastante lógica. A equipe não só conseguiu melhorar sua armação para além do retorno do jovem Dante Exum, mas trouxe um necessário grupo de veteranos para reforçar seu elenco majoritariamente jovens em alternativas e na gestão de momentos cruciais – como a garantia da vaga nos playoffs da última temporada.

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A chegada de George Hill, em troca fechada com o Pacers, traz o tipo de armador que o sistema em que o Jazz atua precisa: um arremessador de longa distância capaz de marcar múltiplas posições e que pode atuar sem a bola nas mãos. Além disso, ele é um jogador experiente e provado. Pode não fazer a armação de Salt Lake City muito mais criativa, mas sobe o time de patamar em relação ao último ano.

Os veteranos Boris Diaw e Joe Johnson também chegaram a Utah, trazendo não só mais referências com vastas experiências em playoffs que possam influir de forma positiva no jovem elenco, mas também atletas criativos ofensivamente que possam “destravar” o ataque do Jazz. Diaw é um ótimo passador que infiltra e arremessa, enquanto Johnson continua um jogador que pode criar eventualmente cestas para si em situações de um contra um.

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Agora, Quin Snyder supera um drama para encarar outro: com os vários lesionados da última temporada retornando em plenas condições e os novos sólidos reforços chegando, encontrar espaço na rotação para todos vai ser um desafio. O elenco atual possui 13 jogadores que tiveram espaço na rotação de suas franquias na campanha passada e é seguro dizer que esperam atuar a partir de outubro.

O Jazz agora tem alternativas e parece no caminho certo para ir aos playoffs mais uma vez. Isso, lógico, se lesões, inconstância e a gestão do elenco não atrapalharem. Mais uma vez.

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