Gustavo Lima comenta suas escolhas
Oi, pessoal. Aqui estão – como sempre, com certo atraso – os meus comentários para as escolhas da segunda projeção do Jumper Brasil para o recrutamento. Deixem suas impressões (é quase impossível concordar 100% com este tipo de lista) na caixa de comentários e podemos conversar sobre alguns dos prospectos. Segue aí:
1. New Orleans Hornets – Anthony Davis (Ala-pivô, Kentucky, 19 anos)
Bobcats, Hornets… Pode colocar o time que for aqui, a escolha não muda. Para ser sincero, eu não questionaria o sentido da vida se ele acabasse virando um daqueles busts homéricos, mas a chance é bem pequena. Defensivamente, é uma força por seus instintos e atributos atléticos. Já no ataque, tem alguns momentos em que ele oferece flashes do seu grande potencial.
2. Charlotte Bobcats – Michael Kidd-Gilchrist (Ala, Kentucky, 18 anos)
O Bobcats pode partir em várias direções aqui. Thomas Robinson faz muito sentido e até acho que complementa melhor o (pouco) que o elenco já tem. No entanto, a aura de vencedor e líder que circunda Kidd-Gilchrist tende a ter muito apelo junto à equipe de pior campanha da história da liga.
3. Washington Wizards – Bradley Beal (Ala-armador, Florida, 18 anos)
Eu gosto muito de Beal e acredito que o Wizards consegue um reforço cirúrgico em potencial com a sua escolha. Ele tem o perfil ideal para atuar ao lado de John Wall. Sua versatilidade, inteligência e bom arremesso são bons complementos para o estilo veloz e ultra-agressivo de Wall.
4. Cleveland Cavaliers – Harrison Barnes (Ala, North Carolina, 19 anos)
O Cavs precisa de ajuda no perímetro e gosta de Barnes desde o ano passado, quando queria selecioná-lo com a quarta escolha do recrutamento. Agora, a possibilidade está mais viva do que nunca. No entanto, o Cleveland deverá estar ativo no mercado tentando subir uma ou duas posições. Aparentemente, os verdadeiros alvos são Beal e – em especial – Kidd-Gilchrist.
5. Sacramento Kings – Thomas Robinson (Ala-pivô, Kansas, 21 anos)
Mesmo com o “ressurgimento” de Jason Thompson, a rotação de ala-pivô do Kings ainda tem uma lacuna e Robinson possui todas as condições de preencher o espaço. Além de estar física e atleticamente pronto para o basquete profissional, ele foi o segundo melhor jogador da última temporada universitária. Gosto de como a agilidade e capacidade atacar a cesta do prospecto podem funcionar ao lado de um pivô mais forte, como DeMarcus Cousins.
6. Portland Trail Blazers (vinda do New Jersey Nets) – Andre Drummond (Pivô, Connecticut, 18 anos)
Eu imagino que este seja o melhor dos cenários para o Blazers. Drummond é um enigma, mas o prêmio justifica o risco aqui. Do ponto de vista físico e atlético, ele é um pivô de elite da NBA. Do ponto de vista técnico e comportamental dentro de quadra, é um projeto longe do fim. Pode ser o novo Dwight Howard, pode ser o novo Kwame Brown.
7. Golden State Warriors – Jared Sullinger (Ala-pivô, Ohio State – 20 anos)
O Warriors é outro que pode tomar decisões muito diferentes aqui. A preferência é por um ala e, se Barnes cair até aqui, seria complicado deixá-lo passar. No entanto, dois nomes que vejo constantemente ligados à franquia são Jared Sullinger e Terrence Jones. Em uma equipe que quer começar a vencer imediatamente, um jogador mais provado teria vantagem sobre a irregularidade do segundo.
8. Toronto Raptors – Damian Lillard (Armador, Weber State, 21 anos)
Nos últimos meses, o Raptors tem mostrado interesse em trocar o armador Jose Calderon e está em busca de um atleta mais agressivo para assumir a posição, que ajude a suprir a falta de poder de fogo da equipe. Lillard é o tipo de armador pontuador e explosivo que, na teoria, a direção canadense procura. Ter se destacado em uma das piores conferências do basquete universitário, porém, sempre deixa um ponto de interrogação no ar.
9. Detroit Pistons – John Henson (Ala-pivô, North Carolina, 21 anos)
O Pistons entra neste recrutamento com foco bastante direcionado: um ala-pivô atlético. Há várias opções de jogadores da posição nesta faixa (Sullinger, Moultrie, Terrence Jones), mas nenhum se encaixa tão bem no perfil descrito quanto Henson. Embora o corpo magro seja um problema, ele tem a defesa e explosão para complementar o “técnico” Greg Monroe.
10. New Orleans Hornets (vinda do Minnesota Timberwolves) – Kendall Marshall (Armador, North Carolina, 20 anos)
Com Eric Gordon no perímetro e Anthony Davis no garrafão, o Hornets precisa de alguém mais orientado a “alimentá-los” do que pontuar por si só. Marshall é uma espécie rara: um armador puro, clássico, passador nato. Ele faz todos ao seu redor melhores e um comandante dentro de quadra. Na teoria, não há melhor jogador na turma de 2012 para substituir Chris Paul.
11. Portland Trail Blazers – Perry Jones III (Ala-pivô, Baylor, 20 anos)
Com um pivô garantido na sexta posição (Drummond) e sem um armador de ofício disponível, o Blazers aposta no principal talento ainda listado. Jones é outro dos enigmas deste draft: na prática, um ala-armador preso no corpo de um ala-pivô. Não correspondeu às expectativas em dois anos no basquete universitário, mas é um atleta raro e inquestionavelmente talentoso. Alto risco, alta recompensa.
12. Milwaukee Bucks – Tyler Zeller (Pivô, North Carolina, 22 anos)
Mesmo antes da saída de Andrew Bogut, o Bucks precisava de reforços no garrafão. Zeller é considerado uma das apostas mais seguras deste recrutamento. Ele não possui talento ou condição atlética fora do comum, mas é tecnicamente apurado, consistente e tem quatro temporadas de experiência em um dos melhores programas universitários do país.
13. Phoenix Suns – Jeremy Lamb (Ala-armador, Connecticut – 19 anos)
O elenco do Suns precisa de mais opções no perímetro e, embora venha de uma temporada decepcionante, Lamb é um excelente valor para se adquirir no fim da loteria. O ala-armador tem muitas das qualidades técnicas (fundamentos defensivos, arremesso) e físico-atléticas (envergadura, explosão) que se espera encontrar em um prospecto da posição. Fosse mais agressivo e ativo em quadra, teria chances de estar até no TOP 5.
14. Houston Rockets – Austin Rivers (Ala-armador, Duke, 19 anos)
Daryl Morey é um oportunista e sempre está de olho no melhor jogador disponível. Rivers é um grande talento, um scorer de elite em potencial no próximo nível, mas precisa ser lapidado. E a lista de melhorias não é curta: arremessar com maior consistência, passar a bola, defender, melhorar sua tomada de decisões e por aí vai…
15. Philadelphia 76ers – Arnett Moultrie (Ala-pivô, Mississippi State, 21 anos)
Com Spencer Hawes (agente livre irrestrito) e Elton Brand (cláusula de anistia) correndo o risco de saírem do elenco, um homem de garrafão torna-se reforço necessário ao Sixers. Além de atuar nas duas “posições altas”, Moultrie é um ótimo reboteiro capaz de espaçar a quadra com seu arremesso sólido de média distância. Pode ajudar de imediato.
16. Houston Rockets (vinda do New York Knicks) – Meyers Leonard (Pivô, Illinois, 20 anos)
Eu não acho que o Rockets vá permanecer com esta escolha. Caso a mantenham, imagino que a necessidade fale mais alto e um pivô seja selecionado. Leonard é intrigante, com sua condição atlética, envergadura e jogo ofensivo. No entanto, a transição de jogadores de tais características para a NBA não tem sido das mais sucedidas recentemente (B.J. Mullens, por exemplo). Com a segunda escolha da noite e fora da loteria, o Rockets está em posição de correr o risco.
17. Dallas Mavericks – Dion Waiters (Ala-armador, Syracuse, 20 anos)
A saída de Jason Terry deixa o Mavericks com um buraco na função de sexto jogador. Waiters jogou nesta função por Syracuse e mostrou flashes de brilhantismo durante a temporada com sua defesa, explosão e capacidade de criar o próprio arremesso. Sua janela de escolha abre ainda no Raptors (8) e duvido que chegue disponível até aqui.
18. Minnesota Timberwolves (vinda do Utah Jazz) – Terrence Ross (Ala, Washington, 21 anos)
Ross é exatamente o que o Timberwolves mais precisa: um ótimo arremessador que pode atuar nas posições dois e três. Com Rubio na armação, ele tem uma chance considerável de ser produtivo desde o primeiro dia na NBA. Ele realmente chegará disponível aqui? Tenho sérias dúvidas. Se chegar, duvido que passe.
19. Orlando Magic – Moe Harkless (Ala, St. John’s, 19 anos)
O Magic parece estar de olho em alas e Moe Harkless foi um dos primeiros procurados pelo time, então se presume que exista interesse. Este é mais um jogador do qual gosto muito na turma de 2012. Ele não é um grande arremessador, mas tem a condição atlética, atitude, fluidez, vontade e agressividade de um jogador de NBA. Um ótimo valor a esta altura do “jogo”.
20. Denver Nuggets – Marquis Teague (Armador, Kentucky, 19 anos)
A possível saída de Andre Miller como agente livre irrestrito é a única lacuna que o elenco do Nuggets tem chances reais de “ganhar” nos próximos meses. Teague ainda tem muito a evoluir, mas tem a velocidade e explosão para sair do banco manter o ritmo acelerado que o titular Ty Lawson impõe na maior parte do tempo. Irmão de Jeff Teague, do Hawks.
21. Boston Celtics – Terrence Jones (Ala-pivô, Kentucky, 20 anos)
Seria um choque se Jones, uma potencial escolha de loteria, caísse até aqui. Mas isso é o tipo de coisa que acontece em um draft “equilibrado” em termos de talento. Sua janela de escolha começa já no Warriors (7), mas suspeito que não seja o claro favorito de nenhum time. Ele é um risco: extremamente irregular, nem sempre competitivo o bastante e preso entre duas posições. Para o Celtics, porém, a aposta se justifica com enorme folga.
22. Boston Celtics (vinda do Los Angeles Clippers) – Festus Ezeli (Pivô, Vanderbilt, 22 anos)
O Celtics precisa com urgência de pivôs. Fab Melo parece ser a possibilidade mais forte aqui, mas vou deixar minha opinião desequilibrar a balança. Apesar de suas limitações ofensivas, Ezeli é um marcador que me impressiona. Você não vai vê-lo dando tocos monstruosos, mas tem fundamentos sólidos, ótima movimentação lateral e inteligência na defesa individual. É uma melhor adição para o estilo de jogo de Boston.
23. Atlanta Hawks – Tony Wroten Jr. (Ala-armador, Washington, 19 anos)
Gosto muito mais de Wroten como prospecto do que como atleta. É um dos grandes talentos da classe, mas acho que desperdiça seu potencial como armador sendo um ultra-agressivo dois, estilo Tyreke Evans. No Hawks, ele ajudaria em duas frentes: como o sexto jogador que Atlanta não tem desde Jamal Crawford e/ou o armador reserva que o time pode não ter mais com a saída de Kirk Hinrich.
24. Cleveland Cavaliers (vinda do Los Angeles Lakers) – Quincy Miller (Ala, Baylor, 19 anos)
Imagino que o Cavs possa querer alguém mais provado aqui, mas Quincy Miller é um talento difícil de passar. Não sou um grande fã dele, mas sua altura e versatilidade podem ajudar a rotação de Byron Scott. Tivesse ficado mais um ano na universidade, o ex-aluno de Baylor poderia ser uma das dez primeiras escolhas do próximo recrutamento.
25. Memphis Grizzlies – Evan Fournier (Ala, França, 19 anos)
Estou lendo em alguns lugares que o Grizzlies está interessado em apostar em um prospecto internacional. Fournier parece ser o único estrangeiro a ser selecionado na primeira rodada. Aos 19 anos, o ala já é um dos melhores jogadores do basquete profissional francês e possui jogo ofensivo bastante refinado para alguém de sua idade. Tenho minhas dúvidas se ele vai chegar disponível até aqui.
26. Indiana Pacers – Jeff Taylor (Ala, Vanderbilt, 22 anos)
O Pacers tem dois alas altos em Danny Granger e Paul George, mas nenhum reserva com atributos físicos semelhantes no banco (o mais próximo disso é Dahntay Jones). Taylor é um jogador que traz altura, versatilidade e está pronto para ajudar imediatamente. Para um time que já compete no topo do Leste, ele parece ser um reforço funcional.
27. Miami Heat – Fab Melo (Pivô, Syracuse, 21 anos)
Todos sabem que o Heat precisa desesperadamente de ajuda no garrafão. Melo foi o grande pilar defensivo de Syracuse na última temporada, mas é difícil fazer uma avaliação do seu impacto na NBA porque a universidade joga majoritariamente marcando zona. Ou seja, ele deve encontrar um cenário bem diferente na NBA. Isso não muda o fato de que é um jogador alto capaz de pegar rebotes e bloquear arremessos.
28. Oklahoma City Thunder – Andrew Nicholson (Ala-pivô, St. Bonaventure, 22 anos)
Nicholson é o tipo de jogador que o elenco do Thunder tanto carece: um homem de garrafão ofensivo. Ele tem quatro anos de experiência universitária, sabe pontuar de costas para a cesta e pode espaçar a quadra com seu bom arremesso de média distância. É a solução? Não. Pode ajudar? Sim.
29. Chicago Bulls – Doron Lamb (Ala-armador, Kentucky, 20 anos)
Uma das escolhas que não necessitam de muita explicação. Lamb é o tipo de ala-armador competitivo e excelente arremessador de que o Bulls sempre precisou. Com as possíveis saídas de Kyle Korver e C.J. Watson, além das constantes lesões de Richard Hamilton, o campeão universitário é um reforço interessante para Chicago.
30. Golden State Warriors (vinda do San Antonio Spurs) – Royce White (Ala-pivô, Iowa State, 21 anos)
White é um prospecto raro: um ala-pivô que atua com a bola nas mãos, dono de refinado jogo ofensivo dentro do garrafão. No entanto, sua falta de atributos físico-atléticos ideais, problemas psicológicos (transtorno de ansiedade e medo de voar) e peso instável são grandes pontos de interrogação confrontando seu inegável talento. Ele deverá encarar seríssimos obstáculos para se adaptar ao basquete profissional, mas, na 30ª escolha, o Warriors corre algum risco real?