Revisão da temporada – Cleveland Cavaliers

Liderada novamente por LeBron James, equipe de Ohio disputou sua terceira final consecutiva em 2017

Fonte: Liderada novamente por LeBron James, equipe de Ohio disputou sua terceira final consecutiva em 2017

Cleveland Cavaliers (51-31)

Temporada regular: segundo lugar da conferência Leste
Playoffs: perdeu na final para o Golden State Warriors em cinco jogos
MVP da campanha: LeBron James (26.4 pontos, 8.7 assistências, 8.6 rebotes, 1.2 roubada)

Pontos positivos

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– LeBron James, para variar, fez números de MVP em mais uma temporada em que não foi MVP. Isso vem sendo normal em sua carreira, após angariar quatro premiações de melhor jogador do ano em um período de cinco temporadas. Seu impacto no Cleveland Cavaliers foi tão grande desde o seu retorno, que levou a equipe às finais desde então. Em 2016-17, James atuou em 74 jogos e o Cavs venceu 51. Sem ele, nos outros oito, o time perdeu todas.

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– Kevin Love finalmente fez um bom ano em Cleveland. Considerado um astro antes de chegar ao Cavaliers, Love decepcionou em suas duas temporadas em Ohio. No entanto, em 2016-17, o ala-pivô voltou a figurar entre os melhores de sua posição e foi convocado para o Jogo das Estrelas, terminando com médias de 19.0 pontos, 11.1 rebotes e 37.3% dos arremessos de longa distância.

– O ataque do Cavaliers foi assombroso durante a temporada regular. O time do técnico Tyronn Lue obteve índices ofensivos sensacionais, como 110.3 pontos (quarto da liga) e 38.4% de aproveitamento nos arremessos de três pontos (segundo).

– Em sua melhor temporada regular como profissional, Kyrie Irving provou ser um dos melhores jogadores de sua posição na liga. Consistente no ataque, o armador teve mais arremessos até que LeBron James, converteu acima dos 40% de aproveitamento nos arremessos de três pela segunda vez na carreira e fez 25.2 pontos, contra 19.6 no ano anterior.

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Pontos negativos

– Somados, Chris Andersen, Larry Sanders e Andrew Bogut, trazidos ao time como opções para o garrafão, duraram 18 jogos, ou ainda pior, 128 minutos. Andersen sofreu lesão no joelho que o tirou de toda a temporada. Em seguida, a equipe testou Sanders, que não jogava desde 2014-15, quando optou por aposentar-se. Não deu certo. Então, Bogut chegou após ser dispensado pelo Dallas Mavericks, mas machucou-se no primeiro e único minuto em quadra e frustrou as pretensões do Cavs com uma lesão na tíbia e também perdeu o resto do ano. Walter (Edy) Tavares foi contratado, mas atuou apenas em uma partida, a última da fase regular de 2016-17.

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– Iman Shumpert é um defensor espetacular, mas com ele em quadra, o Cavaliers tinha apenas quatro jogadores no ataque. O atleta converteu apenas 41.1% dos arremessos durante a temporada regular, com 7.5 pontos. Nos playoffs, foi tão ruim quanto, com 4.4 pontos e 41.7% de acerto. Assim que 2016-17 terminou, ele pediu para ser trocado. A diretoria, no entanto, não conseguiu encontrar nenhum parceiro para a negociação.

– Deron Williams simplesmente “não aconteceu” no Cleveland Cavaliers. Contratado para ser uma espécie de alívio para Kyrie Irving, o armador teve performances abaixo do esperado e parecia estar pouco motivado. Outrora um dos melhores jogadores da posição, Williams tornou-se um fiasco ambulante.

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– Apesar de o ataque ser eficiente, a defesa foi uma peneira. O Cavs foi o 20° que mais sofreu pontos, com uma média de 107.2 por jogo. Além disso, foi o 25° time que mais bloqueou arremessos e o pior de todos da NBA em roubadas, com 6.6.

Análise

Sabia-se, desde o princípio, que o Cleveland Cavaliers seria o time a ser batido na conferência Leste. Esse favoritismo só aumentou após o primeiro título da franquia, obtido em cima do Golden State Warriors em 2015-16, após sete jogos. No entanto, ninguém contava que o Boston Celtics evoluiria o bastante para chegar a ser uma ameaça, o que de fato, acabou não sendo. Mas na fase regular, o Cavs viu seu oponente crescer a cada mês e o Celtics terminou em primeiro. Pareceu mais por decisão da franquia do que propriamente apenas pelos méritos do time de Massachusetts. Para ser mais claro: em quatro jogos diante do Chicago Bulls, o Cavaliers perdeu todos. Caso finalizasse a campanha em primeiro no Leste, enfrentaria o mesmo Bulls, o oitavo, na abertura dos playoffs. Tudo foi negado, apesar de tudo.

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Mas o Cavs sofreu um pouco para chegar aos playoffs. Particularmente, em sua direção. As contratações de meio de temporada fracassaram. Bem, quase todas, uma vez que Kyle Korver seguiu sendo consistente nos arremessos de longa distância. No entanto, Deron Williams, Andrew Bogut e Larry Sanders, decepcionaram. OK, Bogut foi por lesão, mas esperava-se muito de um jogador desse calibre (ótimo defensor, bom passador para a posição de pivô e muito inteligente com a bola) e ele durou apenas um minuto em quadra. Sanders foi, em um paralelo, quase que a tentativa frustrada do Miami Heat com Greg Oden. Vinha de um ano inteiro parado por opção própria, mas quando entrou em quadra, pareceu perdido e completamente fora de ritmo. Já Williams, chegou com expectativa de jogar muitos minutos ao lado de Kyrie Irving, mas acabou sendo apenas o seu reserva e não agradou ao ponto de sequer ter sido procurado pela franquia ao término da temporada para uma renovação contratual.

Na fase dos mata-matas, o Cavs sobrou diante de seus oponentes do Leste, chegando a dez vitórias seguidas e duas varridas sobre o Indiana Pacers e o Toronto Raptors. Perdeu na terceira partida da final de conferência para o Celtics, mas venceu as duas seguintes e classificou-se para a sua terceira final consecutiva. Já contra o Warriors, agora com Kevin Durant, o Cavaliers não foi páreo e, só não levou um 4 a 0 porque LeBron fez um triplo duplo e Irving anotou 40 pontos no jogo 3.

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Futuro

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O que mais chamou a atenção nos primeiros dias de offseason foi a inércia da diretoria. Talvez, por considerar seu grupo muito forte, o que de fato é, o Cleveland Cavaliers ficou parado e realizou apenas contratações pontuais, como a do veterano Jose Calderon, o ala Jeff Green e o novato Cedi Osman, que estava na Europa. Depois, a equipe surpreendeu e fechou com o MVP de 2011, Derrick Rose. Tudo ia relativamente bem até que…

Bem, Kyrie Irving chutou o balde. Pediu para ser trocado em um momento em que os principais nomes já haviam saído das prateleiras do mercado. Com o teto salarial engessado por contratos pesados, como os de LeBron James, Kevin Love, Tristan Thompson e do próprio Irving, o Cavs não tinha muito o que fazer. Os planos foram frustrados mais uma vez.

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Como Paul George havia sido negociado por ̶u̶m̶a̶ ̶m̶e̶r̶r̶e̶c̶a̶ Victor Oladipo e Domantas Sabonis pelo Indiana Pacers com o Oklahoma City Thunder, esperava-se que Irving, até por estar próximo de seu último ano de contrato, sairia por algo parecido. Mas o Cavaliers, em tese, se deu bem ao fechar a troca por Isaiah Thomas, Jae Crowder, Ante Zizic e a escolha de primeira rodada do próximo draft, que pertencia ao Brooklyn Nets. Em tese, porque Thomas sofreu uma lesão no quadril e pode ter de passar por uma cirurgia. Nos bastidores, estimava-se que o armador estaria pronto para atuar após as primeiras semanas de temporada e que não seria necessária uma cirurgia. Entretanto, após exames realizados em Cleveland, a direção pediu para renegociar a troca, pois acredita que seu novo atleta vai precisar passar por uma intervenção cirúrgica, no fim das contas. Para encerrar o assunto, o Celtics envolveu uma outra escolha de draft, agora, de segunda rodada. Até lá, Rose deverá ser o armador titular.

O Cavs ainda tenta uma troca com o New York Knicks por Carmelo Anthony, mas a possível saída do ala está muito mais ligada ao Houston Rockets do que qualquer outra coisa. Após a saída de Irving, fica cada vez mais difícil o time negociar Love.

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Se a temporada tivesse seu início agora e caso Thomas esteja pronto para contribuir em poucas semanas, o Cavaliers ainda seria o time a ser superado no Leste. O estilo de jogo não deverá mudar e o grupo ficou mais forte com as chegadas de Crowder e Green, dois alas experientes, mas com atribuições diferentes. Enquanto o primeiro é conhecido por sua defesa acima da média, Green é um jogador mais capacitado do outro lado da quadra. Ambos chegam para reforçar o banco. Espera-se que James seja ainda mais protagonista na primeira parte da fase regular, até pela ausência de Thomas, que quando estiver apto, vai precisar da bola nas mãos, uma das principais características de LeBron.

No geral, sabe-se que o Celtics mudou quase todo o quinteto titular e que os que chegaram são melhores do que os que saíram. No entanto, ainda não é possível afirmar que é mais forte que o Cavaliers neste momento. O fator LeBron pesa.

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