É com tristeza que afirmo que o reinado de LeBron James acabou na NBA. Há 18 anos, o astro do Los Angeles Lakers iniciou sua grande história na liga, mas as coisas mudaram com o tempo. Hoje, ele ainda é um excelente jogador, muito acima da média, porém não sei se, próximo de completar 37 anos, ainda é capaz de ser o melhor.
Não digo nem o melhor de todos os tempos, pois isso é uma discussão para depois do fim de sua carreira. Embora a maioria ainda considere Michael Jordan o dono da honraria, existe uma boa parte que acredita que James o superou. Mas, falo de hoje, da atual temporada e das próximas. Até onde LeBron pode conduzir sua equipe?
Vamos entender que, em 2021-22, o camisa 6 atuou em menos da metade das partidas da fase regular. Dos 23 jogos disputados, ele esteve presente em 11. Ele já deixou de atuar por diversos motivos, como lesão, suspensão e, agora, por entrar no protocolo de saúde e segurança da liga. Cada vez que o Lakers entra em quadra sem ele, menor é sua importância. Não digo isso de forma pejorativa. É que o time vai aprendendo a se virar sem ele, como o próprio Anthony Davis disse: é um teste de liderança. Outros exemplos são Kyrie Irving, no Brooklyn Nets e Kawhi Leonard, no Los Angeles Clippers. As equipes se adaptam ao que está sendo proposto.
Função secundária com a bola
Por onde passou, LeBron James sempre foi o principal organizador de jogadas, ainda que ele tenha sido o armador, de fato, apenas em uma temporada. Ele atuou ao lado de Dwayne Wade no Miami Heat, mas quem cuidava da bola era ele. Com Irving, no Cleveland Cavaliers, acontecia a mesma coisa. Ao “patrocinar” a ida de Russell Westbrook para o Los Angeles Lakers, James meio que abre mão de ser esse centralizador. Ou alguém imagina Westbrook sem a bola? Não tem jeito.
Apesar de o Lakers ter formado um elenco com idade avançada e cheio de questionamentos sobre espaçamento, LeBron sabia que essa função não caberia mais a apenas ele quando foi atrás de Westbrook. Pareceu uma passagem de bastão ou algo parecido.
Vale lembrar que, na offseason, Davis e ele conversaram com Damian Lillard por algo similar. O astro do Portland Trail Blazers, entretanto, recusou a transferência para o Lakers.
É claro que LeBron James ainda possui as chaves do portão do Staples Center, que ainda tem seu trono no vestiário, mas o reinado na NBA acabou. E, se não acabou, está nos últimos suspiros.
Nova campanha ruim
Desde que chegou ao Los Angeles Lakers, em 2018-19, LeBron James só teve uma campanha de altíssimo nível em conjunto com a equipe. É importante salientar que, quando ele assinou com o time californiano, havia uma pressão enorme pela contratação de um novo astro. Isso foi feito com a troca por Anthony Davis. Para isso acontecer, no entanto, o Lakers abriu mão de Lonzo Ball, Brandon Ingram, Josh Hart, Isaac Bonga, Mo Wagner e escolhas de draft.
Naquele primeiro ano dele em Los Angeles, ele teve uma lesão na virilha que o tirou de vários jogos e, como consequência, o Lakers ficou fora dos playoffs.
Então, Davis chegou, mas a liga foi paralisada pela pandemia. Até tudo voltar mais ou menos ao normal, o Lakers penou na “bolha” da Disney e só reagiu nos playoffs. Foi campeão, de forma incontestável, sobre o Miami Heat.
Porém, a temporada passada foi marcada por nova contusão (agora, no tornozelo), além de uma formação equivocada do elenco por parte de Rob Pelinka. O Lakers acabou eliminado pelo Phoenix Suns na primeira rodada.
Agora, um grupo completamente diferente de 2020-21 foi montado, mas os resultados iniciais são bem abaixo do esperado.
Futuro próximo
Enquanto a gasolina no tanque de LeBron James parece começar a acabar, o Los Angeles Lakers não vai desistir da temporada assim, tão fácil. Mudanças deverão ocorrer no elenco, mirando os playoffs. Claro que tais alterações deverão ser pontuais, mas se existe a mínima chance de o time fazer trocas por um astro, ela vai ocorrer.
O Lakers possui diversos jogadores que podem ser negociados a partir do dia 15 de dezembro, como Trevor Ariza, Kent Bazemore, Wayne Ellington, DeAndre Jordan, Dwight Howard e Malik Monk. Todos, porém, recebem cerca de US$1.6 milhão, insuficiente para uma transação maior. Por outro lado, Kendrick Nunn (US$5 milhões), está disponível. Já Talen Horton-Tucker, que tem o maior salário entre eles (US$9.5 milhões), só pode ser trocado depois de 15 de janeiro.
Então, existe a possibilidade de o Lakers fazer algo, mas é mais provável que aconteça algo na segunda quinzena de janeiro, para que Horton-Tucker seja envolvido. Até lá, o elenco é esse aí.
A partir do momento em que o grupo não vai mudar nos próximos 45 dias, pelo menos, serão 20 jogos. Então, até lá, já teria ultrapassado metade da campanha.
Próximas temporadas
Com contrato válido até 2022-23, pouco se sabe sobre o futuro de LeBron James, seja no Los Angeles Lakers ou não. Ao fim daquela temporada, ele terá 38 anos, mas não é certo se ele permanece em Los Angeles, se volta para o Cleveland Cavaliers ou se vai encerrar a carreira.
Até o momento, no entanto, James segue com a média de, pelo menos, 25 pontos ou mais desde a temporada 2004-05. Embora não tenha nada que o tire a vontade de ser campeão novamente, existe a grande possibilidade de ele se tornar dono de um time.
Nas últimas semanas, o grupo que LeBron faz parte deu indicações de que estaria interessado em adquirir uma equipe da NHL. Posteriormente, a ideia seria comprar uma franquia na NBA. Seu futuro parece, cada vez mais, com de Michael Jordan. Será que o reinado de LeBron James na NBA já acabou mesmo?
Outros astros
Antes do início da temporada, uma pesquisa feita pela NBA sobre quem eram os principais candidatos ao prêmio de MVP não constava o nome de LeBron. Mesmo que ele não esteja em seu auge físico, James ainda é capaz de brigar por coisas grandes na liga. Entretanto, outros astros estão cada vez mais em evidência, como James Harden, Kevin Durant, Giannis Antetokounmpo, Luka Doncic e, claro, Stephen Curry.
Nos principais rankings para a temporada, LeBron ficou atrás de todos eles, mas o mesmo ocorreu com outros grandes nomes que passaram pela NBA. Não é exclusividade dele. Talvez, cause estranheza o fato de só agora, em sua décima nona temporada, ele ser questionado.
Se ele estiver bem fisicamente, claro, tais questionamentos ficam para o outro ano. Mas será que vão ficar mesmo ou é bom apreciar enquanto dura?
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