Artigo – O draft da habilidade

Na noite desta terça-feira, nós vamos começar a ter uma real idéia de como se desenha o draft de 2011. Esqueçam qualquer projeção que já tenham visto. Não existe fato mais importante na definição dos rumos de um recrutamento do que a ordem de quem escolhe. Apesar de muitos jogadores se acharem maiores do que […]

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Blake Griffin em Oklahoma: o tipo de escolha segura e sem erro que não existe no draft de 2011

Na noite desta terça-feira, nós vamos começar a ter uma real idéia de como se desenha o draft de 2011. Esqueçam qualquer projeção que já tenham visto. Não existe fato mais importante na definição dos rumos de um recrutamento do que a ordem de quem escolhe. Apesar de muitos jogadores se acharem maiores do que franquias, o draft ainda é um jogo dos times.

Todo mundo (inclusive eu) parece já ter em algum momento dito ou comentado que o draft de 2011 é fraco, ruim. Afinal, só estamos olhando para os jogadores para definir este recrutamento. Esquecemos que, apesar de tudo estar girando ao redor da decisão dos atletas, eles são apenas as peças com as quais as equipes jogam.

Eu acho que este draft não deve ser chamado de fraco ou ruim. Acho que este é o melhor draft de todos, o total inverso do que todos pensam e dizem. Isso porque é quando as opções não empolgam e não existem certezas que os recrutadores (e nós mesmos, amadores neste campo) somos testados. Para os times, este não será um jogo chato. Será um jogo onde terão que provar suas habilidades mais do que nunca.

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Este é o draft da habilidade. É quando os recrutadores e selecionadores vão mostrar quem é realmente bom, quem fez o seu trabalho e quem conhece mesmo o tortuoso caminho que envolve a transição do basquete universitário para a NBA.

A verdade é que é muito fácil ter a primeira escolha de um recrutamento que tem um Blake Griffin (foto), John Wall, Greg Oden, Tim Duncan, LeBron James ou Dwight Howard. Os times que selecionaram tais atletas acertaram? Sim. Mas, no lugar deles, eu, você e o dono do bazar da esquina também teriam acertado.

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Ainda mais fácil é ter a segunda escolha e alguém como Carmelo Anthony ou Kevin Durant esperando. E chegar à quarta escolha com um Kevin Love, Chris Bosh ou Chris Paul disponível. Há certas seleções que são automáticas e garantidas a não ser que você seja muito azarado. E fazê-las não quer dizer que você seja um gênio ou exímio recrutador, mas sim que aproveitou uma oportunidade ou teve sorte.

Com a 37ª seleção de 2009, o Spurs (historicamente ótimo recrutador) conseguiu um steal com o pivô DeJuan Blair. Mas todos sabiam que o jogador de Connecticut era uma potencial escolha de loteria que caiu ridiculamente nas projeções dias antes do draft por causa do seu histórico de lesões. San Antonio é genial costumeiramente, mas aqui aproveitou uma oportunidade e teve sorte.

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Com a 39ª seleção de 2010, o Knicks (historicamente péssimo recrutador) foi vaiado ao selecionar o ala-armador Landry Fields, que não estava nem entre os 100 melhores prospectos do ano pela ESPN. Nesta semana, o atleta foi selecionado para o primeiro time de novatos da liga. Esta sim foi uma prova (absolutamente inesperada) de habilidade.

A verdade é que, no lugar do Knicks, é provável que nem a mãe de Fields tivesse o escolhido. E também é provável que escolhêssemos alguém que não se revelasse tão bom quanto o ala-armador de Stanford.

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Em 2011, todos terão que ser um pouco do Knicks de 2010. Não existem certezas absolutas. Não há John Wall ou Blake Griffin. Pelo contrário. O que mais existem são prospectos que dividem opiniões e não são unanimidade nem dentro de uma mesma franquia. E é exatamente isso que faz o draft ser tão interessante, um desafio e uma prova de habilidade para todos os times.

E ainda temos alguns detalhes ainda mais traiçoeiros. Os dois melhores jogadores da temporada da NCAA são armadores pontuadores (Kemba Walker e Jimmer Fredette), que costumam ser tipicamente prospectos duvidosos. É provável que tenhamos o primeiro recrutamento com mais de seis estrangeiros selecionados na primeira rodada desde 2003. E certamente teremos o primeiro draft com mais de dois prospectos internacionais escolhidos na loteria desde 2002.

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A qualidade da classe de recrutáveis de 2011 é questionável e, por isso, nada é certo no draft de 2011. Mas isso não quer dizer que o recrutamento vá ser ruim. Pelo contrário. É exatamente as incertezas que fazem com que seja tão interessante e desafiador quanto é.

Enquanto a loteria deste ano não chega, fica o vídeo da do ano passado, quando o Wizards ganhou a primeira escolha geral e selecionou John Wall:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=2bZ5NdTQ-JY]

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