A audiência da NBA realmente caiu na TV? Entenda

Listamos todos os fatos reais sobre o caso

audiência NBA tv caiu Fonte: Reprodução / X

Há algum tempo, ouvimos que a audiência da NBA caiu na TV e a culpa seria dos arremessos de três. Pronto, o tribunal da internet tem tudo resolvido. Já viram um problema e indicaram a causa. Então, encerramos o caso aqui, certo?

Não mesmo.

Falam como se fosse algo absolutamente verdadeiro e que não tem solução. Mas não vão a fundo. Bem, os perfis mais sérios correm atrás da informação completa. Outros, nem tanto. É como se a NBA tivesse afundado completamente e a audiência caiu seja lá qual for a causa na TV. Mas não é bem assim.

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E utilizam a NFL como parâmetro. O problema é que muita gente não sabe, mas o futebol americano é como o nosso aqui. Ele domina a grade de programação, seja da TV aberta ou fechada. Então, não dá para comparar. A NFL tem uma audiência na TV muito maior do que a NBA nos EUA e não é algo recente.

Mas existem diferenças gritantes quando o assunto é audiência na TV.

Primeiro, nos EUA, a NFL tem transmissão na ABC, CBS, NBC e Fox. São canais abertos, enquanto existem os da TV a cabo, como a ESPN. Por fim, existem os streamings: Youtube TV, Amazon, o próprio canal da NFL (NFL Network) e NFL Game Pass. Ou seja, quer ver futebol americano nos EUA? Aí estão as opções.

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É muito diferente quando o assunto é NBA. Enquanto a NFL possui inúmeros jogos por semana na TV aberta nos EUA, a NBA tem lá de vez em quando na ABC. Para ter uma idea, passou a final da Copa NBA, os cinco jogos da Rodada de Natal e tem mais quatro jogos até o fim da fase regular. E é isso.

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Enquanto isso, o público está migrando de vez do cabo para os streamings. Daí, não tem índice algum. Por enquanto, não é possível mensurar se, de fato, a audiência da NBA caiu ou não apenas pelo que tem na TV aberta. Claro, os jogos são mais chamativos, como a reedição da final de 2023/24 entre Dallas Mavericks e Boston Celtics, um Golden State Warriors e Los Angeles Lakers, por aí.

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E temos de levar em conta, também, alguns fatores.

Sim, a audiência da NBA caiu na TV dos EUA. Mas só de lá. Isso porque, no resto do mundo, ela só cresce. Se você pesquisar a palavra NBA em redes sociais, no Google, vai ver que ela está em alta. Tem momentos instáveis, mas quando chega em março, ela sobe muito e, assim, fica até junho. Ou seja, os playoffs.

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Além disso, Stephen Curry e LeBron James, dois ícones do esporte, estão na fase final de suas carreiras e seus times não são candidatos ao título. Ao menos, por enquanto. E tem aquele fator do estrangeiro, né? Você sabe que o norte-americano gosta de jogadores de seu país, certo? Então…

Quem são os grandes nomes da NBA hoje? Nikola Jokic, Joel Embiid e Giannis Antetokounmpo faturaram os últimos seis prêmios de MVP. Enquanto isso, Shai Gilgeous-Alexander, Luka Doncic e Victor Wembanyama (já!) estão na briga.

Qual jogador americano tem para o cara ver? Jayson Tatum, que faz um total de zero autopromoção, não entra em polêmica e está sempre aparecendo ao lado do filho. Ele não vai atrair ninguém. Outro? Anthony Edwards. Mas o Minnesota Timberwolves está em baixa. Ele faz 51 pontos em um jogo que o time perde para o Detroit Pistons. Imagine isso.

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Mais fatores

Os arremessos de três em demasia, para quem acompanha NBA há muito tempo, realmente não é legal. No entanto, aquele estilo de jogo antigo não vai voltar. Então, existem duas opções: adaptação ou deixar de assistir.

Dizem que o excesso de comerciais atrapalha…

Balela. Isso existe desde muito tempo. Os jogos de basquete param mesmo. São vários pedidos de tempo, mais quatro períodos. Então, não tem jeito. É assim que funciona. E não fossem os comerciais, os canais não teriam como trazer os jogos. É um produto muito caro. Aí, voltaríamos lá para 2005, quando você tinha opção de ver duas vezes por semana na ESPN.

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Apesar de alguns canais abertos, como Band e Rede TV tentarem transmitir jogos, colocar basquete na grade da TV é algo realmente difícil. Isso porque eles possuem outros produtos que dão mais audiência. NBA, no fim das contas, é nicho, é luxo.

O fato de não ter jogadores americanos no topo é algo similar ao que aconteceu com a NHL e a MLB. As duas são dominadas por estrangeiros, então o americano médio não gosta mesmo.

Fim dos supertimes

Aos poucos, os supertimes estão acabando na NBA. Hoje, o mais próximo disso é o Boston Celtics. No entanto, as multas que a equipe vai pagar por estourar todas as opções de teto salarial, assustam os donos. Aliás, o Celtics está no mercado. Se alguém quiser pagar uns bilhões, leva.

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Veja o Denver Nuggets, campeão em 2022/23. O time foi se desfazendo porque não consegue pagar tanta taxa assim. Jogadores importantes da rotação foram embora. Mas o que a direção fez? Estendeu com contratos altíssimos para seus titulares. Dê uma olhada no banco de reservas de Denver e tente não ficar triste.

Mas o que está acontecendo é bem simples. Por conta do novo acordo coletivo de trabalho da NBA, o CBA, tudo ficou muito mais difícil para aqueles que gastam muito. Tudo para deixar uma liga mais equilibrada.

Até aí, tudo bem.

Só que tem o ônus…

Ao fazer isso, a NBA deixou a agência livre “perdida”. Com a preocupação de não perderem seus principais jogadores, os times estendem contratos previamente. Então, quando tem algum grande astro sem acordo, ele vai para onde tiver mais chances de ser campeão. Claro, salário conta, mas se ele pode vencer, especialmente ao lado de algum amigo, ele vai fazer.

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Isso lembra algo?

Está realmente mais difícil para times conseguirem boas contratações naquele período, o que faz da trade deadline mais atrativa.

Aí, aquele interesse por assistir a um time cheio de astros deixa de existir. Simplesmente porque não tem mais do que dois em cada equipe.

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League Pass e mais audiência

De acordo com informações, o League Pass nunca vendeu tanto como nos últimos anos, seja no Brasil, nos EUA ou no resto do mundo. O público que dá audiência para a NBA não está mais na TV convencional, então não tem como dizer que caiu.

“Ah, mas nos EUA o futebol americano tem muito mais audiência que NBA”.

Se você chegou até aqui pensando nisso, volte no início do texto, por favor.

Claro que tem. São muito mais jogos “esfregando na cara” do americano. O futebol americano lá é o nosso futebol aqui. Óbvio que tem mais audiência. Afinal, ele é chamado de “o esporte do americano” por lá.

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Então, se o sujeito quer ver NBA nos EUA, não é na TV aberta. Aí, ele possui poucas opções: cabo ou streaming. Enquanto o primeiro está caindo em todo o mundo, e não seria diferente por lá, o streaming não coleta todos os dados ainda. E se é pelo League Pass, menos ainda.

Desde 1990, quando o IBOPE de lá começou a coletar dados sobre NBA, a audiência na TV aberta só teve picos de alta em situações específicas. As duas greves (1998/99 e 2011/12) e na volta de Michael Jordan ao basquete, em meados dos anos 90. Do contrário, ela sempre foi mais baixa que a NFL nos EUA. Muito mais baixa. Sem comparações.

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A audiência da NBA não caiu. Ela só cresceu ao longo dos anos. Especialmente no resto do mundo.

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