Você sabia que Zaza Pachulia alterou as regras do All-Star Game da NBA para sempre durante a temporada 2016/17? As votações para o evento festivo estão esquentando e o Jumper Brasil resolveu contar essa história bem curiosa a respeito de como um pivô coadjuvante e o crescimento do Golden State Warriors na liga, mudaram as regras da eleição do evento. Então, vamos entender como isso ocorreu.
Pachulia era o pivô reserva do dominante Warriors de 2016/17. O primeiro da era Kevin Durant na franquia, que venceu 66 jogos e recuperou o posto de campeão, perdido para o Cleveland Cavaliers em 2015/16. Em meio a uma temporada dominante, os torcedores da franquia resolveram realizar um movimento: Votar em Zaza para ser um titular no jogo das estrelas.
E pasmem, funcionou. O pivô recebeu 439.675 votos, e foi o segundo jogador mais votado entre alas e pivôs. Ele foi superado apenas por Durant, e até recebeu mais votos do que Kawhi Leonard, que era o principal jogador de um San Antonio Spurs que também fazia campanhas consecutivas de 60 vitórias.
Entre os atletas que ficaram no top-10, uma porção de enormes jogadores da NBA. O quarto colocado foi Anthony Davis, que surgia como jovem prodígio no New Orleans Pelicans e tinha acabado de levar sua equipe aos playoffs pela primeira vez. Não é exagero, as expectativas sobre Davis no começo da carreira eram acima de tudo, muito grandes.
Draymond Green, um dos líderes daquele elenco, foi o quinto. Além disso, DeMarcus Cousins, o melhor pivô da NBA na época era o sexto pelo Sacramento Kings. O jovem Karl-Anthony Towns, ainda surgindo em Minnesota, era o sétimo. Por fim, nomes consagrados como LaMarcus Aldridge (Spurs), Blake Griffin (Clippers) e Marc Gasol (Grizzlies) fechavam a lista.
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Apesar de titular daquele time, o camisa 27 era um mero operário. Suas médias eram de 6.1 pontos e 5.9 rebotes em 18.1 minutos. Na verdade, o pivô estava mais envolvido nas polêmicas faltas que fazia do que sendo uma peça central para a franquia. Um jogador contextual, em um time que preferia jogar sem pivôs em geral.
Então, a NBA agiu. O voto popular tinha poder total na liga até aquele momento. Ou seja, se ganhou entre os fãs, estará no time titular. Mas esse poder total foi diminuído para apenas 50% da votação.
Os torcedores ainda são a parte mais importante, e em geral, vão ter sua vontade realizada. Mas a votação ganhou a participação de jornalistas e jogadores. Cada um ganhou votos no valor de 25% da eleição. No fim, os fãs perderam o controle total ao tentar fazer de Zaza Pachulia um All-Star.
Mudança decisiva
Com isso, Anthony Davis foi eleito como terceiro titular do Oeste nas posições, ao lado de Durant e Kawhi. A mudança foi grandiosa em vários sentidos.
O primeiro ponto é que o duelo foi realizado em New Orleans, onde Davis ainda atuava em 2016/17. O melhor jogador de uma franquia emergente em uma cidade que sediava o evento pela primeira vez em sua história, não apenas jogaria, mas seria titular.
E ele não decepcionou. Afinal, anotou 52 pontos naquela noite. Na época, era a maior pontuação da história do All-Star Game da NBA. Assim, ele também foi eleito o MVP do evento.
E não foi só isso. A grande atuação do pivô levou a uma vitória do Oeste por 192 a 182 sobre o Leste. Era o sexto triunfo nos últimos sete jogos. Então, com os argumentos de que a conferência já era mais forte do que o outro lado, a NBA alterou o formato histórico do duelo. A era dos capitães entrou em vigor, o que foi a norma dos últimos anos antes das últimas duas mudanças.
Então, será que isso aconteceria com Zaza Pachulia sendo o titular do Oeste no All-Star Game? Vale citar que ele não ficou nem entre os reservas do evento, perdendo na posição para Draymond Green, DeMarcus Cousins, Marc Gasol, DeAndre Jordan e Gordon Hayward.
Paralelo com o Warriors
Em 2021/22, ano em que Golden State ganhou seu último título, algo semelhante aconteceu com Andrew Wiggins. Um movimento da torcida do Warriors votou em massa, e conseguiu que ele fosse para o All-Star Game.
Mas mesmo com o atual regulamento de votação já em vigor, o ala foi mantido como titular e realmente disputou o duelo em Cleveland, pelo Team LeBron. Aliás, ele esteve do lado vencedor do confronto, em uma grande noite de Stephen Curry que terminou com a bola da vitória de James.
Apesar de não produzir números para isso em geral, a história foi um pouco diferente. O ala foi o segundo melhor jogador de Golden State naquela conquista. Seus números foram de impacto, com 17.2 pontos, 4.5 rebotes, 2.2 assistências e mais de 39% nas bolas de três. Nos playoffs, ainda mais impacto. Sobretudo nas séries finais contra Mavericks e Celtics.
Sem o “apelo popular” ele não estaria lá muito provavelmente. Mas é um caso que faz mais sentido. Nenhum outro jogador foi barrado da forma que aconteceu com Pachulia desde então.
Criador de regras
Vale lembrar que o pivô também é responsável por outra regra não oficial. Toda vez que um defensor entra no campo de aterrissagem de um arremessador, recebe uma falta técnica.
O camisa 27 foi o responsável direto por uma lesão de Kawhi Leonard durante a série entre Golden State e San Antonio na final de conferência. Pachulia colocou o pé no campo de aterrissagem do ala, que torceu o tornozelo e não voltou a jogar mais na série. Isso foi ainda no primeiro encontro entre as equipes, enquanto o Spurs equilibrava o duelo. No fim, o Warriors venceu aquele jogo, e rumou para uma varrida até as finais da NBA.
Se você não acompanhava NBA na época, ou se é um pouco mais desatento, pode estranhar que um pivô coadjuvante tenha alterado duas regras em toda a liga. Mas sim, aconteceu.
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