É normal não gostar de mudanças. Quem acompanhou todos os eventos do All-Star Game 2025 da NBA e já tinha experiência no evento, pode ter ficado frustrado. Mas muita gente gostou, ainda que com ressalvas. Eu fui um deles.
O primeiro All-Star Game que vi foi em 1990, então dá para separar o que era empolgação de adolescente, o período em que acompanhava só por gostar e, depois, com o site. Apesar de ser uma experiência bastante diferente ver o que aconteceu no final de semana, não foi ruim. E é isso que vou tentar explicar aqui.
Então, vamos passar por todos os eventos do All-Star que a NBA preparou em 2025.
Primeiro, na sexta-feira, o jogo das celebridades. Não tem nada de anormal ou de novo. É uma experiência ruim para o brasileiro, pois muitos ali não são conhecidos do público em geral. Claro, existem aqueles mais famosos aqui e ali, mas tem muito mais a ver com a cultura local. No caso, de San Francisco.
Depois, o Rising Stars. É muito mais competitivo do que qualquer outro evento. Apesar de terem formado quatro times, o que pode parecer muito, a meta de 40 pontos nas semifinais e 25 na decisão parece justa. Então, o vencedor dali se classificou para disputar o All-Star Game 2025 da NBA.
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No sábado, o Skills Challenge, Torneio de Três Pontos e Concurso de Enterradas.
Enquanto o primeiro evento do All-Star daquele dia foi marcado pela desclassificação da dupla Victor Wembanyama e Chris Paul, o time do Cleveland Cavaliers (Donovan Mitchell e Evan Mobley) venceu o do Golden State Warriors (Draymond Green e Moses Moody). Foi legal, mas não passa disso.
O Torneio de Três Pontos foi estranho. Geralmente, é o melhor de todo o fim de semana. Não foi o que aconteceu. Enquanto Buddy Hield se destacou na primeira rodada, o resto da turma não foi bem. Na decisão, deu Tyler Herro.
Por fim, as enterradas.
Apesar de Andre Jackson ter grandes lances na temporada, ele esteve muito longe do que já mostrou. Talvez, seja mais uma questão de improviso durante os jogos, pois a criatividade não foi das melhores. Matas Buzelis, por outro lado, inovou na primeira e seria legal se conseguisse. Não deu.
Então, com Stephon Castle e Mac McClung, o papo foi diferente. O jogador do Spurs valorizou muito o terceiro título de McClung. No fim, foi bem legal.
NBA All-Star Game 2025
Com um formato similar ao Rising Stars, exceto pela pontuação na final seguir com 40, o All-Star foi muito bom nos jogos das semifinais. Disputados, com times querendo a vitória e, muitas vezes, jogando de forma séria. Claro, tirando um ou outro lance, no geral foram duas boas partidas.
A decisão, no entanto, teve um time que estava quente (o de Shaq) contra um que esperou cerca de uma hora para voltar à quadra. Vamos falar disso daqui a pouco.
Venceu o favorito, com Stephen Curry garantindo o seu segundo MVP do All-Star Game.
Considerações
Vamos partir do princípio que tudo ali era uma festa, tá? É um evento de mini-férias em que a NBA celebra sua temporada, mas sem a necessidade de uma competição. E vou explicar isso.
Torneio de Enterradas
Muita gente reclamou que grandes astros não disputam, o que é até justo. Mas poucos se lembram que os vencedores geralmente são jogadores que estão iniciando suas carreiras na NBA. Aliás, boa parte é de atletas que não vingou na liga.
Duvida?
Kenny Walker, Harold Miner, Fred Jones, Jeremy Evans, Glenn Robinson III, Hamidou Diallo e McClung. Nenhum deles fez grandes coisas na liga.
“Ah, mas Michael Jordan, Dominique Wilkins, Kobe Bryant, Vince Carter e Dwight Howard venceram”.
Sim. Só que Jordan disputou até seu quarto ano na NBA, o que bate com a informação de que só jogadores jovens entram. Mas mais do que isso, foi há quase 40 anos. Muita coisa mudou. Kobe e Vince venceram na primeira e segunda temporada, respectivamente.
É raro ver um astro consolidado querendo disputar o torneio de sábado do All-Star. Muito raro.
Pediram Jaylen Brown e o que ele fez há um ano? Saltou um sujeito de 1,50m sentado em uma cadeira.
Mas tem explicação. Tem a ver com ego e dinheiro. Se astros disputam, eles correm o risco de algo como aconteceu com Brown. Ninguém quer virar piada, ainda mais quando é um All-Star. E o valor para o vencedor não compensa perto do salário deles.
All-Star Game 2025 da NBA
O que teve de bom
Formato é interessante, inclusive com a molecada do Rising Stars. Foi o jogo mais competitivo que teve no domingo. De um lado, astros famosos e várias vezes campeões. Do outro, jogadores que estão apenas começando, mas com muito apetite de vitória. Isso foi legal demais de ver.
Mas teve ainda a homenagem aos serviços do pessoal da TNT americana. Fizeram uma brincadeira com Charles Barkley, Kenny Smith, Shaquille O’Neal e Ernie Johnson, pois o canal vai deixar de transmitir NBA ao fim da temporada.
Jogadores levaram o jogo mais a sério do que no último ano, quando o Leste venceu por 211 a 186. Um vexame total em 2024. Então, Adam Silver acertou nisso.
O que teve de ruim
Muitas paradas. E paradas longas. A gente entende que os jogadores precisam de aquecimento entre um jogo e outro. Até aí, tudo bem. Mas no meio da final, uma demora eterna. Aquilo foi muito ruim. Poderiam ter feito a homenagem entre um jogo e outro. Bastaria ali.
Claro que a NBA queria esticar o evento, então criou vários momentos fora do jogo.
Aliás, tempo de jogo foi algo muito ruim.
No primeiro, foram 10:07 minutos. O segundo, teve 12:31. Então, o terceiro, na final do All-Star Game 2025 da NBA, foram 11:03. No total, 33 minutos e 41 segundos. Um jogo normal leva 48 minutos.
Pelo tanto de paradas, isso esfriou os jogos, especialmente o último.
Por fim, sem LeBron James e Anthony Edwards, que não jogaram de última hora, deixaram o evento menos “brilhante”.
Adam Silver segue tentando…
Para quem não se lembra, em 1998, não teve Torneio de Enterradas. Nem em 1999, quando aconteceu o primeiro locaute da NBA. A ideia era abolir, mas Vince Carter surgiu, ao lado de Steve Francis e Tracy McGrady. Ali, a liga reativou o evento e, desde então, ele segue.
Mas a falta de grandes nomes tira a atenção do público mesmo. Já diminuíram o número de competidores, enquanto a criatividade meio que não existe mais. Muitas enterradas são pouco originais, exceto pela final. McClung e Castle levantaram os torcedores de suas cadeiras.
Silver, comissário da NBA, tenta fazer o All-Star Game mais atrativo, mas em 2025, se for pelo nível de competição, teve muito mais do que nos últimos anos.
Claro que você vai ver um recorte de dois minutos finais em um ano ou outro, mas no geral, foram jogos com muita brincadeira e zero defesa. Só aqueles que chegaram nos momentos decisivos com o placar apertado que deu para ver emoção.
Aquele jogo de 2024 foi uma vergonha para os jogadores, para os ex-atletas e para a própria NBA, daí a mudança no formato do All-Star.
Adam Silver pode não acertar, mas ele tenta melhorar. Disso, ninguém pode culpar o chefe da liga.
Dica
Se você é jovem e quer ver um show, o All-Star Game (e todo o fim de semana) é um momento para se empolgar. Mas se já teve outras experiências com o basquete, gosta de competição, de defesa, você deve passar longe da TV. Bem longe.
Corre o risco de você se tornar um velho chato, ranzinza e que só sabe reclamar. Entenda: o All-Star Game da NBA não foi feito para você e em 2025 foi a comprovação disso. É uma festa, um momento em que poucos jogadores ligam para o que acontece em quadra. Se eles não ligam, por que você vai ligar?
Não é um evento para pedir aplicação defensiva ou analisar lances. Não tem nada disso.
É só uma festa.
Eu assisto porque sou teimoso e gosto do evento. Sei que é uma celebração e jamais vai passar disso. Mas se tiver um torneio um contra um, a coisa pode mudar. Até lá, a gente vai avisando.
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