Fonte: Reprodução / XRajon Rondo foi um dos melhores armadores da NBA no início desse século. E, depois de quase 1000 jogos como atleta, ele agora leva a sua experiência para a beira da quadra. O técnico Doc Rivers recrutou o veterano para ser um dos seus auxiliares no Milwaukee Bucks. É claro que a vivência de basquete não muda, mas o ídolo vê o estilo de jogo da liga bem diferente dos seus tempos de jogador.
“Os armadores são mais altos hoje, certamente. Mas acho que a maior diferença está na inteligência em quadra. Para mim, hoje, o jogo está mais robótico. A gente percebe isso quando estuda diferentes times e vê que todos ‘rodam’ as mesmas jogadas. Acho que, por isso, não há mais nenhum ritmo ofensivo orgânico. Só o que as estatísticas avançadas pedem que se faça”, criticou o bicampeão da liga.
Ver Rajon Rondo em uma comissão técnica, a princípio, pode parecer uma fina ironia. A carreira do armador teve como marca, entre outras coisas, os problemas constantes com os treinadores. Sempre foi um atleta de personalidade forte, com gosto por tomar decisões em quadra. Essa ambição e vontade de ter autonomia, em síntese, é algo de que sente falta nos jogadores da NBA atual.
“As pessoas só falam que times devem arremessar nos primeiros seis segundos de posse ou ficam medindo a ‘qualidade’ do arremesso. E, com isso, sinto que os armadores não têm que pensar tanto assim agora. O jogo muda no ritmo dessas ideias, não dos atletas. Por isso, acho que o basquete está mudando tanto e tão rápido”, teorizou o ex-atleta do Boston Celtics.
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Assistente
Enquanto um dos armadores mais inteligentes da NBA, Rajon Rondo sempre foi um forte candidato a ser técnico. Era a aposta de vários analistas e colegas de elenco. E Rivers, com quem trabalhou no Celtics, também via esse potencial. Por isso, assim que soube que o ex-atleta queria estar envolvido na liga, entrou em ação. Crê que foi uma das melhores decisões que tomou desde que assumiu o Bucks.
“Eu liguei para Rajon durante as férias e disse que o nosso time precisava dele. A gente realmente o queria aqui. E, por enquanto, tem sido nada menos do que incrível. É uma pessoa muito presente, que assiste a horas de vídeos de jogos. Mais do que isso, corre atrás dos nossos armadores o tempo inteiro para que vejam ao seu lado”, contou o veterano técnico.
Rivers, no entanto, também ganhou um problema com Rondo. Afinal, o auxiliar passou a ser mais ativo e influente com os armadores do elenco do que o próprio comandante. “Passo na frente da sala de Rajon e sempre tem jogadores lá assistindo a lances. Então, é bom que eles ouvem a minha voz um pouco. Aliás, é bom que ouçam qualquer voz além de só Rajon na orelha”, brincou.
Próxima fase
O esporte está em constante mudança pelos mais diversos fatores. Então, a tendência é que o basquete da NBA também repense os seus conceitos em breve. É um ciclo, que sempre passa por novas etapas. Rondo espera que a “próxima fase” chegue logo com alterações radicais. Em particular, com mais autonomia para que os armadores sejam mais criativos e menos robóticos.
“A história diz que o jogo da NBA, a princípio, passa por mudanças a cada intervalo de tempo. Então, talvez em uns cinco ou seis anos, as coisas voltem a mudar. Espero que, no próximo ciclo, os armadores voltem a estar mais envolvidos na tomada de decisões. Com isso, eu sinto que vão ser mais apreciados”, projetou o candidato a entrar no Hall da Fama.
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