Fonte: Reprodução / XO debate sobre o load management voltou aos holofotes na NBA depois de comentários críticos do ídolo Michael Jordan. Mas a origem do problema está em outra questão. É comum ver jogadores e técnicos reclamarem do alto número de jogos da temporada. Kenny Atkinson, nesse sentido, reforça um pedido de longa data de Steve Kerr.
“A NBA vai ser mais incrível, espetacular, se reduzirmos o calendário em uns dez jogos. Acho que o número ideal, a princípio, seria 70 ou 72 partidas. Eu fico pensando nisso o tempo inteiro e concordo com o que Steve sempre disse. Os atletas teriam atuações em um nível ainda melhor, certamente”, opinou o treinador do Cleveland Cavaliers.
Vale dizer que Kenny Atkinson não lembrou da reclamação de Steve Kerr por acaso. O técnico se revoltou com o calendário da liga porque o time mal completou a primeira semana de campanha e já disputou três jogos em quatro noites. Apesar de até ter um plano para conservar o elenco, o técnico diz enfrentar um calendário predatório.
“Você acha que temos a melhor versão possível de Donovan Mitchell no terceiro jogo em quatro dias? É duro, pois está claro que não vai ser o seu melhor. A torcida olha só para os números e vê o seu tempo de quadra controlado em 34 minutos. Mas o que se pode exigir quando é isso todos os dias?”, questionou o comandante de 58 anos.
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Realidade
É injusto pensar que times e comissões técnicas não planejam as suas rotações antes da temporada. Atkinson, por exemplo, garante que cada equipe em que esteve tinha isso. Mas a realidade não respeita planos. Todas as circunstâncias da liga – e, como um todo, do esporte – são adversários de um trabalho mais estruturado.
“É preciso iniciar a temporada com um bom plano de gestão de minutos, pois a NBA é sobre isso. Mas tudo fica mais difícil quando você começa a ter desfalques, né? Já não seria fácil com um elenco saudável porque tenho que achar as brechas para descansar esse ou aquele atleta. Então, tudo só vai agravando as condições”, detalhou.
Ou seja, qualquer tentativa de gerir um grupo da NBA dura até a primeira lesão ou uma ausência inesperada. “Todos os times têm um plano sobre como administrar um plantel. Mas tudo cai por terra na primeira noite que eu preciso que Donovan jogue 40 minutos. Afinal, é justo esperar grandes coisas dele menos de 24 horas depois?”, resumiu.
Maratona
O equilíbrio contra a sobrecarga de tempo de quadra, a princípio, tem um desafio lógico: a vontade de vencer. Todos os times, jogadores e técnicos querem ganhar as partidas que disputam. Mais do que isso, é o trabalho deles. Com isso, Atkinson crê que a função do treinador se reconfigurou em um caminho sem volta na NBA.
“Todos os jogos que disputamos são importantes e precisamos vencer. Mas eu sempre tenho consciência de que o calendário nos traz um novo desafio, às vezes, em questão de horas. A verdade é que o trabalho de um treinador da NBA, no fim das contas, virou administrar esse calendário absurdo que temos”, concluiu o veterano.
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