Fonte: Reprodução / XÉ a mesma coisa de sempre: técnicos da NBA reclamam da quantidade de jogos ao longo da temporada, na esperança de uma mudança de regra. Era assim há 20 anos, é assim hoje. O mais novo a falar sobre isso foi Steve Kerr, do Golden State Warriors. De acordo com o treinador, jogadores estão se machucando muito por conta disso.
Aliás, Kerr não fala só do número de jogos na NBA. Ele acha que o número de viagens, o ritmo e a velocidade estão atrapalhando e causando lesões.
No entanto, foi por conta do estilo de jogo do técnico que a NBA virou o que é hoje. Um ritmo frenético, com muita variação de lances dentro e fora do garrafão, espaçamento de quadra e muita corrida.
Até aí, tudo bem. Kerr ajudou Stephen Curry a mudar o que a liga é hoje. Todo mundo só pensa no arremesso de três como solução, quando poderia muito bem ser uma alternativa e deixar para quem sabe fazer, não para qualquer um.
E, hoje, qualquer um arremessa de três, tendo qualidade para isso ou não. A NBA não muda nenhuma regra sobre jogos há décadas e não vai ser na atual temporada que isso vai acontecer. Por vários motivos, aliás.
Se pensar na parte financeira, é aí que a NBA não vai mudar regra alguma. Afinal, a liga jamais rendeu tanto dinheiro aos cofres dos times como agora. Se você tirar um ou outro, claro.
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É fato que o ritmo aumentou nos últimos anos, mas ainda está longe de chegar ao que acontecia nos anos 70 e 80. Em 2025/26, por exemplo, o pace é só o 16° da história. E com 89.2 arremessos por jogo, a atual temporada da NBA está muito longe dos cerca de 100 dos anos 60 e 70.
A NBA passou a controlar o quanto cada jogador corre só na temporada 2013/14, o que é similar ao que acontece na atual campanha. Naquele primeiro ano, o ritmo era menor, em torno de 93.9. Hoje, está na casa de 100.5.
Biótipo tem algo a ver?
Sabe uma diferença enorme que aconteceu na NBA desde aquela temporada? O biótipo do jogador.
Enquanto na temporada 2013/14 a média de peso era de 101.2 quilos, hoje é de 97.9. Faz tanta diferença assim?
Bem, é simples. Atualmente, os jogadores são mais magros e são menos fortes na parte inferior do corpo. Aliás, muito menos.
Depois que os anos 80 mostraram que dava para jogar em um ritmo muito alto, a NBA foi descobrindo a tecnologia. Então, jogadores tinham a parte inferior do corpo mais fracas como hoje, mas muito mais fortes na superior.
Só que na década seguinte, correndo atrás de pivôs em busca de diminuir o impacto de Shaquille O’Neal, os times da NBA contavam com mais jogadores enormes a cada temporada. Foi aí que se viu algo, como se fosse uma regra: se você vai enfrentar Shaq, precisa de caras grandes e fortes. Resultado? Toda equipe tinha, pelo menos, três a quatro pivôs desse tipo.
Hoje, a NBA está atrás de jogadores cada vez mais altos e magros, como Shai Gilgeous-Alexander, por exemplo.
Lesões graves
Uma explicação para as lesões graves, como as de Damian Lillard, Tyrese Haliburton e Jayson Tatum nos playoffs, é que suas panturrilhas nunca foram fortes o bastante. Com o aumento do ritmo, do nível de jogo nos mata-matas, a NBA viu os três se machucarem e perderem a atual temporada.
O desgaste da panturrilha causou o rompimento do tendão de Aquiles em todos eles. Não é falta de sorte ou acaso. Existem estudos que comprovam isso.
Mas veja o que é o receio.
O astro Victor Wembanyama, do San Antonio Spurs, sofreu uma lesão na panturrilha. Ele poderia jogar em sete a dez dias em outros tempos, mas com a NBA atual, com seu ritmo, o time deve tirar o pivô das quadras por uma semana a mais.
Não é grave, mas é o medo de que isso piore com o tempo.
A NBA está paranoica por isso e aumentou na atual temporada, virando uma “regra”. Então, jogadores com lesão na panturrilha já são afastados de forma imediata, sem direito a choro.
E os times estão certos, pois o ritmo realmente aumentou, assim como a velocidade, mas não como nos anos 70 e 80. Afinal, não havia uma cobertura de quanto os jogadores corriam naquela época.
Mudança de regra na NBA por conta de jogos por temporada
Não vai acontecer. A NBA vai manter os 82 jogos por temporada, mas não por tradição. Será por questão financeira.
Se você diminui o número de jogos, quem vai reclamar?
- Jogadores, pois vão receber menos
- Donos de times, por conta de menor receita nos jogos em casa
- Torcedores, de forma geral, que consomem o produto
O número de jogadores que fazem 82 jogos caiu drasticamente nos últimos anos. Em 2014/15, por exemplo, eram 28. Na última temporada da NBA, só 11. John Stockton, por exemplo, teve 12 temporadas atuando em todas as partidas. Muitas delas, com o ritmo batendo recorde, aceleradíssimo. Jogou por 19 campanhas.
Então, é isso. Técnicos como Steve Kerr vão reclamar que alguns jogadores precisam ser poupados. Afinal, ele está preocupado (com razão) com o seu emprego e de outros treinadores na liga.
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