A espera acabou e a temporada 2017-18 começa nesta terça-feira, após um período de muita movimentação na offesason. Na tentativa de parar o domínio do Golden State Warriors, campeão em duas das últimas três campanhas, seus adversários se reforçaram (muito) e agora vão tentar, no mínimo, brigar pela chance de igualdade.
No papel, o Warriors continua o mais forte. Talvez, a diferença entre a equipe californiana e as demais tenha diminuído. Novamente, no papel. Enquanto esses times estão sendo reformulados com astros agora, Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green estão juntos desde 2012-13 e ainda receberam Kevin Durant no ano passado.
O Cleveland Cavaliers, vice em 2016-17, perdeu Kyrie Irving para o Boston Celtics, mas trouxe Isaiah Thomas, Jae Crowder, Derrick Rose e Dwyane Wade. Aparentemente, ficou mais forte. O técnico Tyronn Lue aposta em Kevin Love de pivô para abrir espaços no garrafão.
Já o Celtics, além de Irving, fechou com Gordon Hayward e selecionou Jayson Tatum no draft. Avery Bradley foi embora para o Detroit Pistons, mas de lá chegaram Marcus Morris e Aron Baynes.
Toronto Raptors, da dupla Kyle Lowry e DeMar DeRozan, Washington Wizards, de John Wall e Bradley Beal, e Milwaukee Bucks, do grego Giannis Antetokounmpo, em tese, devem brigar pelas posições seguintes no Leste, enquanto o Miami Heat, do pivô Hassan Whiteside, tenta voltar aos playoffs. O mesmo pode acontecer com o time jovem, porém muito talentoso, do Philadelphia 76ers, de Joel Embiid, Ben Simmons e Markelle Fultz.
Será que Dwight Howard aprendeu a bater lance livre? Agora, no Charlotte Hornets, o pivô tenta apagar a imagem ruim, deixada por quatro times nos últimos seis anos. Se ele não aprendeu, teve alguém que treinou. Andre Drummond converteu 16 das 20 tentativas durante a pré-temporada pelo Detroit Pistons, mas a equipe enfrenta crise de identidade e vai fazer de tudo para que Avery Bradley torne-se o cara do grupo. No Orlando Magic, vale ficar de olho em Aaron Gordon. Na turma do fundão aparecem Indiana Pacers, Brooklyn Nets, New York Knicks, Atlanta Hawks e Chicago Bulls.
Pelo Oeste, o Oklahoma City Thunder reforçou muito o seu elenco, que tinha, essencialmente, Russell Westbrook e Steven Adams. O trabalho do GM Sam Presti nos bastidores foi espetacular ao trazer Paul George, ex-Pacers e Carmelo Anthony, ex-Knicks.
O Houston Rockets vem com tudo no melhor estilo Run and Gun. Chris Paul, ex-Los Angeles Clippers, chega para dividir as atenções (e a bola) com James Harden. Trevor Ariza, Ryan Anderson, Clint Capela e o brasileiro Nenê compõem a rotação principal.
Jimmy Butler chegou ao Minnesota Timberwolves para dar ao time uma chance de classificação para a pós-temporada, algo que não acontece desde 2003-04. Butler vai jogar para o seu antigo técnico, Tom Thibodeau, e vai contar com a evolução de seus futuros astros: Karl-Anthony Towns e Andrew Wiggins. Jeff Teague será o armador.
No quase acertado Denver Nuggets chegou o ala-pivô Paul Millsap para ajudar os emergentes Nikola Jokic e Gary Harris. A tendência é que vá aos playoffs e, se possível, brigue pelo mando de quadra. O Utah Jazz e o Memphis Grizzlies perderam peças importantíssimas e correm para beliscar uma vaga. A maior incógnita deve ser o New Orleans Pelicans, dos espetaculares Anthony Davis e DeMarcus Cousins. O time possui problemas na montagem do elenco e falta talento em quase todas as outras áreas, exceto na armação, onde estão Jrue Holiday e Rajon Rondo.
Sem Paul, o Los Angeles Clippers trouxe o ótimo Milos Teodosic, melhor armador fora da NBA até então. Teodosic deverá formar dupla com o reforço Patrick Beverley, ex-Rockets, enquanto o italiano Danilo Gallinari é uma das armas de longa distância. Blake Griffin e DeAndre Jordan seguirão sendo abastecidos na ponte-aérea, agora pelo sérvio.
Depois de quatro anos seguidos nos playoffs, o Portland Trail Blazers corre sérios riscos de não se classificar. Sua folha salarial é engessada e não houve nada que a diretoria pudesse fazer para contornar o problema. O jeito é apostar todas as fichas em Damian Lillard, C.J. McCollum e no pivô Jusuf Nurkic.
Mas teria como esquecer o San Antonio Spurs, do técnico Gregg Popovich? Impossível, não? Kawhi Leonard transformou-se em um astro e tem tudo para ser ainda melhor em 2017-18. LaMarcus Aldridge luta por protagonismo, enquanto Tony Parker deverá demorar um pouco a retornar às quadras. O argentino Manu Ginobili deverá fazer seu último ano como profissional.
Outro que também pode abandonar o basquete é o alemão Dirk Nowitzki, do enfraquecido Dallas Mavericks. O agora pivô, entra em sua vigésima temporada. Harrison Barnes é o novo líder da equipe, enquanto Dennis Smith Jr. briga pelo prêmio de melhor calouro. Se nada extraordinário acontecer, o Mavs estará na parte de baixo com o Sacramento Kings, que reforçou-se com os veteranos George Hill, Zach Randolph e Vince Carter e espera que o novato De’Aaron Fox consiga ajudar de imediato, além do Phoenix Suns, dos promissores Josh Jackson e Marquise Chriss (Devin Booker já é realidade) e do quase sempre machucado Eric Bledsoe.
Por fim, o Los Angeles Lakers começa a formar um time para o futuro. Após a tentativa frustrada com D’Angelo Russell, a equipe californiana mirou em Lonzo Ball para ser o seu comandante em quadra. Mas o novato que anda impressionando por lá é o ala-pivô Kyle Kuzma. O jovem foi bem no basquete universitário, porém nada que saltasse aos olhos das outras equipes. Nas Ligas de Verão e na pré-temporada, Kuzma apareceu de forma espantosa.
Brasileiros
Para a temporada 2017-18, o Brasil perdeu quatro jogadores que frequentavam a seleção: Anderson Varejão, Tiago Splitter, Marcelinho Huertas e Leandrinho Barbosa. O primeiro, após perder ainda mais espaço no Cleveland Cavaliers por conta de lesões, foi para o Golden State Warriors, onde atuou por um ano e meio. Pouco aproveitado, foi dispensado durante a campanha passada, mas ganhou o anel de campeão recentemente. Splitter era outro com problemas sérios de contusão. Foi trocado pelo San Antonio Spurs para o Atlanta Hawks, mas praticamente não conseguiu jogar por conta de problemas no quadril. Acabou parando no Philadelphia 76ers e cogita encerrar a carreira. Já Huertas saiu magoado com a direção do Los Angeles Lakers. O armador ficou por lá entre setembro de 2015 e fevereiro deste ano. Começou devagar, com sérios problemas na defesa, mas aos poucos, ganhou espaço e tinha a garantia que jogaria mais em 2016-17. Entretanto, o Lakers foi atrás do veterano José Calderón e, quando entrou em quadra, foi por pouquíssimos minutos e acabou trocado para o Houston Rockets com mais uma promessa de que jogaria. Acabou dispensado dois dias depois e rumou de volta para o basquete espanhol, onde é ídolo. Por fim, o ala-armador Leandrinho Barbosa anda não fechou com nenhum time da liga.
Georginho de Paula, que assinou um contrato de experiência com o Houston Rockets, foi dispensado e vai jogar a G-League.
Cristiano Felício – Chicago Bulls
Em seu terceiro ano na NBA, o pivô Cristiano Felício deverá ser uma das primeiras opções no banco de reservas para o garrafão do Chicago Bulls. Aos 25 anos, o mineiro de Pouso Alegre assinou em julho um contrato até 2020-21 e obteve médias de 4.8 pontos e 4.7 rebotes em cerca de 15 minutos de ação na campanha passada.
Provavelmente, o brasileiro de maior destaque em todos os tempos na NBA, Nenê vai para o seu segundo ano no Houston Rockets e deverá desempenhar a mesma função, saindo do banco de reservas. Aos 35 anos, o atleta está entrando em sua 16ª temporada na liga e já contabiliza mais de dez mil pontos e cinco mil rebotes na carreira. Possui acordo até 2019-20.
Lucas Nogueira – Toronto Raptors
Lucas Bebê, como é chamado, estava em ascensão no Toronto Raptors e chegou a ser titular quando Jonas Valanciunas se machucou em 2016-17. Ele chegou a fazer um jogo de dez pontos, nove rebotes e quatro bloqueios diante do Brooklyn Nets durante esse período, mas pouco depois, o time canadense fez uma troca, recebeu Serge Ibaka e seu tempo de quadra mirrou. Está em seu último ano de contrato.
Bruno Caboclo – Toronto Raptors
Pouco antes de ser selecionado como a vigésima escolha do draft de 2014, Bruno Caboclo foi chamado de Kevin Durant brasileiro. No entanto, jamais decolou e vive um drama no Toronto Raptors. Ele está em seu último ano de acordo e só atuou em 23 partidas na carreira.
O armador Raul Neto, o Raulzinho, foi titular logo em sua primeira campanha pelo Utah Jazz e, mesmo sem brilho, destacou-se pela defesa e o arremesso de longa distância. Porém, já no segundo ano, Dante Exum estava de volta e o time contratou George Hill. Não deu outra e o atleta amargou a reserva e teve pouquíssimas oportunidades. Mas agora, o Jazz trouxe Ricky Rubio para o lugar de Hill, enquanto Exum se machucou outra vez. É a chance batendo em sua porta novamente.
Mudanças nos uniformes
A partir de 2017-18, a Nike substitui a Adidas, após 12 anos de exclusividade no fornecimento de materiais da empresa alemã. Outra novidade fica por conta dos patrocínios. Até o momento, 17 das 30 equipes ostentarão marcas em suas camisas:
Atlanta Hawks, Sharecare
Boston Celtics, General Electric
Brooklyn Nets, Infor
Cleveland Cavaliers, Goodyear
Denver Nuggets, Western Union
Detroit Pistons, Flagstar Bank
Golden State Warriors, Rakuten
Los Angeles Lakers, Wish
Miami Heat, Ultimate Software
Milwaukee Bucks, Harley Davidson
Minnesota Timberwolves, FitBit
New York Knicks, Squarespace
Orlando Magic, Disney
Philadelphia 76ers, StubHub
Sacramento Kings, Blue Diamond Almonds
Toronto Raptors, Sun Life
Utah Jazz, 5 for the Fight
Curiosidades
- O New York Knicks é o time mais caro da NBA, segundo a Forbes. A equipe de Nova York tem um preço estimado de US$3.3 bilhões, seguida por Los Angeles Lakers (US$3 bilhões) e Golden State Warriors (US$2.6 bilhões). Já o mais “barato” é o New Orleans Pelicans (US$750 milhões).
- A Spalding é a bola oficial da liga desde 1983. Em 2006, houve a maior mudança. O material sintético não agradou e, após dois meses, a laranja voltou a ser de couro.
- Desde 2015-16, a NBA introduziu o vídeo como regra, mas a decisão da arbitragem é mantida em casos inconclusivos. O Replay Center, localizado em Secaucus, New Jersey, determina se: o arremesso foi de dois ou três pontos, o arremesso foi feito antes do estouro do cronômetro [de jogo, período ou dos 24 segundos de posse], houve algum problema com o cronômetro, a bola tocou em alguém antes de sair, houve interferência no ato do arremesso [na descendente] ou quando existe um número diferente de jogadores em quadra.
- Em 1997, Latrell Sprewell foi suspenso por 68 jogos após tentar estrangular seu então técnico, P.J. Carlesimo. A maior suspensão dada a um atleta, no entanto, coube a Metta World Peace, em 2004, quando quase foi banido da liga e ficou de fora de 73 partidas, além dos playoffs.
- O recorde de vitórias consecutivas pertence ao Los Angeles Lakers, com 33 entre 1971 e 1972. Já o de derrotas é do Cleveland Cavaliers, com 26, em 2010-11.
- A maior vantagem no placar em um jogo ocorreu em dezembro de 1991, quando o Cleveland Cavaliers superou o Miami Heat por 148 a 80.
- Em geral, um jogador gasta 760 calorias em uma partida de 48 minutos e percorre cerca de 6.4 quilômetros.
- O jogo com o maior número de pontos aconteceu em dezembro de 1983. Naquela ocasião, o Detroit Pistons derrotou o Denver Nuggets por 186 a 184, após três prorrogações.
- O Golden State Warriors possui o maior número de vitórias em uma só campanha: 73 em 82 jogos. Já o Charlotte Bobcats, hoje Hornets, obteve o menor aproveitamento de triunfos em 2011-12, com 10.6%. Foram apenas sete em 66. Mas em uma temporada com 82 partidas, o Philadelphia 76ers contabilizou somente dez, porém teve 11%.
- Muggsy Bogues foi o menor jogador a pisar em uma quadra da NBA. Ele tinha 1,61 metro e atuou por 14 temporadas. O mais alto era o romeno Gheorghe Muresan, com 2,31 metros.
- Rasheed Wallace é o recordista absoluto em faltas técnicas em uma temporada. Em 2000-01, ele obteve 41. Ou seja, uma a cada dois jogos. No total, Wallace somou 317. Na atualidade, pasmem, Dirk Nowitzki é o sexto maior de todos os tempos, com 193 (e contando).
Vídeo – Os cinco times mais imprevisíveis para a temporada 2017-18
https://www.youtube.com/watch?v=ZHTvoqIVUNY
Previsões da temporada 2017-18
Conferência Oeste
1- Golden State Warriors
2- Houston Rockets
3- San Antonio Spurs
4- Oklahoma City Thunder
5- Minnesota Timberwolves
6- Denver Nuggets
7- Los Angeles Clippers
8- Utah Jazz
9- Memphis Grizzlies
10- Portland Trail Blazers
11- New Orleans Pelicans
12- Los Angeles Lakers
13- Sacramento Kings
14- Dallas Mavericks
15- Phoenix Suns
Conferência Leste
1- Cleveland Cavaliers
2- Boston Celtics
3- Toronto Raptors
4- Washington Wizards
5- Milwaukee Bucks
6- Charlotte Hornets
7- Miami Heat
8- Philadelphia 76ers
9- Detroit Pistons
10- Orlando Magic
11- Indiana Pacers
12- Brooklyn Nets
13- New York Knicks
14- Atlanta Hawks
15- Chicago Bulls
Palpites para os prêmios individuais
MVP
Defensor do Ano
Técnico do Ano
Jogador que Mais Evoluiu
Reserva do Ano
Calouro do Ano
Executivo do Ano
Onde assistir
- ESPN e SporTV
A ESPN transmitirá 129 partidas da temporada regular. A empresa norte-americana possui ainda os direitos da decisão da conferência Leste e das finais da liga, e vai mostrar quatro dos cinco jogos da rodada de Natal.
Já o SporTV vai passar 93 embates, sempre em quatro dias: segundas, terças, sábados e domingos. O canal tem direito a uma partida da rodada de Natal e às finais da conferência Oeste.
Confira o calendário
- League Pass
O NBA League Pass pode ser adquirido no site oficial da liga. São três pacotes, que começam por US$4.99 ao mês (de apenas uma equipe ou até oito partidas dentro daquele mês). Caso queira adquirir por toda a temporada, o valor é de US$49.99. Já o mensal, sem limites de times ou jogos, custa US$11.99, enquanto o anual fica em US$89.99. Nos dois últimos, o NBA TV é brinde. Para comprar, clique aqui.
- Vivo NBA
A Vivo entrou no mercado da NBA e vai transmitir todos os jogos da liga e seu cliente pode comprar os seguintes pacotes:
Prêmium – R$19.99 mensais (inclui All Star Game e playoffs)
Básico mensal – R$9.90 mensais (uma partida por semana)
Básico semanal – R$3.99 semanais (uma partida por semana)
Outra novidade é que, em todas as quintas-feiras, um jogo será narrado em português e todos os pacotes possuem jogos clássicos, acesso ao NBA TV, além de uma câmera exclusiva em close para assinantes (Mobile view). Para adquirir, clique aqui.