Contra o racismo

Ricardo Romanelli comenta o caso Donald Sterling e a necessidade de punições ao dono do Los Angeles Clippers

Fonte: Ricardo Romanelli comenta o caso Donald Sterling e a necessidade de punições ao dono do Los Angeles Clippers

Por Ricardo Romanelli

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As recentes notícias que assombram a NBA nos obrigam hoje a escrever com maior seriedade: um fato triste e grave conseguiu tirar o foco das excelentes partidas que vêm sendo disputadas nesta primeira rodada dos playoffs. O dono do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, é o epicentro de uma polêmica de grandes proporções por conta de declarações racistas que fez à namorada, pedindo que não tirasse fotos com negros e não os levasse a jogos da equipe.

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Tudo isso porque a garota postou uma foto em seu perfil do Instagram com Magic Johnson, um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos. O absurdo da situação se evidencia ainda mais ao constatarmos que os jogadores da NBA são, em sua maioria, negros. Como poderia um dono de uma franquia, portanto, agir de maneira tão tenebrosa?

Infelizmente, o racismo ainda é um problema social bastante comum. Apesar de a sociedade ter caminhado a passos largos nas últimas décadas rumo à conscientização, a discriminação racial ainda encontra resistência em mentes ignorantes como a de Sterling. Vale lembrar que o mandatário do Clippers já enfrentou problemas com a justiça americana por se recusar a alugar apartamentos de sua propriedade para locatários de origem latina e negra.

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Os jogadores do time, capitaneados por Chris Paul, presidente da associação dos jogadores da NBA, não ficaram quietos diante deste ato abominável. Cogitaram não entrar em quadra contra o Golden State Warriors no último domingo, mas decidiram agir com mais cautela. Vão esperar uma posição da liga para tomar uma atitude mais enérgica nesta terça-feira, quando a série volta para Los Angeles. No domingo, durante o aquecimento, vestiram suas camisetas ao contrário, para não exibir o nome do Clippers em protesto.

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Não é dever dos jogadores, no entanto, punir Sterling. Essa obrigação é da liga, na figura do comissário Adam Silver e dos donos das outras franquias. Eles precisam tomar uma atitude firme e decisiva contra o empresário, mostrando ao mundo que a NBA não tolera esse tipo de atitude, que não tem qualquer espaço ou justificativa em um mundo livre e democrático.

Magic Johnson, que foi alvo específico do ato racista do dono do Clippers, com certeza possui uma carreira de vitórias e sucessos que tornaram-lhe um ídolo de muitas pessoas no decorrer de sua carreira. É um ex-atleta de talento único, que como tantos outros no decorrer da história provou que a cor da pele de uma pessoa não traz qualquer diferença para seu caráter ou suas habilidades e capacidades.

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É realmente uma pena que um homem tão bem sucedido como Sterling tenha mentalidade tão retrógrada, abominável e detestável. É mais uma prova que sucesso profissional não está ligado ao sucesso pessoal. O fato do escândalo ter ocorrido num ambiente esportivo, que tem como finalidade principal a confraternização e a socialização entre as pessoas, torna a situação toda ainda mais desprezível.

A intolerância e o racismo são posturas que não possuem espaço em um mundo que cada vez mais vive em intercâmbio de ideias e cultura. Essa atitude de Sterling conseguiu manchar aquele que vinha sendo um dos melhores primeiros rounds de playoff da história. Fica nosso voto para que a NBA, dentro de seus regulamentos, tenha a firme atitude de puni-lo da maneira mais severa que conseguir e que todos aqueles envolvidos com a franquia adotem posturas afirmativas para garantir que isso não aconteça novamente.

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