Indiana Pacers e Oklahoma City Thunder disputam as Finais da NBA a partir desta quinta-feira (5). Apesar de o Thunder, dono da melhor campanha na fase regular, ser o principal favorito ao título, o Pacers bateu Cleveland Cavaliers e New York Knicks sem ser um no papel. Mas aqui estarão dois times muito especiais, que derrubaram todos os adversários nos playoffs.
Pacers e Thunder foram incríveis na fase decisiva da liga. Enquanto o time de Indiana passou com autoridade por todos os seus adversários, o de Oklahoma City não tomou conhecimento de Memphis Grizzlies e Minnesota Timberwolves. Por outro lado, sofreu um pouco mais para bater o Denver Nuggets na semifinal do Oeste.
Mas o fato é que nas Finais da NBA, estão dois times que fazem história. Primeiro, porque são de mercados pequenos. Depois, que é a primeira vez em todos os tempos desde que foi implementado o teto salarial na liga em que não tem ao menos um deles entre os dez maiores pagadores. Aliás, nem entre os 20. Enquanto o Pacers é o 22°, o Thunder é o 25°.
São times com filosofias diferentes de tudo o que você está acostumado a ver em finais de NBA. Um montou o elenco com trocas por jogadores não muito badalados ou estrelas de segunda linha. O outro, via Draft.
E para quem acha que o comissário Adam Silver não gostou, aqui vai um detalhe importante: por conta de suas mudanças, a NBA é o que é hoje. A competitividade está em alta. De nada adianta ter uma folha salarial pagando multas. Pacers e Thunder significam que o novo CBA (acordo coletivo de trabalho) está funcionando. Mas mais do que isso, desde 2019/20, será o sétimo campeão diferente.
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Enquanto a NBA queria acabar com as dinastias, as finais entre Pacers e Thunder mostram o que pode ser um novo caminho. Não só nos bastidores, evitando multas, mas em quadra.
São dois times que cuidam muito bem da bola. Para ter uma ideia, o Thunder teve 11.1 erros de ataque nos playoffs, enquanto o Pacers cometeu 11.9. As jogadas isoladas até existem, mas existe um conceito diferente.
Indiana busca o melhor arremesso o tempo todo, fazendo a bola girar. Até usa muito bem o contra-ataque, mas não é o que define o time. São os ótimos passes de Tyrese Haliburton, encontrando seus colegas livres o tempo todo. Não por menos, o Pacers teve vários de seus jogadores liderando o true shooting nos playoffs da NBA.
Isso significa que Haliburton não faz malabarismos. Ele busca alguém que esteja longe de seu marcador. E não tem problema se o oponente encostar na marcação. Os jogadores do Pacers vão girar a bola até que alguém esteja livre. Mais ou menos o que acontecia com aquele San Antonio Spurs, campeão de 2014 sobre o Miami Heat. Muita troca de passe, arremessos certeiros.
Já o Thunder, mais sólido na defesa, explora contra-ataques, dominando qualquer adversário da NBA nos dois lados da quadra. E os “cães de guarda” não se importam em dar o bote nos roubos de bola. Eles atacam não só quem está com ela, mas quem vai receber, ficando na linha de passe.
Defesas de perímetro
Thunder e Pacers não estão nas Finais da NBA por acaso. Isso porque os dois times contam com ótimos defensores de perímetro, que atrapalham qualquer jogador que queira fazer jogadas isoladas ou segurar muito a bola. Além de tudo o que fazem no ataque, eles defendem muito acima e de formas similares em alguns pontos.
O Thunder, por exemplo, explora muito a defesa por toda a quadra quando Alex Caruso está lá. Ele é capaz de correr o tempo todo marcando ou o armador ou quem vai criar as jogadas. Foi assim que ele fez contra Nikola Jokic na semifinal do Oeste. Caruso, muito menor que o sérvio, não deu a ele um segundo de paz.
Enquanto isso, o time tem Cason Wallace, Lu Dort e Jalen Williams, que gostam de ficar na linha de passe. Muitos roubos de bola aconteceram quando eles estavam atrás de todo mundo e se adiantaram, sabendo onde ela estava indo. É instinto, mas é treino, também. Todos eles são muito fortes fisicamente e não se importam com o bote.
Afinal, se eles errarem, no garrafão estão Chet Holmgren e Isaiah Hartenstein. Então, é tudo bem simples para o Thunder, que teve a melhor defesa da NBA fazendo o que mostrou ao longo da fase regular e dos playoffs.
Já o Pacers, que chega às finais pela primeira vez em 25 anos, tem as armas certas para marcar no perímetro. Foi assim que o time bateu cada um de seus oponentes, marcando quem está com a bola, pressionando erros ou arremessos ruins. Aaron Nesmith, Andrew Nembhard, TJ McConnell e Ben Sheppard são os destaques ali. Eles são tão bons no quesito que fazem Tyrese Haliburton parecer mediano ou ruim, o que não é verdade. Haliburton é ótimo nas ajudas, além de iniciar contra-ataques.
O garrafão
Aqui, existe uma diferença clara. Myles Turner é ótimo no espaçamento em quadra e dá ao Pacers algo muito positivo na NBA: o pivô arremessador. No entanto, ele peca muito na defesa. Indiana foi o sexto que mais sofreu pontos no garrafão, enquanto Turner erra em coberturas e é batido no um contra um com alguma facilidade.
Na série contra o Knicks, por exemplo, o Pacers sofreu diante de Karl-Anthony Towns, que explorou Turner o tempo todo nos playoffs da NBA. Mas o ex-técnico de Nova York facilitou a vida de Indiana. Isso porque utilizou Mitchell Robinson e fez com que Towns fosse marcado por Pascal Siakam. Aí, o papo é outro.
Siakam é muito bom defensor e sabe o que precisa fazer contra jogadores maiores que ele. Além disso, é muito mais rápido que Turner. Na teoria, ele vai marcar Chet Holmgren no confronto Thunder e Pacers. Enquanto isso, Isaiah Hartenstein vai cair para Turner.
Aí tem um ponto. Se for isso mesmo, o Pacers tem uma chance maior contra o Thunder nas finais da NBA.
Com Turner no ataque, o pivô sai do garrafão e se posiciona na linha dos três. Isso vai fazer com que Hartenstein vá atrás dele, deixando apenas Holmgren perto do aro. Mas Siakam também sai muito. Assim, a área pintada de Oklahoma City vai ficar exposta.
Do contrário, com Holmgren em cima de Turner e vice-versa, os dois vão jogar quase toda a série decisiva fora do garrafão. Assim, Hartenstein vai abusar do dunker spot. Afinal, Siakam é menor que ele e nos passes em ponte aérea, o jogador do Thunder tende a levar vantagem sobre o do Pacers.
Curiosidades
Até pelas campanhas, o Thunder aparece como o favorito contra o Pacers nas Finais da NBA de 2025. Mas isso tudo fica no papel. Quando os times entrarem em quadra, o papo é outro.
E o que o Pacers fez até aqui é algo incomum. Isso porque o time, quarto no Leste, pode ser o segundo campeão na história da NBA a vencer nas finais após ficar na posição. O outro foi o Boston Celtics, de 1969. Apenas seis equipes saíram dali e decidiram a liga. Indiana é um deles.
Por outro lado, Shai Gilgeous-Alexander pode fazer história. Nenhum jogador venceu o MVP, MVP das finais de Conferência e foi campeão da NBA. E ele ainda pode ser o primeiro disso tudo com o MVP da decisão contra o Pacers. Tudo bem que o prêmio das finais de Leste e Oeste começou só em 2022. Então, veja isso.
Ele pode ser o primeiro cestinha da temporada a ser campeão da NBA desde Shaquille O’Neal, em 1999/2000. E pode entrar em um grupo seleto de 15 jogadores com MVP e o título no mesmo ano. O último foi Stephen Curry, em 2014/15. E da lista, só dez ficaram com o MVP, título e MVP das finais. LeBron James venceu isso pela última vez, em 2013.
Estilo de jogo, transações e campanha
Pacers e Thunder são os times que mais venceram jogos desde o dia 1° de janeiro, com ou sem os playoffs. São duas equipes que possuem estilos diferentes, mas bem definidos.
Enquanto o Thunder cria muitos erros de ataque e pressiona o adversário sem a bola, o Pacers marca com e sem espaçamento, forçando o oponente a gastar o tempo longe da cesta.
Os times chegam às Finais da NBA após reconstruções de seus elencos. O Pacers teve trocas por Tyrese Haliburton e Pascal Siakam, transformando o ataque da equipe em um dos mais imprevisíveis da liga. Todo mundo pode pontuar e o banco ajuda muito.
O Thunder, por outro lado, construiu sua base via Draft. Mas sem Alex Caruso e Isaiah Hartenstein, que chegaram na última offseason, Oklahoma City teria a vida mais difícil nos playoffs. Enquanto Hartenstein resolveu o problema dos rebotes (time era um dos piores em 2023/24 no quesito), Caruso dá ao grupo mais pressão na saída de bola.
Shai Gilgeous-Alexander e Jalen Williams dão ao Thunder mais chances de pontuar na média distância, algo raro na NBA de hoje. Eles exploram muito o arremesso perto da cabeça do garrafão e é onde eles sabem que Myles Turner não vai chegar.
Indiana, enquanto isso, tem uma defesa de perímetro muito forte e ataca de qualquer lugar da quadra.
Mas aqui existem tabus.
Desde 1984 (Houston Rockets), nenhum time foi campeão abaixo do terceiro lugar na fase regular. E Oklahoma City é o segundo time mais jovem a disputar uma decisão (Portland Trail Blazers de 1977 venceu).
Agora, Thunder e Pacers terão a grande oportunidade nas Finais da NBA.
Campeões inéditos
Vamos tentar entender aqui. Pacers nunca foi campeão da NBA e Thunder só venceu como Sonics. Então, é por isso que dizem ser campeões inéditos caso vençam. Mas, de fato, já venceram sob circunstâncias diferentes. É inédito e não é, ao mesmo tempo.
O Thunder já se prontificou a entregar o histórico do Sonics quando Seattle voltar. Dizem que deve ser em 2027/28. Portanto, daqui alguns anos vão dizer que o time de Oklahoma City foi às finais pela segunda vez em 2024/25. Se for campeão da NBA sobre o Pacers, será o primeiro título. Mas isso, só quando o Supersonics retornar na expansão.
Finais da NBA: Thunder x Pacers
Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers nunca se enfrentaram nos playoffs da NBA. Sob o nome Seattle Supersonics, o time de Oklahoma City venceu um título, em 1978/79 e perdeu duas decisões. Já como Thunder, foi às finais de 2011/12 e perdeu para o Miami Heat. Por outro lado, o Pacers foi campeão três vezes da ABA, uma liga paralela que conta e não conta para a NBA, ao mesmo tempo.
Em seu site oficial, na lista de vencedores, a NBA diz que o Pacers não foi campeão. Então, na liga, o time disputou uma final, em 1999/2000 e perdeu para o Los Angeles Lakers.
2024/25
Thunder 2 x o Pacers
- 26/12/24: Thunder 120 x 114 Pacers
- 29/03/25: Pacers 111 x 132 Thunder
Datas da série e onde assistir
Dia | Jogo | Horário | TV |
---|---|---|---|
05/06 | Pacers x Thunder* | 21h30 | ESPN 2/Band |
08/06 | Pacers x Thunder* | 21h | ESPN 2/Band |
11/06 | Thunder x Pacers* | 21h30 | ESPN 2/Band |
13/06 | Thunder x Pacers* | 21h30 | ESPN 2/Band |
16/06** | Pacers x Thunder* | 21h30 | ESPN 2/Band |
19/06** | Thunder x Pacers* | 21h30 | ESPN 2/Band |
22/06** | Pacers x Thunder* | 21h | ESPN 2/Band |
* Mandante
** Se necessário
Palpite Jumper Brasil
Jumper | Vencedor |
---|---|
Antonio Carlos Gomes | Thunder em sete |
Gustavo Freitas | Pacers em sete |
Gustavo Lima | Thunder em cinco |
Higor Goulart | Thunder em seis |
Ricardo Stabolito | Thunder em cinco |
Victor Linjardi | Thunder em seis |
Vini Donato | Thunder em cinco |
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