Não é de hoje que os arremessos de três pontos tomaram conta da NBA. Mas a situação alcançou níveis alarmantes agora. O número de times que tentam mais de 35 chutes de longa distância mais do que dobrou nos últimos cinco anos. E o campeão Boston Celtics, por exemplo, tenta mais de 50 tiros por partida. O comissário Adam Silver admite que esse alto volume virou ponto de preocupação na alta cúpula da liga.
“Nós temos várias discussões sobre o estilo de jogo que se jogar na NBA. Mas eu não reduziria tudo a um problema com os arremessos de longa distância. Precisamos ter, afinal, uma visão mais ampla. Esse é só um dos temas que debatemos dentro de um prisma maior. Falamos sobre a capacidade técnica dos atletas, da diversidade dos sistemas ofensivas, recepção dos fãs e muito mais”, revelou o dirigente.
Há bons motivos para a liga estar preocupada com essas questões. A NBA vive uma crise de audiência na televisão dos EUA, apesar do sucesso internacional. As críticas mais recorrentes entre os torcedores apontam para o alto volume de arremessos de longa distância. Silver entende que o basquete da liga não é perfeito, mas também encara as contestações como um exagero.
“Eu acho que o nosso basquete, antes de tudo, está ótimo. Adoro assistir aos jogos e temos a maioria dos jogadores mais habilidosos do mundo aqui. Acho que é até meio injusto colocar rótulos nos atletas porque são versáteis e incríveis. Mas, ainda assim, temos constantes discussões sobre como podemos melhorar o jogo em termos de estilo”, garantiu o executivo-mor da NBA.
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Afasta a linha!
No passado, esse problema teria uma solução simples na cabeça de qualquer torcedor. A NBA, afinal, já afastou a linha dos arremessos de três pontos. Mas, na visão de Silver, a opção não parece tão inteligente agora. Os jogadores se acostumaram a jogarem a bola para acima assim que passam do meio da quadra. Além disso, seria ignorar as bases e estatísticas em que se construiu esse “basquete moderno”.
“Já houve um momento em que aumentamos a distância da linha de três pontos. Mas, para ser sincero, não acho que seja a solução agora. Se você avaliar os dados em que baseiam o jogo atual, imagino que afastar a linha não aumentaria os chutes de média distância. A reação das equipes, a princípio, seria ‘povoar’ o garrafão para proteger a cesta”, projetou o comissário da liga.
Silver crê que a NBA precisa pensar de outra forma para encarar esse dilema. Mudar a geometria da quadra, em síntese, não muda as cabeças dos dirigentes e técnicos que pensam o jogo. “Acho que precisamos analisar a noção de trazer mais diversidade aos nossos sistemas ofensivos. Então, se houver mudanças que pudermos fazer no jogo, vamos avaliar”, cravou.
Problema maior
Pelas declarações, dá para ver que Silver tem uma visão diferente sobre o problema do basquete da liga. Os arremessos de três pontos geram preocupação na NBA, mas seria só um dos sintomas de um problema maior. O comissário teme a forma como os times tentam achar uma “fórmula mágica” para o título. Quando uma equipe vence, a ordem virou replicar o modelo – e isso não é bom.
“Eu assisto a tantos jogos quanto qualquer um e, por isso, não acho que a essência da questão está nos arremessos de três pontos. Não é questão de uma linha. O ponto é que, para o nosso público, a liga virou uma competição de replicantes. Times estão cada vez mais copiando uns aos outros esperando o mesmo sucesso. Esse é o ponto em que estou atento”, concluiu o executivo.
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