Revisão da temporada – Los Angeles Lakers

Time ficou fora dos playoffs pelo quarto ano consecutivo

Fonte: Time ficou fora dos playoffs pelo quarto ano consecutivo

Los Angeles Lakers (26-56)

Temporada regular: 14° lugar da conferência Oeste
Playoffs: 
não participou
MVP da campanha: 
Julius Randle (13.2 pontos, 8.6 rebotes, 3.6 assistências e 48.8% de aproveitamento em arremessos)

Pontos positivos

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– Um dos poucos destaques individuais que o Los Angeles Lakers teve em 2016-17 foi o ala Larry Nance Jr., que em seu segundo ano na liga, seguiu mostrando ser aguerrido o suficiente para angariar tempo de quadra. Apesar de não ser tecnicamente muito desenvolvido, Nance ganhou espaço principalmente após Luol Deng ser afastado pela diretoria e/o técnico Luke Walton.

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D’Angelo Russell pode até não ter feito uma segunda temporada de saltar aos olhos, mas foi bem menos inconstante do que em seu ano de estreia na NBA. O armador evoluiu de um modo geral e superou, com alguma folga, os números de calouro, pulando de 13.2 pontos para 15.6 e de 3.3 assistências para 4.8. Tudo isso jogando basicamente com os mesmos minutos e a mesma função.

– Ivica Zubac apareceu bem quando foi chamado. O jovem pivô, como todo calouro desconhecido, demorou a engrenar e ganhar tempo de quadra. Mas o afastamento de Timofey Mozgov fez com que Zubac surpreendesse. Em uma sequência de dez jogos, já na reta final da temporada, o atleta foi titular em nove dessas partidas e obteve médias de 12.3 pontos, 5.7 rebotes e 1.0 bloqueio em cerca de 22 minutos, números bem respeitáveis.

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– A temporada acabou. Faz tempo, mas acabou.

Pontos negativos

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– Aquele contrato do Timofey Mozgov na abertura da agência livre foi uma das coisas mais bizarras já vistas em todos os anos que acompanho NBA. Isso se não foi a maior bizarrice mesmo. Como é que a diretoria me faz uma coisa dessas? Os tais US$64 milhões para o russo por quatro temporadas deram a entender que, de duas, uma: ou a diretoria era genial ou bestial. Genial, se foi para assustar todos os times e estabelecer um patamar altíssimo para acordos com jogadores, deixando a agência livre mais travada. Bestial, se o Lakers mantivesse o atleta, que não tem a menor culpa de receber esse salário, em seu elenco para os próximos anos. Ainda não sei exatamente o que foi, mas na dúvida, opto pelo pior.

Luol Deng sempre foi conhecido por ser um atleta acima dos demais e por conta da defesa. Mas, ao fechar com o ala, o Lakers comprometeu o desenvolvimento de seu então mais novo pupilo, Brandon Ingram. Ora, Deng é muito bom jogador e útil em muitas equipes na liga, mas despejar US$72 milhões em um sujeito que só serve como mentor para Ingram e que segue no elenco, só pode ser um ato estúpido de quem estava no comando. Que deixasse esse espaço em sua folha salarial para brigar por alguém mais impactante, ou ainda, que desse apenas um ano de contrato a um veterano. Agora, se não conseguir trocar em breve, vai ter que segurar a bronca até 2020, emperrando o teto.

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– Como o Lakers apanhou durante a temporada. Foi o time que mais permitiu arremesso convertido (48.8% de aproveitamento dos adversários), o quinto pior em arremessos de três concedidos (37%), o que mais levou cestas assistidas (25.7 por jogo), o sexto que mais cometeu erros de ataque (14.5 por jogo), sendo o quinto que menos distribuiu assistências (20.9).

– O time tinha dois sextos homens quando a temporada começou, após Jordan Clarkson tornar-se reserva. Lou Williams, já especialista no assunto, estava na equipe desde o ano anterior, enquanto Luke Walton optou por colocar Clarkson vindo do banco, fazendo exatamente a mesma coisa que Williams. Não que não funcionasse, mas na prática, o Lakers utilizou três atletas para a mesma posição, já que Nick Young foi o titular na maioria das vezes.

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Análise

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Há quantos anos o Los Angeles Lakers está fora dos playoffs mesmo? São quatro temporadas seguidas em uma reformulação que nunca termina. Quando falamos de um time do porte do Lakers, quatro anos é algo exagerado e mostra despreparo de quem comandava. Tudo bem, até entendo que o time sofreu muito nos últimos suspiros de Kobe Bryant, que a equipe estava em busca de uma identidade que não se afirmou (Dwight Howard receberia o bastão) e que a diretoria precisou esperar Kobe se aposentar para tomar um rumo. Mas, no primeiro momento sem Bryant, optar por torrar US$34 milhões anuais em Timofey Mozgov e Luol Deng, foi um belo tiro no pé.

Não que os dois não sejam reforços. Até são. São úteis. Mas não por esses valores. Não por suas condições atuais em suas carreiras. Aí, de cara, você tira tempo de quadra de Brandon Ingram, Larry Nance…

Sabia-se que o Lakers não iria a lugar algum em 2016-17. Então, por que não deram aos moleques mais minutos para que pegassem experiência? Decidiram dar a dois veteranos salários absurdos e com contratos duradouros. Ainda bem que a diretoria mudou. Até entenderia os mesmos Deng e Mozgov por uma temporada, ou duas, no máximo, recebendo tudo aquilo. Desenvolveria seus jogadores jovens, teria prazo de validade para aqueles acordos e, com um ano, poderiam trocar para abrir espaço na folha salarial. Tudo bem. O Lakers “achou” o Brooklyn Nets meses depois e conseguiu se livrar do russo. Mas a peso de que? Desfazer uma besteira fazendo outra? Falo de D’Angelo Russell mesmo. O Lakers desistiu muito fácil dele.

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Na verdade, o Lakers colecionou bobagens, incluindo a troca do brasileiro Marcelo Huertas com o Houston Rockets. Apenas quando negociou Williams e decidiu afastar Mozgov e Deng, dando espaço aos jovens, é que a equipe pareceu ter algum rumo. Derrotas ou vitórias, não importavam tanto. Já havia passado a hora de desenvolver, pensando no futuro.

Futuro

Aí é que está. Para mexer no futuro, o Los Angeles Lakers precisou atrapalhar o presente. Negociou Timofey Mozgov e D’Angelo Russell por Brook Lopez. Certo. Mozgov e seu contrato eram um absurdo. Mas Russell? Tá. Vamos lá. Sabia-se que o time iria em Lonzo Ball, mas Russell, com mais de 35% de aproveitamento nos arremessos de três, jogaria tranquilamente sem a bola e assim, Jordan Clarkson poderia seguir vindo do banco, com o ex-camisa 1 dividindo a organização do jogo com Ball. Para enfatizar, aos 20 anos, apenas Tony Parker teve um EFG% (Effective Field Goal Percentage, estatística que ajusta o arremesso de três como melhor do que um lance de dois) entre armadores em todos os tempos da liga. Mas não é possível ficar chorando o tempo todo por isso, certo?

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Há cerca de um mês, fiz um artigo sobre o futuro do Lakers e sim, considero que será brilhante. Até acharam que eu fosse torcedor da equipe, mas era uma comparação sobre o que o time pode fazer em relação ao seu colega de ginásio nas próximas temporadas.

E eu acredito nisso não só pelas peças que são hoje, melhores do que nos anos anteriores, mas também pelos bastidores. Rob Pelinka e Magic Johnson vão fazer de tudo para recolocar a equipe não só nos playoffs, mas em condições reais de brigar por alguma coisa. Porém, um detalhe muito importante: não é para agora. Isso vai levar tempo.

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Minha aposta é que Ball seja realmente um daqueles jogadores especiais que vamos falar sobre em Jogos das Estrelas, brigas por premiações e tudo mais. Vai elevar não só o seu jogo, mas também de seus companheiros. Mas seu pai é muito chato. Mais chato do que descobrir que dentro daquele pote de sorvete tem mesmo é feijão congelado.

Além de Lopez, a diretoria foi atrás de Kentavious Caldwell-Pope para ocupar a titularidade como ala-armador, ao lado de Ball. No draft, o time selecionou o ala-pivô Kyle Kuzma, que mostrou muito potencial nas Ligas de Verão. Outro que apareceu bem por lá foi Vander Blue, porém, com o time completo, não deverá ter tanto tempo de quadra assim.

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Agora, sabe quantos jogadores faziam parte do elenco do Lakers no dia da despedida de Kobe Bryant? Apenas três. Julius Randle, Jordan Clarkson e Larry Nance. Estamos falando de algo que aconteceu há pouco mais de um ano. Sinal de que mudanças drásticas estão vindo por aí.

O Lakers não é para agora e, exceto o mais otimista torcedor, ninguém acredita que a equipe irá aos playoffs em 2017-18. Não tem como, ainda mais na forte conferência Oeste, mesmo que o Memphis Grizzlies e o Utah Jazz possam cair de produção. Não é para tanto. Ao menos, hoje.

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