Desde o último fim de semana da WNBA, Chennedy Carter recebeu críticas negativas devido à uma falta em cima de Caitlin Clark. Então, a ex-jogadora Chiney Ogwumike saiu em defesa não apenas da ex-colega de time, bem como do basquete feminino. Além disso, a novata Cameron Brink também deu sua opinião sobre a atuação situação da liga, escancarando alguns problemas sociais dentro do esporte.
Agora analista na ESPN, Chiney deu declarações sensatas sobre o assunto envolvendo Chennedy Carter, Caitlin Clark e a própria WNBA. De acordo com ela, existem estereótipos e situações exageradas em relação às características da liga em comparação, principalmente, com modalidades masculinas.
“Eu joguei com Chennedy Carter, e sua escolha de retaliar em uma jogada que não fosse de basquete foi suja, algo que ela lutou contra durante toda a sua carreira. Isso não foi legal. Mas, a abordagem de uma jogadora não é indicativo de uma liga inteira”, desabafou Chiney.
Além disso, Chiney mandou um recado direto para as pessoas que talvez nunca assistiram aos jogos da WNBA, mas mesmo assim precisam ir às redes sociais comentar.
“Para quem é novo nisso, a WNBA sempre foi uma liga física, cheia de fogo competitivo e conversa fiada. Na sequência completa daquela jogada, Caitlin estava falando, e nesta liga ninguém desiste da conversa fiada”, disse.
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Dentro do seu discurso, Chiney apresentou ainda uma observação que tem resumido a experiência de todos os amantes de basquete feminino com a WNBA em 2024. De acordo com a analista, há uma situação projetada por pessoas de fora do jogo e da comunidade.
“Quando se trata de atletas mulheres, existe a expectativa de que as jogadoras no calor do momento deveriam parar o que estão fazendo e agradecer Caitlin”, prosseguiu.
Projeções exageradas
Sobre os holofotes e as defesas em torno de Caitlin Clark, Chiney observou que existe uma situação de que o que envolve Clark pode ajudar a WNBA a ter mais reconhecimento. No entanto, a história contada no pós-jogo de sábado (1º) tem colocado isso em um patamar negativo. Além disso, a ex-atleta chama atenção para os causadores da propagação desse tipo de narrativa: a mídia.
“Todos nós sabemos e apreciamos o incomparável de crescimento e atenção que Caitlin está direcionando para se tornar o farol de tanto interesse, engajamento e audiência para a WNBA. E eu sou a maior fã dela. Mas, essa narrativa, na verdade, presta um péssimo serviço a ela. Não é ódio, isso é basquete, como qualquer outro esporte profissional do mais alto nível. Espero que entendam isso”.
Chiney completou sua fala anterior citando outras novatas que passaram por processos semelhantes durante a história da WNBA. Alguns nomes citados foram os de Candace Parker pelo Los Angeles Sparks, Sabrina Ionescu pelo New York Liberty, Kelsey Plum pelo San Antonio Stars, e Skylar Diggins-Smith pelo Tulsa Shock.
“Todas as novatas, especialmente as escolhidas como número um, foram testadas mental, física e emocionalmente. Jogadas como essa [de Chennedy Carter] acontecem nos esportes, mas agora estão sendo usadas para outras agendas que não servem ao jogo [da WNBA]”, completou Chiney.
Alyssa Thomas x Angel Reese
A ex-jogadora, da mesma forma, mencionou a falta de Alyssa Thomas após lance com Angel Reese, também no sábado (1º). A curiosidade da situação fica por conta do fato de que, por mais que Thomas seja uma jogadora mais física, ela não tem dez faltas flagrantes na carreira.
Desde 2014 na WNBA, a jogadora do atual líder da competição, Connecticut Sun, foi, inclusive, defendida pela própria Reese no pós-jogo. “Não há ressentimentos contra a AT. Eu sei que ele não fez isso de propósito, mas ser capaz de continuar em pé [nos próximos duelos entre as duas] será um jogo difícil, e é para isso que fui criada”, afirmou a novata do Chicago Sky.
“The WNBA has always been a physical league, full of competitive fire and trash talk.”@chiney with her State of the Union, WNBA Edition: pic.twitter.com/xGHeJPVUq1
Publicidade— SportsCenter (@SportsCenter) June 3, 2024
Cameron Brink e a quebra de estereótipos
Outra novata que deu as caras foi Cameron Brink, do Los Angeles Sparks. Em entrevista para Megan Armstrong, do “Uproxx’s”, Brink falou a respeito da repercussão sobre Chennedy Carter, da idealização de Caitlin Clark e de problemas que causaram o burburinho fora da WNBA. De acordo com ela, há privilégios na WNBA para as jogadoras brancas mais jovens em vários aspectos não somente de jogo, bem como no extra-quadra.
“[Gostaria de] aumentar a base de fãs para que apoiem todos os tipos de jogadoras. Reconheço que há um privilégio para as jogadoras brancas mais jovens da liga. Temos inerentemente o privilégio de parecer mais “femininas”. Algumas das minhas companheiras de equipe são mais masculinas, alguns usam pronomes eles/eles. Quero trazer mais aceitação e não apenas que as pessoas nos apoiem por causa da nossa aparência. Eu sei que posso contribuir com isso porque gosto de me vestir de maneira feminina. Quero que todos sejam aceitos – e não apenas que recebam atenção por causa de sua aparência”, declarou Brink.
Adaptação cansativa na WNBA
Questionada sobre o que tem tornado mais cansativa sua adaptação na WNBA, Cameron Brink declarou que há narrativas estereotipadas que incomodam. “Essa é uma ótima pergunta. A narrativa mais cansativa é a de que as veteranas são contra as novatas – velha escola versus a nova escola – e a narrativa de que os novatos precisam ser perfeitos”, disse. Além disso, escancarou a pressão sofrida por Caitlin Clark neste momento.
“Sinto que Caitlin Clark tem [sofrido] o pior agora, mas até eu entendo isso. Ela fez três pontos outra noite [contra o Liberty em 2 de junho], enquanto eu marquei três pontos outra noite [contra o Fever, em 28 de maio]. Esperam que sejamos perfeitas. Fomos selecionadas para times de alto escalão, vindos de temporadas perdidas, o que é bom. É um processo de aprendizagem. Mas, as pessoas esperam que sejamos perfeitas e isso é extremamente cansativo. Sinto que podemos aprender como desligar isso, mas ainda assim não é a realidade. Isso apenas mostra que as pessoas não conhecem basquete”, declarou.
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