Campeão, Warriors entra em ano decisivo e pode perder astros

Diretoria do time californiano tem decisões difíceis pela frente

campeão warriors perder astros Fonte: Ezra Shaw/AFP

Tudo bem, o Golden State Warriors voltou a ser campeão da NBA, após quatro anos, mas ao fim da próxima temporada pode perder dois astros. Isso porque, Andrew Wiggins e Jordan Poole terão contratos expirantes em 2022/23, enquanto Draymond Green tem opção em seu acordo. Ou seja, Green pode não aceitar o salário e ir atrás de muito mais dinheiro.

Só que o Warriors não pode se dar ao luxo de perder mais jogadores importantes, imagine astros, se quiser seguir como campeão pelos próximos anos. Na atual offseason, a equipe de San Francisco viu Otto Porter fechar com o Toronto Raptors, enquanto Gary Payton II se juntou ao Portland Trail Blazers. Além disso, Andre Iguodala anunciou sua aposentadoria. Então, a direção precisa cuidar bem dos próximos passos.

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Portanto, aqui, vamos analisar a situação de cada um deles.

Primeiro, aquele que tem mais valor histórico para a franquia, Draymond Green.

Draymond Green

Aos 32 anos, Green vai para a sua décima primeira temporada na NBA, sempre pelo Warriors. Seus números frios, claro, não são lá tão atraentes. Afinal de contas, um jogador com médias de 7.5 pontos, 7.3 rebotes, 7.0 assistências e aproveitamentos de 29.6% em três pontos e 65.9% em lances livres fazem Ben Simmons um super astro. Mas, com tantos problemas fora e dentro de quadra, sabemos que Simmons precisa provar. Logo, se você parar e pensar, Green transmite muito mais segurança que o jogador do Brooklyn Nets.

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O paralelo que tracei foi apenas para mostrar que números, por si só, são apenas detalhes. Obviamente, são importantes para você tirar algumas dúvidas, mas não são determinantes.

Para ter uma ideia, o Warriors teve uma campanha apenas mediana sem o veterano em 2021/22. Enquanto ele esteve em quadra, o time venceu 34 dos 46 jogos. Ou seja, 73.9% de aproveitamento, o que colocaria a equipe com a segunda melhor campanha da NBA, atrás apenas do Phoenix Suns. Mas sem ele, foram 19 triunfos em 36 partidas, 52.8%.

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Então, o Warriors seria um time de play-in. com a sétima posição no Oeste.

Viram? Número por número, Green não aparenta ser tão impactante assim, Daí, quando pegamos estatísticas avançadas, a coisa muda de figura.

Primeiro, Green teria o melhor defensive rating de toda a temporada 2021/22, com 102.2. Mas como ele fez poucos jogos, não se qualificou no quesito. Rudy Gobert, por exemplo, liderou com 103.2. Depois, usando a mesma métrica, o Warriors, com ele, teve 104.2 e, sem ele, 112.0. Ou seja, a diferença é gigantesca.

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Veredito: Green tem uma player option de US$27.6 milhões em 2023/24 e o Warriors deveria estender seu contrato por mais dois anos, com opção para um terceiro.

Andrew Wiggins

O que Andrew Wiggins fez na última temporada foi incrível. Não só por ter feito parte do Jogo das Estrelas pela primeira vez, mas como ele conquistou um espaço único no Warriors.

Primeiro, o time deve muito a ele pela classificação às finais da NBA. A série que ele fez contra o Dallas Mavericks foi incrível.

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Wiggins contestou arremessos, forçou Luka Doncic a arremessar de qualquer jeito, bloqueou tentativas, roubou bolas, fez um inferno contra um dos melhores jogadores da NBA. E foi dias depois de o Mavs atropelar o Phoenix Suns, time de melhor campanha da fase regular. Ou seja, Wiggins teve um trabalho fantástico e muito subestimado.

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No entanto, durante a temporada, Wiggins não foi preciso nos lances livres (63.4%, pior marca da carreira), mas acertou 39.3% dos arremessos de três (melhor marca da carreira). Enquanto isso, seu defensive rating melhorou muito, saindo de 111.4 para 108.4.

Mas Wiggins vai entrar no último ano de contrato, de US$33.6 milhões e o Warriors quer ser campeão novamente com o atual grupo, então não pode perder seus principais astros.

Wiggins está em alta, mas você o vê como um segundo cestinha ou, eventualmente, como o primeiro dentro de três ou quatro anos? Porque Stephen Curry e Klay Thompson vão terminar a próxima campanha com 35 e 33 anos, respectivamente. Além disso, os dois não vão a lugar algum e vão encerrar suas carreiras ali mesmo.

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Veredito: Embora Wiggins seja um grande defensor e esteja no topo da carreira, o ideal seria utilizar seu momento para fazer uma sign and trade na próxima offseason ou trocar agora. Estamos falando de um jogador que demanda contrato máximo, na casa de US$146 milhões por quatro anos. Ou seja, cerca de US$36.5 milhões anuais.

Opções de troca

Pascal Siakam, do Toronto Raptors, já apareceu em vários rumores de troca para o Golden State Warriors. É mais forte, pode suprir ausências eventuais de Draymond Green, sabe jogar em três posições, pontua com mais fluidez, passa a bola e é um defensor melhor.

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Michael Porter, do Denver Nuggets, é mais jovem (24 anos), é um ótimo arremessador de três (41.9% de aproveitamento na carreira), tem um defensive rating similar ao de Wiggins, sabe pegar rebotes contestados e pontua com mais facilidade. Esqueça o seu último ano, ele estava machucado, mas eu o vejo com mais capacidade de fazer 24, 25 pontos por jogo do que Wiggins.

Donovan Mitchell, do Utah Jazz, já é um astro, o time está pronto para fazer uma troca agora e deixaria o ataque do Warriors como o mais assustador da NBA. Imagine ele formando dupla com Stephen Curry. Poderia ser uma passagem de bastão, enquanto Klay Thompson seria o ala. Salário por salário, dá certo. Basta o Warriors querer e enviar escolhas de Draft (que seriam de fim de primeira rodada, de qualquer forma).

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Jordan Poole

Sim, Jordan Poole tem tudo para ser o substituto de Klay Thompson, mas não é um grande defensor. Poole é um cestinha nato, com alto índice de aproveitamento nos arremessos de três e é o principal candidato ao prêmio de melhor reserva.

Mas a que custo?

De acordo com rumores, Poole poderia receber uma extensão de US$190 milhões por cinco anos. Ou seja, US$38 milhões anuais.

Tudo bem, eu entendo que a direção do Warriors não está nem aí para pagar taxas por ficar acima do teto, mas ter um reserva custando quase US$40 milhões por ano, não faz sentido algum. E dizem que ele já quer o contrato máximo (quem não quer, né?).

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O Warriors tem uma decisão bastante importante aqui, pois sabemos que existem falhas em seu jogo, especialmente na defesa. Em alguns momentos, ele parece ser um grande defensor, mas na maioria das vezes, seus oponentes o batem com alguma facilidade.

Poole ajuda na organização ofensiva, mas comete muitos erros de ataque. Então, ele é mais um ala-armador do que armador, afinal.

Veredito: Poole tem campo para crescer muito na carreira como um cestinha e pode evoluir ainda mais no arremesso de três (36.4% de aproveitamento em 2021/22). Existe uma característica muito comum em arremessadores: se eles possuem bom aproveitamento nos lances livres, a chance de serem ótimos em três pontos é grande. Poole acertou 92.5% da linha na última campanha. Então, o ideal é aguardar o fim de 2022/23 e utilizar sua extensão para uma sign and trade.

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Opções de trocas

De novo, Pascal Siakam. Ele vai entrar em seu último ano de contrato em 2023/24, recebendo quase o mesmo do que se projeta para Poole. E o Toronto Raptors gosta de jogadores jovens, com potencial a se explorar.

Bam Adebayo, do Miami Heat, pode estar disponível após a direção pensar em utilizar o pivô em troca por Kevin Durant. Faria muito sentido, especialmente agora, que o Warriors ainda não sabe o que James Wiseman pode se tornar. Com Kevon Looney para a reserva de Adebayo, o time californiano teria muito mais equilíbrio. Então, Poole assinaria um contrato na casa de US$24 milhões anuais (o que faz mais sentido hoje), somaria ao de Wiseman e levaria o jogador de Miami.

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Por fim, o Warriors poderia explorar uma troca por Brandon Ingram, imaginando, até, a saída de Andrew Wiggins. Primeiro, Ingram evoluiu na defesa. Depois, ele pode auxiliar na organização e, com certeza absoluta, é um jogador para fazer 25 pontos ou mais por noite e ser o cestinha que a equipe precisa no futuro. Com algumas escolhas de Draft e, se o projeto do New Orleans Pelicans não funcionar em 2022/23, existe uma chance aqui.

Ficar com o mais velho e liberar os mais jovens?

Sim. Eu entendo que o Warriors não quer perder astros, mas se quiser ser campeão mais vezes nos próximos anos, é importante aproveitar o momento dos mais jovens. Eles possuem mais mercado que Draymond Green, por exemplo. Embora Green seja um exímio defensor e entenda o jogo mais do que qualquer um daquele elenco, o fato de ele não ser um bom arremessador, nos dias de hoje da NBA, assusta qualquer interesse de fora.

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É bem verdade que existe um possível namoro com o Detroit Pistons e faria sentido ter uma liderança veterana para comandar um grupo jovem. Mas Green é muito importante para o atual elenco e para a instituição. Ele saindo seria, mais ou menos, como ver Tony Parker no Charlotte Hornets ou Hakeem Olajuwon no Toronto Raptors.

Zero sentido.

Aproveitar os momentos de Andrew Wiggins e Jordan Poole para que o Warriors seja o time a ser batido, sem dúvidas, é o que poderia fazer a diretoria a se mexer.

Enquanto Wiggins chegou ao seu teto, Poole tem defeitos (corrigíveis ou não).

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Por fim, a ideia aqui é fazer com que a equipe tenha uma passagem de bastão sem ter que recorrer ao tank. Os exemplos de opções de trocas não são fáceis, mas não são impossíveis. Nenhuma delas.

Imagine Stephen Curry perto do fim de seu contrato, aos 38 anos, recebendo quase US$60 milhões. Como a direção vai fazer para brigar por títulos? O Warriors quer ser campeão, mas abrir mão de alguns astros pode trazer novas opções sem perder o topo.

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Por mais que Jonathan Kuminga pareça ter um grande futuro, é ele o substituto de Green? Wiggins vai fazer 23, 24 pontos por jogo? Poole vai evoluir na defesa? Por fim, e James Wiseman, o que ele pode virar?

 

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