Kyrie Irving começou sua carreira na NBA como um jovem talentoso, primeira escolha de draft, que tentava reerguer um cambaleante Cleveland Cavaliers. Antes do retorno de LeBron James, o armador jogava com elencos fracos em reconstrução para ganhar pouco mais de 20 jogos por temporada. O ex-pivô Ryan Hollins fez parte desses times e guarda uma imagem excelente, contrário do senso comum, do ex-companheiro.
“Kyrie é uma ótima pessoa. Ótima. Humilde, legal, com os pés no chão. Só não é muito fã em seguir os padrões ou tentar ser popular aos olhos dos outros. Não se importa em ser o cara ‘fora da casinha’, mas é uma ótima pessoa. Eu creio que, de forma geral, ele só está tentando se descobrir ainda e receber o respeito que sabemos que merece”, revelou o ex-atleta, em entrevista ao podcast Brandon “Scoop B” Robinson.
Hollins não faria parte do elenco após a chegada de LeBron, a formação do “Big Three” de Ohio e a conquista do inédito título da NBA, mas manteve contato com pessoas que estavam na franquia. E, para o ex-pivô, a guinada repentina do Cavs acabou não sendo boa para o desenvolvimento pessoal de Irving: expôs sua imaturidade, não aflorou sua liderança e deixou-o com uma imagem equivocada para o público.
“Kyrie precisava amadurecer, como qualquer menino de uns 25 anos. E acho que ficou com uma imagem desgastada por ter tido problemas e ‘batido cabeça’ com o LeBron – que, aliás, também fez coisas questionáveis naquela relação. Em certos aspectos, Kyrie aprendeu a ser um líder ruim com LeBron e buscou uma abordagem diferente. Ele está tentando fazer as coisas do seu jeito”, analisou o veterano.
Hollins sempre gostou de Irving, mas, no fim das contas, sabe reconhecer que o astro não é um grande líder ou possui instintos naturais para sê-lo. “Eu não acho que Kyrie seja um líder natural. Acredito que ele esteja tentando crescer e aprender a ser uma liderança, mas lidou com algumas situações equivocadamente. Ele mesmo admitiria que gostaria de voltar atrás em certas coisas que já disse”, concluiu o ex-jogador.