Várias vezes você vê um jogador estreante fazendo grandes apresentações, mas elas não se sustentam pelos anos seguintes. Em muitos casos, o atleta brilha, é faz parte dos times ideais de calouros e, até mesmo, é eleito como o melhor novato. O problema, no entanto, fica por conta da continuidade. Hoje, o Jumper Brasil indica dez jogadores que floparam após o primeiro ano na NBA. Confira.
Michael Carter-Williams
Michael Carter-Williams apareceu com tudo na liga, em 2013. Décima primeira escolha do draft daquele ano, ele estreou com 22 pontos, 12 assistências, nove roubadas e sete rebotes diante do Miami Heat, atuando pelo Philadelphia 76ers. O jogador ainda produziu outros 12 duplos-duplos naquela campanha, mas o Sixers desistiu dele no ano seguinte e foi para o Milwaukee Bucks. O status de futuro astro, então, ficou para trás. Entre 2015 e 2019, o armador passou por cinco equipes, mas sem barulho algum. Aos 30 anos, Carter-Williams tem papel pequeno na NBA, como um bom defensor no Orlando Magic.
Seu irmão, Marcus Zegarowski, foi selecionado pelo Brooklyn Nets no recrutamento de 2021 e, hoje, faz parte do elenco do Long Island Nets, da G-League.
OJ Mayo
Em 2008, o Minnesota Timberwolves selecionou OJ Mayo com a terceira escolha do draft. Na mesma noite, entretanto, ele foi trocado para o Memphis Grizzlies. Dentre outros jogadores que estavam na negociação, estava Kevin Love. Mas o Grizzlies apostava muito em Mayo. Ótimos instintos ofensivos, muito bom arremessador de três pontos, o atleta fez uma ótima temporada de estreia na NBA.
Mayo não ganhou o prêmio de melhor calouro do ano (Derrick Rose foi o premiado), mas fez parte do quinteto ideal dos novatos. Ele produziu 18.5 pontos, 3.8 rebotes, 3.2 assistências e acertou 38.4% nos arremessos de longa distância. No entanto, ele foi perdendo espaço aos poucos e virou reserva nos anos seguintes. Então, surgiu uma oportunidade no Dallas Mavericks e ele fechou por um ano. Mais uma vez, como sexto homem. Ficou por um ano e foi para o Milwaukee Bucks.
Só que em 2016, Mayo jogou sua carreira pelos ares ao ser banido pela NBA. Hoje, ele atua no Unics Kazan, da Rússia, onde é reserva.
Tyreke Evans
Assim como OJ Mayo, Tyreke Evans teve um primeiro ano fantástico. Aliás, foi mais do que isso. Em sua primeira temporada, Evans terminou com médias superiores a 20 pontos, cinco rebotes e cinco assistências, algo que só outros três conseguiram: Oscar Robertson, Michael Jordan e LeBron James. Então, ele seria um astro rapidamente, certo?
Errado.
Sem apresentar um arremesso de três confiável, Evans jamais foi o mesmo da primeira campanha no Sacramento Kings. Não houve uma queda vertiginosa, mas ele não vingou. Alternou temporadas razoáveis e pífias no New Orleans Pelicans, Memphis Grizzlies e Indiana Pacers. Então, mais uma vez, assim como Mayo, ele foi banido por uso de drogas.
No fim do ano passado, Evans tentou voltar para a NBA, mas ainda não foi liberado pela liga. Havia a expectativa de ele jogar na Europa enquanto estivesse fora do basquete dos EUA, mas ele jamais assinou com ninguém.
Jahlil Okafor
Antes de Joel Embiid chegar ao Philadelphia 76ers, o time iniciou o processo com Jahlil Okafor e Nerlens Noel. Em sua primeira temporada, Okafor foi bem, apresentando boas performances com 17.5 pontos, 7.0 rebotes e 1.2 toco em 53 partidas (48 como titular). Então, ele despencou no segundo ano e, desde então, foi ladeira abaixo. Okafor sequer jogou na atual temporada, embora tenha assinado com o Atlanta Hawks antes do início da campanha.
Okafor ficou tão queimado na NBA que, mesmo com tantos jogadores sendo chamados para tapar buracos nos elencos em dezembro, ele não foi considerado por equipe alguma. Simplesmente, não rendeu por onde passou. Na temporada passada, ele era o terceiro pivô do Detroit Pistons, atrás de Mason Plumlee e Isaiah Stewart.
Definitivamente, Okafor tem a carteirinha de membro honorário dos jogadores que floparam na NBA.
Josh Jackson
Quarta escolha do draft de 2017, Josh Jackson chegou ao Phoenix Suns como uma promessa. Em seu primeiro ano na liga, Jackson não apresentava um arremesso de três confiável (após acertar 37.8% em seu único ano no basquete universitário), mas a diretoria apostava em seu desenvolvimento e em sua explosão. Só que ele “não aconteceu”. Depois de dois anos, o Suns desistiu dele e o trocou para o Memphis Grizzlies, onde ficou por apenas uma temporada.
No Detroit Pistons desde a campanha passada, Jackson esboçou alguma reação em 2020-21, mas já não mostra muita coisa em 2021-22. Seu contrato é expirante, então é possível que ele tenha sérias dificuldades em encontrar um novo time para o ano que vem. Isso, aos 24 anos.
Ernie DiGregorio
Eleito o melhor calouro da temporada 1973-74, Ernie DiGregorio foi muito bem. Afinal, as médias de 15.2 pontos, 8.2 assistências (liderou a NBA no quesito) e um aproveitamento de 90.2% em lances livres (também foi o melhor), davam a sensação de que ele iria estourar na liga. E era para ter sido assim.
No entanto, DiGregorio sofreu uma lesão no joelho em seu segundo ano e tudo acabou. Mas, antes, ele ainda tentou. E como tentou.
Sem parecer, minimamente, com aquele jogador que surgiu no Buffalo Braves (hoje, Los Angeles Clippers), DiGregorio se arrastou até 1978, com passagens esquecíveis por Los Angeles Lakers e Boston Celtics.
Para ter ideia de seu potencial, ele possui o recorde, ao lado de Nate McMillan, com o maior número de assistências distribuídas por um calouro (25) em um só jogo. Uma pena.
MarShon Brooks
MarShon Brooks não foi uma escolha alta no draft (25), mas teve um primeiro ano bastante promissor no New Jersey Nets, em 2011-12. No entanto, ele despencou já em seu segundo ano na liga. Passou, então, por Boston Celtics, Golden State Warriors e Los Angeles Lakers na mesma temporada (2013-14) sem qualquer brilho.
Em 2017-18, quatro anos depois de sua experiência na NBA, veio uma segunda chance em um Memphis Grizzlies que fazia “peneira” para o próximo ano. Brooks foi muito bem em sete jogos, com média de 20.1 pontos, 3.6 assistências e incríveis 59.4% de aproveitamento nas cestas de três. Apesar de ele ter passado no teste, Brooks falhou miseravelmente no ano seguinte e desapareceu da liga, aos 30 anos.
Richard Dumas
Titular na campanha do vice de 1993 do Phoenix Suns, Richard Dumas era outro envolvido em problemas com drogas. Ele sequer participou daquela que seria a sua primeira temporada, em 1991-92, suspenso pela NBA. Então, Dumas apareceu bem, com médias de 15.8 pontos, 4.6 rebotes e 1.8 roubada. No entanto, ele voltou a ser suspenso no ano seguinte. Dumas ainda jogou pelo Suns, em 1993-94, mas praticamente não entrava em quadra. Na campanha seguinte, surgiu uma oportunidade no Philadelphia 76ers, sem sucesso.
Então, ele rodou o mundo (Grécia, Porto Rico, França, Polônia, Bósnia e Inglaterra) tentando reviver seus melhores momentos, mas em vão. Parou em 2003. Dez anos depois, ele foi preso por roubar uma loja onde trabalhava.
Jonny Flynn
O draft de 2009 foi incrível por diversos motivos. Um deles, pelo fato de o Minnesota Timberwolves selecionar dois jogadores seguidos antes de o Golden State Warriors ganhar, de presente, Stephen Curry. Ricky Rubio foi a quinta escolha. A sexta, Jonny Flynn. Curry veio em seguida.
Flynn foi até bem em seu primeiro ano com o Timberwolves, obtendo médias de 13.5 pontos, 4.4 assistências e 35.8% em três pontos. Só que as coisas não funcionaram para ele na segunda temporada e a troca para o Houston Rockets, em seu terceiro ano, não o ajudou. Durou 11 jogos e foi negociado mais uma vez, agora, para o Portland Trail Blazers.
Sem espaço, Flynn fechou com o Detroit Pistons em outubro de 2012, mas foi dispensado três semanas depois. Eventualmente, ele tentou vaga no Indiana Pacers e no Los Angeles Clippers, mas não deu em nada.
Por fim, Flynn jogou na Austrália, China e Itália, antes de encerrar a carreira por lesão, em 2014.
Jorge Garbajosa
O espanhol Jorge Garbajosa já era famoso na Europa quando se aventurou na NBA. Ala-pivô, Garbajosa fazia parte da seleção de seu país e era destaque por onde passava. Então, em 2006, o Toronto Raptors o chamou e ele aceitou um contrato de três anos. Na primeira temporada, aos 29 anos, ele foi eleito para o time ideal de calouros. Mas uma grave lesão na perna o limitou em seu segundo ano no Raptors.
Então, contra a vontade da equipe canadense, ele participou das Olimpíadas de 2008 e, em seguida, o Raptors o dispensou.
É claro que, na carreira, Garbajosa foi muito bom, mas ele entra na lista dos jogadores que floparam na NBA, pois havia muita expectativa em relação ao seu futuro por lá.
Hoje, Garbajosa é presidente da Federação de Basquete da Espanha.
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