Revisão da temporada – Chicago Bulls

Com 50% de aproveitamento na temporada regular, a franquia de Illinois teve dificuldade para se classificar aos playoffs

Fonte: Com 50% de aproveitamento na temporada regular, a franquia de Illinois teve dificuldade para se classificar aos playoffs

Chicago Bulls (41-41) – oitavo colocado na conferência Leste

Playoffs: Eliminado na primeira rodada pelo Boston Celtics

MVP do time na temporada: Jimmy Butler – 23.9 pontos, 6.2 rebotes, 5.5 assistências e 1.9 roubos de bola, por partida

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Pontos positivos da última temporada

– Defesa. Dono da sexta melhor campanha defensiva da NBA, o Chicago Bulls teve uma defesa sólida. Não era para menos também, Rajon Rondo, Dwyane Wade e Jimmy Butler, formam uma linha defensiva invejável no perímetro. Além deles, a equipe contou com Robin Lopez, que é um dos pivôs que melhor protege o aro na liga.

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– Jimmy Butler: o principal nome do elenco de Chicago na temporada. Melhorou todos os seus números em 2016-17, angariando as melhores médias da sua carreira na NBA. Butler consegue defender e atacar com a mesma intensidade – um verdadeiro two-way-player. Aprimorou basicamente todos os fundamentos do basquete: arremesso, passe, rebotes, aproveitamento em lances livres, entre outros.

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Pontos Negativos

– Vestiário: as polêmicas fora das quadras continuam assombrando a equipe de Chicago. O centro das atenções dessa vez foi Rajon Rondo. O jogador chegou a ser suspenso pela franquia após discussão acalorada com membros da comissão técnica. Mesmo depois de pedir desculpas pelo erro, o armador acabou perdendo espaço na rotação. Nada de novidade para Rondo, que também teve problemas no Boston Celtics e no Dallas Mavericks.

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– Aproveitamento nos arremessos: simplesmente a pior média da liga nos arremessos. São 48.7% de aproveitamento. Já nos arremessos de longa distância, o Chicago Bulls é o quinto pior time da NBA. Com o espaçamento de quadra sendo um dos principais pontos de evolução do basquete, ter arremessadores de qualidade é fundamental para qualquer time.

– Fred Hoiberg: as escalações dos jogadores em Chicago são muito confusas. Fred Hoiberg abusa de improvisações e não consegue dar um padrão definido para o time. Ao que parece, o treinador está perdido. Muitas notícias vieram à tona na última temporada dando conta de que os jogadores não conseguem compreender a proposta do comandante.

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– Gar Forman e John Paxson: a opinião de quem acompanha o Chicago Bulls é praticamente unânime: o casamento entre jogadores e o técnico não vai nada bem. Os dirigentes da franquia, por sua vez, realçam as qualidades no treinador (excelente comunicação, dizem eles), o que na prática ninguém vê. Era previsto que o elenco formado para a temporada não teria o perfil do treinador. Trazer nomes como Wade e Rondo não combinam com o estilo de Hoiberg, que prioriza jogadores jovens e atléticos. Por isso, os deméritos são, quase que exclusivos, dessa dupla que administra o basquete de Chicago.

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Análise

A ofseason 2016 mudou completamente o panorama do Chicago Bulls. Primeiramente, o impacto da troca de um dos maiores ídolos da franquia, Derrick Rose, para o New York Knicks. Depois, foi a vez de Pau Gasol assinar com o San Antonio Spurs e de Joakim Noah acompanhar Rose e assinar com o Knicks, na agência livre. Com a “debandada”, um rebuild parecia inevitável em Illinois.

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Foi aí que o astro e natural de Chicago, Dwyane Wade, assinou contrato de dois anos com a franquia e reascendeu a esperança da torcida por dias melhores. Não que o processo de reconstrução havia acabado, mas não seria tão intenso como indicava que seria. Para completar, Rajon Rondo desembarcou em Chicago para ser o armador principal da equipe.

O time até começou bem o campeonato, mas logo ficou claro que tudo não passava de uma ilusão. O tempo se encarregou de escancarar os sucessivos erros estratégicos do gerente geral John Paxson e do vice-presidente executivo da franquia Gar Forman.

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Primeiramente, com relação à montagem do elenco. Fred Hoiberg não demonstrou jogo de cintura e nem bom relacionamento com jogadores mais experientes. Então, por que você constrói uma base formada por Rajon Rondo, Dwyane Wade, Jimmy Butler, Taj Gibson e Robin Lopez? Complicado.

Depois, antes da trade deadline, a franquia acabou trocando Taj Gibson e o especialista em arremessos Doug McDermott para o Oklahoma City Thunder. Em contrapartida, recebeu o bench warmer Anthony Morrow, e os jovens Cameron Payne e Joffrey Lauvergne, bem como uma escolha de segunda rodada. Essa troca já indicava as mudanças futuras da franquia, deixando claro que a prioridade agora era em adquirir jogadores mais novos que pudessem se adequar ao perfil do treinador Hoiberg. Na verdade, foi um negócio sem sentido do ponto de vista técnico, pois o elenco já contava com uma série de guards no time. Além disso, o pivô Taj Gibson, apesar de possuir um contrato expirante, era um jogador identificado com a torcida.

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Voltando as atenções para o rendimento do time dentro de quadra, algumas atitudes corriqueiras colocaram em cheque o método de trabalho de Fred Hoiberg. Em que pese o desenvolvimento de alguns jogadores como Bobby Portis, Paul Zipser e até mesmo do brasileiro Cristiano Felício, é indigerível que o técnico em plena temporada regular, com o time buscando vaga nos playoffs, comece a utilizar uma rotação alternativa e jovem com o propósito de dar início a um rebuild, bem no meio da campanha.

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No final das contas, com 50% (41-41) de aproveitamento na temporada regular e vantagem nos critérios de desempate com o Miami Heat, o Bulls conseguiu a última vaga nos playoffs da conferência Leste. O que manteve o time de Illinois no campeonato foi o sistema de defensivo. Nesse ponto, as chegadas de Rondo e Wade fizeram a diferença.

Já na pós-temporada, novamente um início surpreendente. A equipe não só quebrou o mando de quadra do Celtics, dono da melhor campanha do Leste, como venceu as duas primeiras partidas em Boston. Mas parou por aí. Logo em seguida, Brad Stevens e seus comandados viraram a série e fecharam em quatro a dois.

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Futuro

Bom, se o processo de reconstrução do time de Chicago não foi tão intenso em 2016, podemos afirmar que em 2017 esse processo será profundo. O negócio com o Minnesota Timberwolves, que marcou a saída do grande nome da equipe, Jimmy Butler, foi o divisor de águas para definir as pretensões do Bulls para os próximos anos.

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Não se sabe o que ocorreu à mente de Gar Forman e John Paxson para executar uma troca como esta. Não existe desculpa que justifique aceitar um pacote com um armador que não mostrou nada em seu primeiro ano na liga (Kris Dunn) e um ala-armador que se recupera de uma grave lesão no joelho esquerdo (Zach LaVine), que será agente livre em 2018 ainda por cima. Oportunidades não faltaram para que a dupla Forman e Paxson demonstrassem competência nesta offseason, afinal, várias equipes estavam ativas no mercado, com excelentes valores a oferecer.

Ainda em razão do negócio fechado com o Timberwolves, as equipes trocaram as suas escolhas do draft 2017. Ficando em posição mais favorável no recrutamento, a franquia de Illinois selecionou o finlandês Lauri Markkanen, melhor arremessador da sua classe – um jogador alto e de boa mobilidade.

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Dwyane Wade ainda está com a equipe (pelo menos por enquanto). Conforme declaração do próprio jogador ainda no início da offseason, existem “24 milhões de motivos” para seguir em Chicago. Entretanto, com os rumos tomados pela franquia, Wade deve ser trocado ou dispensado. Se não agora, até a trade deadline.

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Falando em dinheiro, o Bulls já possui muito mais espaço na sua folha salarial do que costumava ter nos últimos anos. A franquia está bem abaixo do teto salarial, com pouco mais de US$ 78 milhões de dólares garantidos para 2017-18. O problema é que um elenco jovem não atrai bons agentes livres.

O elenco ainda não está definido para a disputa da próxima temporada. O que se sabe é que os jovens terão muito mais espaço na rotação de Fred Hoiberg. A estratégia da franquia para a próxima temporada vai ser o famoso tanking, onde perder jogos é ter mais chance de se dar bem na loteria do draft 2018. Basicamente todos os power rankings divulgados até aqui pelos sites americanos apostam em uma das três piores campanhas da liga para o Bulls, com menos de 30 vitórias na temporada. Com isso, é bem provável que a franquia não acelere a recuperação de Zach LaVine, até mesmo para poder dar espaços para outros jovens.

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