A possibilidade de um lockout (greve) na NBA parece cada vez mais próxima de se concretizar. Nessa quarta-feira, o Sindicato dos Jogadores e os proprietários de algumas franquias da Liga se reuniram por cerca de quatro horas, em Dallas, para mais uma vez tentarem resolver o impasse quanto ao novo Acordo de Negociações Coletivas (CBA). Eles têm até o dia 1o de julho para chegarem a um acordo. Do contrário, a temporada 2011/2012 ficará ameaçada.
Ao final do encontro, o comissário da NBA, David Stern (foto), deixou bem claro que os dirigentes e os jogadores estão muito longe de acertarem um novo acordo de trabalho.
“Ambos os lados têm se movimentado, mas não estamos perto de um acordo. Cada uma das partes reconhece que o não fechamento de um acordo não seria bom para ninguém. Vamos continuar tentando”, disse Stern.
O presidente do Sindicato dos Jogadores, Derek Fisher, afirmou que nada mudou desde o último encontro, realizado ontem, também em Dallas.
“Os principais itens das propostas que recebemos não mudaram absolutamente nada. Nós discutimos algumas ideias, mas não houve avanços, nada se modificou. Nós, jogadores, não acreditamos que um teto salarial mais rígido seja algo bom para o basquete”, revelou o armador do Los Angeles Lakers.
As partes envolvidas terão mais dois encontros, na próxima semana, para tentarem resolver o imbróglio. O primeiro será realizado na terça-feira, dia 14, em Miami, caso a final da NBA chegue ao sétimo jogo, ou em Nova York. Na sexta-feira, dia 17, eles se reúnem novamente na Big Apple.
Vale lembrar que a NBA não enfrenta uma greve desde 1998/1999, quando a Liga perdeu quase meia temporada (50 jogos foram disputados na temporada regular) em razão de um impasse na negociação do atual CBA.
Entenda o impasse
O atual Acordo de Negociações Coletivas (CBA) expira no próximo dia 30 de junho e as partes envolvidas (Sindicato dos Jogadores, proprietários das franquias e a própria NBA) precisam fechar um novo acordo até o dia 1o de julho. Os donos das equipes, insatisfeitos com as perdas acumuladas nos últimos anos, querem cortar gastos. Eles pretendem reduzir os salários dos jogadores em até 40% e impor um teto salarial mais rígido.
Os cartolas não abrem mão de um novo sistema operacional econômico, que é necessário, segundo eles, para dar às 30 equipes da Liga uma possibilidade igual de ser lucrativa e brigar pelo título. Em contrapartida, os jogadores têm argumentado que a NBA nunca ganhou tanto dinheiro em contratos publicitários e televisivos, e não aceitam a redução dos salários.
O comissário da NBA, David Stern, já disse que a Liga está projetando um prejuízo de 300 milhões de dólares na atual temporada. No ano passado, as perdas foram estimadas em 400 milhões de dólares.