Já passamos de um mês de mercado reaberto na liga. A maior parte dos jogadores que estavam disponíveis, por isso, já definiu as suas situações. Mas há um grupo de atletas conceituados que segue com os destinos indefinidos: são os agentes livres restritos da NBA. Lá se vão semanas de negociação e, por enquanto, nem sinal de acordo. É sobre eles que vamos conversar hoje!
Vale explicar, antes de tudo, o que são os agentes livres restritos da NBA. Tais atletas estão disponíveis no mercado, mas os seus direitos estão presos – de forma parcial – a um time. A princípio, eles podem negociar com qualquer um. Caso recebam uma oferta, no entanto, devem apresentar à sua equipe atual que tem a chance de igualá-la para manter o jogador no elenco.
Com isso, esses jovens talentos estão em uma situação difícil. Querem renovações de contrato com salários acima dos US$25 milhões anuais. Mas não há equipes na NBA com esse nível de flexibilidade financeira para “pressionarem” os detentores dos seus direitos. Então, conversas seguem sem avanço.
Hoje, nós reunimos quatro integrantes da redação do Jumper Brasil e um convidado especial – Guilherme Campos, do podcast “Splash Brothers” – para discutirem cada um dos casos. Será que esses jogadores vão seguir nos seus times ou vão mudar de ares? Vamos lá…
1. Josh Giddey vai ser jogador do Chicago Bulls na próxima temporada?
Gustavo Lima – Sim. Questão de tempo para as partes se acertarem. Giddey, afinal, tem só 22 anos e foi o melhor jogador do Bulls na última campanha. Nenhum outro time vai pagar os US$30 milhões que tanto quer. Então, o fim dessa história deve ser uma renovação por uns US$25 milhões anuais.
Gustavo Freitas – Sim. A direção do Bulls não quer pagar – por muita diferença – o que Giddey quer, mas devem achar um caminho. Além disso, nenhuma outra franquia tem flexibilidade para lhe dar um grande contrato. É mais uma questão de ajeitar os ponteiros, então.
Guilherme Campos – Sim. Apesar das divergências financeiras, eu acho que ele vai ser jogador do Bulls na próxima temporada. A minha aposta é que, em algum momento, vai haver um acordo para a extensão do contrato.
Ricardo Stabolito Junior – Sim. Giddey é a peça central da reformulação do elenco de Chicago, ao lado de Matas Buzelis. Por isso, eu acho que o Bulls é a franquia que mais valoriza o australiano. Creio que nenhum dos lados quer que essa parceria acabe, então o acordo vai sair.
Victor Linjardi – Sim. Apesar do impasse sobre o valor desse novo contrato, o armador não foi procurado por outros times. Portanto, a tendência é que achem um “meio termo” após uma boa primeira temporada do atleta em Chicago.
2. Quentin Grimes vai ser jogador do Philadelphia 76ers na próxima temporada?
Gustavo Lima – Sim. Grimes foi uma grata surpresa na última temporada e, com isso, se valorizou. Mas nenhum time tem espaço na folha salarial para oferecer o contrato que quer. O Sixers, então, está em uma situação confortável e já indicou que não quer fazer uma sign-and-trade. Creio, portanto, que, em breve, as partes fecham um acordo.
Gustavo Freitas – Sim. O Sixers quer contar com Grimes porque sabe que ele poderá ajudar de várias formas. Há uma diferença de pedida salarial entre as partes, mas não é tão grande. Deve acontecer.
Guilherme Campos – Não. Eu creio que Grimes vai assinar com outra equipe e o Sixers vai negociar uma sign-and-trade. Com isso, a franquia traria algum veterano para ajudar de imediato.
Ricardo Stabolito Junior – Sim, pois não acho que o time tenha muitas opções. Para mim, se o Sixers vai ser um candidato ao título mesmo, manter Grimes virou obrigação. Duvido que uma troca possa trazer um atleta ou valor melhor para a franquia.
Victor Linjardi – Sim. A situação de Grimes, a princípio, é similar a de Giddey. Ambos são agentes livres restritos e nenhuma outra equipe da NBA tem condições o que quer receber. Por isso, imagino que o ala-armador vai estar no elenco de Philadelphia em outubro.
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3. Jonathan Kuminga vai ser jogador do Golden State Warriors na próxima temporada?
Gustavo Lima – Não. Eu ainda acho que o ala sai em uma sign-and-trade para um dos interessados. Kuminga não quer seguir no Warriors, enquanto a franquia não está disposta a pagar o que ele pede (na faixa de US$30 milhões anuais). Essa novela ainda vai longe, mas com o final apontando para a saída do jogador.
Gustavo Freitas – Não, pois o Warriors depende da troca de Kuminga para montar o resto do seu elenco. Aliás, a meu ver, está contando com isso. Ele só fica por lá se tudo der realmente errado até o fim da offseason.
Guilherme Campos – Sim. A minha impressão é que Kuminga vai estar no elenco da próxima temporada por meio da oferta qualificatória. Vai aceitar ficar mais um ano no Warriors para, então, poder ser agente livre irrestrito.
Ricardo Stabolito Junior – Não. É uma relação de confiança que acabou. Kuminga precisa de mais espaço, enquanto o Warriors até já definiu o valor que esperar receber em uma sign-and-trade. É hora em que seguirem caminhos diferentes, pois assim vai ser melhor para todos.
Victor Linjardi – Não. Não há mais clima: Kuminga não quer ficar e o Warriors não o vê como uma peça importante. Por isso, para mim, é uma questão de tempo para vir uma oferta que esteja próxima do que Golden State quer receber e ele saia. A minha aposta é que ele vai para o Sacramento Kings.
4. Cam Thomas vai ser jogador do Brooklyn Nets na próxima temporada?
Gustavo Lima – Sim. Aposto em um acordo de curto prazo entre Thomas e o Nets. O desejo do jogador de receber US$30 milhões por temporada é irreal, pois ninguém vai pagar isso. A tendência, então, é que o jogador baixar a pedida e acertar a oferta nas mãos. Dizem ser US$28 milhões por dois anos.
Gustavo Freitas – Sim, mas não vai ganhar nem perto dos valores que pede. Afinal, Thomas é visto bem mais como um reserva do que um atleta para ter salário de astro na NBA.
Guilherme Campos – Não. Eu não sei para quem, mas suspeito que Thomas vai ser trocado pelo Nets em uma sign-and-trade.
Ricardo Stabolito Junior – Sim, mas é possível que não ocorra com uma extensão de contrato. Para mim, Thomas é o principal candidato a aceitar a oferta qualificatória e “apostar em si mesmo” para voltar ao mercado em 2026.
Victor Linjardi – Sim. Cam foi mais um que sonhou alto e não deve conseguir o que quer. Minha aposta é que ele aceita a oferta qualificatória para ficar livre no mercado em 2026. Ou seja, sem acordo com o Nets ou outro time, vai insistir na busca do salário que crê merecer na próxima offseason.
5. E, por fim, quem tem a situação mais difícil entre esses quatro agentes livres restritos da NBA?
Gustavo Lima – Jonathan Kuminga, pois o fim da parceria é evidente. O atleta não quer renovar, enquanto o Warriors não quer lhe pagar o que deseja. Além disso, as ofertas de outras equipes para uma sign-and-trade não agradaram. Curioso para saber quem vai ceder nessa história.
Gustavo Freitas – Cam Thomas. Porque é o único unidimensional entre os quatro. Para fazer o que ele entrega em quadra, os times podem criar e achar alternativas. Grimes, Kuminga e Giddey, por outro lado, ajudam de várias formas. Por isso, acho que estão mais próximos de um acordo também.
Guilherme Campos – Jonathan Kuminga. É a situação mais difícil porque o potencial está lá, mas ninguém sabe o que esperar dele pela falta de minutagem no Warriors. Então, não acredito que alguém vá se comprometer a pagar os US$30 milhões por temporada que quer e, além disso, ceder ativos em uma troca.
Ricardo Stabolito Junior – Cam Thomas. Em termos de perfil, ele é o jogador mais “comum” entre as quatro opções: pontuador baixo que pouco ajuda em outras áreas. Xingar o analista Zach Lowe nas redes sociais, certamente, não ajudou a promovê-lo. Não vejo apelo para nenhum time investir nele, além do Nets.
Victor Linjardi – Cam Thomas. Antes de tudo, porque o Nets fez uma oferta pífia ao jogador. E, em segundo lugar, por Brooklyn ter uma reconstrução mais encaminhada que o Bulls, com vários novatos. Warriors e Sixers, enquanto isso, têm elencos mais competitivos e podem ter algum apelo com Kuminga e Grimes por isso.
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