Após um título, é natural que um time relaxe um pouco. Afinal, não existem mais dinastias na NBA. Mas mesmo sabendo que ser campeão é uma tarefa terrivelmente difícil, o Milwaukee Bucks faz de tudo por Giannis Antetokounmpo. Até escolhas erradas.
Mas tudo para agradar o principal nome da franquia nas últimas décadas. Ele foi o líder quando o Bucks venceu em 2021, então o normal é seguir tentando ganhar novamente. Só que o tempo está passando e Milwaukee não vinha melhorando. Ou evoluindo, como queira.
Após o Bucks finalmente voltar a ser campeão (o último título foi em 1971), Giannis Antetokounmpo queria a manutenção daquele elenco. De novo, tudo certo.
No entanto, quando as coisas começaram a ruir, o astro pediu agilidade ao time. Mais uma vez, dentro do script.
Assim, a diretoria prontamente atendeu suas solicitações, fechou aquela troca para ter Damian Lillard e trocou de técnico. Adrian Griffin assumiria o lugar de Mike Budenholzer, cargo que ocupava há cinco temporadas.
Mas para ter Lillard, o Bucks teve de abrir mão de seus dois melhores defensores de perímetro: Jrue Holiday e Grayson Allen. Enquanto Holiday foi para o Portland Trail Blazers, Allen foi rumo ao Phoenix Suns. Posteriormente, o Boston Celtics “resgatou” Holiday, ainda na offseason do ano passado.
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Juntar dois dos melhores jogadores de suas posições na NBA era o suficiente para o Bucks voltar a ser campeão?
Claro que não. E a resposta foi imediata.
Em quadra, o Bucks não se encontrava e Antetokounmpo dizia que era questão de tempo para tudo se ajustar. Enquanto isso, Griffin estava ficando cada vez mais perdido. Mesmo estando em segundo no Leste, com 30 vitórias em 43 jogos, o que o olho via não era o mesmo que o retrospecto mostrava.
A defesa estava irreconhecível e o time vencia meramente pelos talentos de seus jogadores. Então, a diretoria cansou daquilo e mandou Griffin embora.
Apenas para entender: não é comum um treinador ser demitido durante a temporada regular. Isso porque não há tempo para treinamentos e é algo bem cultural mesmo. Não adianta ficar trocando de técnico se o time não consegue mostrar o que e como quer.
Então, Joe Prunty assumiu até que Doc Rivers estivesse pronto. Em três jogos sob o comando do assistente, o Bucks venceu dois. Mas era apenas uma transição mesmo.
Quando Rivers finalmente começou a trabalhar perto da quadra, dava para notar uma mudança. Ao menos, a defesa estava mais atenta a detalhes que passavam despercebidos por Griffin.
Apesar de ele ter um estilo meio Papai Joel Santana, Rivers também “pega no pé” de jogadores.
Resultados não vinham
A ideia do Bucks era fazer Giannis Antetokounmpo comandar o time para ser campeão mais uma vez em poucos anos. Então, com Damian Lillard ao seu lado, seria mais fácil. O problema é que a diretoria abriu mão de jogadores além do que deveria. Se você perde dois ótimos defensores, é necessário trazer ao menos um outro com condições de cobrir espaços.
Mas quando o time assinou com Malik Beasley e o jogador foi o titular ao lado de Lillard por toda a campanha, existem dois erros. O primeiro, porque Beasley jamais poderia estar ao mesmo tempo em quadra que o armador. Não funciona, não defendem nada e o perímetro vira uma “peneira”. O segundo ficou por conta dos técnicos, que seguiram com os dois juntos.
Tanto Griffin quanto Rivers olharam para o banco e preferiram manter Beasley. Até havia o calouro Andre Jackson ali, mas muito cru. Jackson é ótimo defensor e mostrou isso no basquete universitário.
Ruim com Beasley, pior sem ele? Bem, aí é um detalhe que nenhum dos treinadores quis pensar.
Como resultado, Rivers terminou com 17 vitórias e 19 derrotas. O Bucks, então candidato a ser campeão, caiu do segundo para o terceiro lugar. Nos playoffs, com Giannis Antetokounmpo fora por lesão, Milwaukee caiu na primeira rodada para o Indiana Pacers.
Offseason
Malik Beasley foi embora, enquanto o Bucks trouxe Gary Trent Jr para o seu lugar. Embora Trent seja muito melhor que Beasley defensivamente, vai depender muito de seus esforços.
Trent não é exatamente o melhor defensor da NBA, entende? Vai roubar bolas, pois tem uma envergadura de 2,04 metros e sempre fica na linha do passe. Mas ele é batido com alguma facilidade no jogo um contra um.
Ele apenas não é conhecido do grande público como Malik Beasley é. Afinal, Beasley passou pelo Los Angeles Lakers um ano antes. Enquanto isso, Trent estava no Toronto Raptors. E como a nova contratação passou os últimos quatro anos com mais de um roubo de bola, deu a impressão que houve uma evolução ali.
Houve, mas nem tanto.
Além disso, a direção do Bucks não estendeu com o irmão de Giannis, Thanasis Antetokounmpo, campeão em 2021. Será a primeira vez que o astro não o terá por perto desde 2019. E já tem gente dizendo que pode ser um “tiro no pé”.
Isso acontece porque Giannis está sempre preocupado com ele e o Bucks preferiu não manter o jogador.
Ao mesmo tempo, o time conta hoje com dez jogadores de pouca experiência. Claro que nem todos vão ficar, pois tem um limite de atletas. São 15 sob contrato regular e outros três two-way. No momento, são 19 no total.
Por fim, o Bucks recebeu Delon Wright (ótima contratação) e Taurean Prince, que estava no Lakers.
Título?
Claro. Se seu time é o Milwaukee Bucks e tem Giannis Antetokounmpo, o caminho para ser campeão é mais curto mesmo. O problema está no resto, no encaixe.
A julgar apenas pelo que aconteceu na última temporada, é difícil dizer que o Bucks é candidato. Ao menos, de imediato.
É necessário aguardar os treinamentos, os primeiros jogos na pré-temporada e a escolha da rotação. Para vencer, Jackson e Wright precisam jogar mais. Rivers tem de montar um quinteto que entregue dos dois lados, enquanto os principais reservas terão suas funções.
Brook Lopez fica, apesar de críticas na última temporada. Khris Middleton, idem.
Apostar contra o Bucks geralmente não é bom, mas existem alguns fatos da parceria Antetokounmpo e Lillard.
O grego falou, mais de uma vez, que o time era do armador. Faz algum sentido isso?
Claro que Lillard é ótimo ofensivamente, mas o cara chegou ontem. Você foi campeão, fez de tudo para o time e, do nada, entrega ao colega? Bem estranho.
De qualquer forma, existe um grande temor na diretoria. Se o Bucks não vingar de novo, os rumores sobre Antetokounmpo sair vão aumentar. Assim como em 2020 e antes de receber Lillard.
Vamos aguardar.
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